Jornal Nacional: Edição do dia 26/08/2017
26/08/2017 21h21
Decreto liberou para a mineração a Reserva Nacional de Cobre e Associados.
Área é equivalente ao Espírito Santo.
Especialistas alertam para danos irreparáveis ao meio ambiente na região.
A repercussão foi enorme na internet contra o decreto que liberou para a mineração a Renca - Reserva Nacional de Cobre e Associados.
A modelo Gisele Bündchen postou: “Vergonha! Estão leiloando nossa Amazônia”.
A cantora Ivete Sangalo reagiu: "Quanta notícia difícil de aceitar. Brincando com o nosso patrimônio".
As críticas também vieram do apresentador Luciano Huck e do ator Leonardo DiCaprio.
Lideranças indígenas protestaram.
“O governo brasileiro tem a obrigação de consultar os povos indígenas antes de tomar suas iniciativas que podem afetar o seu modo de vida, as suas terras tradicionais”, declara Jawarawa Waiãpi.
A reserva foi criada em 1984 pelo governo militar como uma estratégia para proteger a região da atividade mineral.
Apenas o governo poderia explorar as jazidas, ricas em ouro e outros minérios.
Mas esse projeto não avançou e, com o tempo, foram criadas nove zonas de proteção ambiental dentro da reserva.
A reserva fica entre os estados do Amapá e do Pará.
São mais de 4 milhões de hectares.
A área é equivalente à do estado do Espírito Santo.
Eduardo Pini, dono da única mineradora que extraiu ouro na região antes da criação da reserva, contou que a área é alvo constante de invasões: “Garimpeiros invadiram a área e está parado”.
Em nota, o presidente Michel Temer disse que "o deixou de existir foi uma reserva mineral, nenhuma reserva ambiental foi tocada pela medida”.
O ministro de Minas e Energia informou que existem mais de mil garimpeiros na região e que, com a extinção da Renca, o governo vai controlar a mineração.
“Não foi tocado e não será tocado em nenhuma reserva ambiental.
Agora, nós queremos também ter acesso ao conhecimento geológico do país, das nossas riquezas, para que a gente possa saber do nosso potencial”, diz Fernando Coelho Filho, ministro de Minas e Energia.
Ambientais afirmam que sem fiscalização adequada a mineração vai causar grande impacto na região.
“Isso com certeza vai ocasionar um aumento de desmatamento na região, além do que a atividade mineral ela é muito poluidora, podendo prejudicar os rios da região”, destaca Romulo Batista, especialista em Amazônia do Greenpeace.
“Recentemente, nós fizemos uma pesquisa com a Fiocruz e constatamos a contaminação de água e dos peixes na região da reserva.
Contaminação essa por mercúrio, que em contato com a natureza, causa um dano muito grande”, declara Michel Santos, coordenador de políticas públicas do WWF Brasil.
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