Ele matou nove negros em
uma igreja metodista, em Charleston, na Carolina do Sul, em junho de 2015. Roof
já foi considerado culpado pelo pior massacre racista da história recente nos
EUA.
Por France
Presse
Declarado culpado em meados de dezembro do pior massacre
racista da história recente nos Estados Unidos, o atirador que matou nove negros
em uma igreja metodista na Carolina do Sul começa nesta quarta-feira (4) uma
batalha para evitar a pena capital.
Em conformidade com o
procedimento judicial federal, Dylann Roof, de 22 anos, comparece na segunda
fase de seu julgamento, na qual sua pena será determinada, diante da mesma
corte federal e do mesmo júri de um tribunal de Charleston.
Nesta cidade da Carolina do
Sul (sudeste), Dylann Roof disparou 77 vezes no interior de uma igreja
metodista, no dia 17 de junho de 2015, matando nove paroquianos negros que
acabavam de recebê-lo em uma sessão de leitura da Bíblia.
Há três semanas, um júri de
12 pessoas selecionadas meticulosamente precisou de apenas duas horas de
deliberações para declarar Roof, partidário declarado do nazismo e do Ku Klux
Klan, culpado.
Não encontraram nenhuma
circunstância atenuante para o jovem, que respondeu afirmativamente às 33
acusações federais das quais é acusado.
A questão que ainda precisa
ser decidida é a mais crucial e, de fato, a única que gera um verdadeiro
suspense no julgamento, no qual Dylann Roof não tentou em nenhum momento
atenuar seus crimes nem expressou o menor arrependimento: o veredicto será a
pena de morte ou a prisão perpétua?
O imprevisível Roof, que decidiu garantir sua própria defesa, apesar dos conselhos de seus advogados, pode surpreender e romper seu silêncio nesta quarta-feira.
Testemunhas
O procurador planeja chamar
para testemunhar mais de 30 testemunhas, sobreviventes do massacre, parentes
das vítimas ou especialistas, alguns dos quais já forneceram elementos
contundentes contra o acusado.
E solicitará a pena de
morte em nome do governo federal baseando-se em uma lei que pune os crimes com
motivações racistas.
As sentenças federais à
pena capital são pouco frequentes no sistema penal americano, onde os
criminosos são julgados geralmente pelos estados.
O último caso conhecido é o
do autor dos atentados de Boston de 2013, Djokhar Tsarnaev.
Desde 1976, as autoridades
centrais só executaram três penas capitais.
O magistrado Richard
Gergel, que preside o julgamento, considerou Roof - cujo ódio frio e calculado
fez a comunidade negra de Charleston se lembrar dos piores momentos da
segregação racial - competente para se defender na fase de condenação do
julgamento.
Gergel também estipulou que
o acusado "não poderá se aproximar do júri, das testemunhas ou dos
magistrados".
No entanto, Dylann Roof
havia excluído convocar testemunhas para que depusessem ao seu favor e
explorassem a ideia de que não estava em plenas capacidades mentais para ser
julgado.
Espera-se que o veredicto
seja divulgado em 10 dias.
O estado da Carolina do Sul
também julgará Dylann Roof em outro processo no qual também enfrenta a pena de
morte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário