Prefeito João Doria afirmou que não defende permanência do partido na base, mas compromisso com o Brasil. Os dois falaram em evento neste domingo em SP.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou neste
domingo (9) que não há "nenhuma razão" para que o PSDB permaneça na base
do governo do presidente Michel Temer após a definição do andamento das
reformas trabalhista, previdenciária e política.
A votação da reforma trabalhista no Senado está prevista para a próxima
terça-feira (11).
A reforma da Previdência chegou a ser votada em
comissão especial, mas travou depois do agravamento da crise política.
Já o prefeito da capital paulista, João Doria (PSDB), disse não defender que o partido se mantenha no governo.
Governador e prefeito participaram na manhã deste domingo, na Zona Sul
de São Paulo, de evento em comemoração à Revolução Constitucionalista de
1932.
Nesta segunda-feira (10), os dois deverão ter reunião com lideranças do
partido, incluindo governadores, senadores e deputados, sobre o apoio
ao governo de Temer, denunciado pelo crime de corrupção passiva.
'Encerrar' permanência
Em entrevista coletiva neste domingo, Alckmin destacou que já havia
dito anteriormente que o PSDB não deveria ter cargos no governo.
Desta
vez, o governador disse que o partido “deverá encerrar’ o período de
permanência na base aliada.
“Hoje, o que nós devemos fazer? Aguardar o término das reformas.
Terça-feira agora é a [votação da] reforma trabalhista, ela poderá ser
aprovada no Senado. E aí vai à sanção presidencial.
Também a reforma
previdenciária a gente vai saber em pouco tempo se ela vai prosperar ou
não.
E a reforma política também tem data.
Depois disso, eu vejo que não
tem nenhuma razão para PSDB participar do governo”, declarou.
“Eu não mudei a minha posição.
Eu entendo que o nosso compromisso não é
com governo, muito menos com cargos.
Aliás, lá atrás, eu já tinha
defendido que nós deveríamos aprovar todas as medidas de interesse do
Brasil, as reformas que levem ao aumento do emprego, a retomada do
crescimento econômico, sem precisar participar com cargos no governo”,
disse.
Nos bastidores, outros caciques tucanos têm colocado a votação da
reforma trabalhista como prazo-limite para o partido definir se
permanece ou desembarca do governo.
Nas mesma linha de Alckmin, Doria afirmou que a sigla precisa ter compromisso com o país, e não com o governo.
“Aliás, eu não defendo que o PSDB se mantenha no governo.
Eu defendo
que o PSDB tenha olhar para o Brasil.
Como fazer para que as reformas
continuem?
Qual a condicionante para que a reforma trabalhista prossiga e
seja aprovada?”, questionou Doria.
'Preço altíssimo'
Na última sexta-feira (7), outro cacique tucano, o senador Cássio Cunha
Lima (PB), disse que o PSDB paga um preço "altíssimo" ao manter apoio
ao governo "mais impopular da história".
Segundo ele, seis dos sete deputados do PSDB na CCJ vão votar pela
admissibilidade da denúncia contra Temer.
Para Cunha Lima, o partido
deve ficar "ao lado" de seus parlamentares e deixar os "cargos
confortáveis" que possui no governo.
Em conversa com investidores na última quinta-feira (6), o parlamentar
paraibano chegou a dizer que dentro de 15 dias o país teria um novo
presidente.
Depois, ele afirmou que foi uma "força de expressão".
Já o presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE),
declarou que Temer estava perdendo a capacidade de governar o país.
Tasso também disse que Rodrigo Maia teria condições de reunir os
partidos em uma eventual transição até 2018.
Denúncia
No último dia 27, o governador Geraldo Alckmin defendeu que o PSDB haja
com “serenidade” sobre a posição do partido depois da denúncia do
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente Michel
Temer (PMDB).
“É preciso entender que denúncia não é condenação.
Nós
não podemos estar antecipando condenação”, disse o tucano.
A declaração tinha sido dada um dia após o procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, apresentar ao Supremo Tribunal Federal (STF)
denúncia contra Temer e ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) pelo
crime de corrupção passiva.
Além da condenação, Janot pede a perda do mandato de Temer,
“principalmente por ter agido com violação de seus deveres para com o
Estado e a sociedade”.
É a primeira vez que um presidente da República é
denunciado ao STF no exercício do mandato.
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