Apesar do forte desgaste de imagem com a decisão do Conselho de Ética de manter o arquivamento do pedido de cassação do mandato do presidente licenciado do PSDB, senador Aécio Neves (MG), o Senado optou pelo pragmatismo para evitar o chamado "efeito cascata" em relação a outros parlamentares. 

Foi com essa tese que Aécio conseguiu apoio em vários partidos para barrar o andamento do pedido de cassação.

O argumento de Aécio foi entendido rapidamente pelos seus colegas. 

"Era preciso barrar esse movimento agora, com um caso exemplar de um dos principais articuladores políticos da Casa. 

Caso contrário, outros senadores que são investigados pela Lava Jato também ficariam fragilizados. 

Certamente, uma cassação de Aécio teria um efeito cascata que atingiria vários parlamentares", reconheceu ao Blog um senador tucano.

Aécio acabou reforçando um sentimento de autopreservação do Senado nas conversas desses últimos dias, depois que reassumiu o mandato com autorização do STF. 

A avaliação feita pelos próprios senadores é que isso foi o que mais pesou, pois há um grande temor entre os parlamentares de que qualquer um pode ser o próximo da fila.