Um projeto idealizado pelo Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), Ministério Público do Trabalho (MPT-PA), Vale, Secretaria de Educação do Estado (Seduc) e Prefeitura de Parauapebas vai oferecer uma oportunidade remunerada aos jovens de Parauapebas com idade a partir de 14 anos, que estejam cursando regularmente o 1º ou 2º ano do ensino médio e que tenham um bom desempenho escolar.
Estes jovens poderão ser contratados para prestar tutoria a estudantes do ensino fundamental da rede municipal que cursem a 7ª, 8ª ou 9ª série e que apresentem dificuldade com as disciplinas de Português e Matemática.
O projeto denominado “Tutoria” visa melhorar o rendimento e o
aprendizado dos alunos que participarem do mesmo, estimulando ainda o
protagonismo juvenil desses jovens.
A iniciativa é resultado de um Termo
de Cooperação Técnica assinado nesta terça-feira (22) em Parauapebas.
O procurador-geral de Justiça do MPPA, Marcos Neves, destacou que “o
Ministério Público do Estado atua como agente transformador da realidade
social ao participar ativamente da mudança da realidade social seja
dentro da escola ou em qualquer outra área da sociedade civil.
Também é
gratificante saber que empresas, como a Vale em especial, colaboram com a
gente abraçando projetos dessa magnitude”.
Marcos Neves, procurador-geral de Justiça do MPPA e Paulo Horta, Diretor de Operações
Ferrosos Norte da Vale
A Vale, empresa parceira do projeto, foi representada pelo diretor de
operações ferrosos Norte, Paulo Horta, que informou que a participação
de empresa no desenvolvimento sócio econômico dos municípios onde ela
está presente é um fato.
“Isso está na nossa visão, na nossa
responsabilidade como empresa.
É uma satisfação muito grande participar,
junto com o Ministério Público do Estado, desse novo convênio que visa
principalmente dar chance aos jovens de se desenvolverem.
É um projeto
que começa pequeno mas tem uma capacidade muito grande de se
multiplicar.
Eu tenho certeza que será um enorme sucesso aqui em nossa
região”, reforçou o diretor.
Cláudia Hage, secretária de estado de educação
O projeto conta ainda com a parceria da Secretaria de Educação do Estado (Seduc).
A secretária de Estado de Educação, Ana Claudia Hage,
não pôde comparecer à cerimônia de assinatura em Parauapebas e
formalizou a parceria em seu gabinete, em Belém.
"Esta é uma ferramenta
pedagógica integrada entre o Ministério Público, Ministério do Trabalho,
o Governo do Estado - através da Seduc - Prefeitura Municipal de
Parauapebas e iniciativa privada para formar um aluno cidadão e que seja
multiplicador desta mensagem de cidadania.
Desta forma o aluno
conhecerá de que forma o Ministério Público atua para levar melhorias à
Escola e comunidade escolar assim como para toda a sociedade", disse.
Hidealdo Machado, procurador-chefe do MPT-PA
O procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho do Pará, Hideraldo Machado, também formalizou a parceria em seu gabinete na capital e reforçou: “considero revolucionária a iniciativa, me orgulha muito comandar o MPT e, como gestor, subscrever esse termo de cooperação técnica que tem o poder de transformar pela educação tutores e tutelados.
É uma via de mão dupla, você aprende ensinado e ao ser
ensinado”, procurador-chefe do MPT PA/AP.
O convênio tem ainda a parceria do município de Paraupebas por meio da Secretaria Municipal de Educação.
O convênio tem ainda a parceria do município de Paraupebas por meio da Secretaria Municipal de Educação.
Para a secretária Leila Lobato “é um
ganho muito significativo para a comunidade educacional.
O Ministério
Público do Estado está de Parabéns pela iniciativa.
A Vale, que atua
nesse projeto na questão financeira, também tem um papel fundamental
enquanto empresa.
Já a secretaria de educação poderá oferecer aos alunos
um projeto que visa reforçar a aprendizagem.
Então, acredito que é um
ganho para a comunidade educacional e para a população”, disse.
Por meio do projeto Tutoria, os alunos do ensino médio serão
selecionados e capacitados para tornarem-se tutores, ou seja,
desenvolverão atividades de reforço escolar em seu contraturno de estudo
para os educandos do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano.
O projeto é coordenado pelo Centro de Apoio Operacional da Infância e
Juventude do MPPA, por meio da promotora Mônica Freire, que explicou que
"o projeto Tutoria contribuirá para a formação intelectual dos jovens
envolvidos, de modo a aproveitar o conhecimento desse jovem e
oportunizar um reforço escolar individualizado a estudantes com
dificuldade no aprendizado nas disciplinas de Português e Matemática".
Mônica Freire, coordenadora do CAO Infância do MPPA
A tutoria não será imposta aos alunos, pelo contrário, será facultado aos discentes com o melhor desempenho nas disciplinas de Português e Matemática a atribuição de tutor.
Ao aceitar, o aluno-tutor será
contratado como aprendiz da Vale, empresa apoiadora do projeto,
recebendo não só uma remuneração mas os demais direitos referentes a
aprendizagem.
Os alunos-tutores também receberão capacitação de profissionais do
Ministério Público do Estado sobre temáticas variadas como cidadania,
direitos e garantias fundamentais, importância do controle social e
importância do conselho escolar a fim de estimular os mesmos a
participarem de reuniões e atividades do conselho escolar da escola onde
estudam.
As secretarias de Educação do Estado e Município destacarão os
professores que irão fazer o acompanhamento desses estudantes e também
informando quais os alunos com as melhores médias.
Ao final da tutoria, tanto os tutores quanto os alunos que participaram
do reforço escolar terão seu desempenho avaliados para observar a
evolução do mesmo durante a participação no projeto.
Também estiveram presentes na cerimônia de assinatura do projeto os promotores Crystina Michiko (Canaã), Jeanne Oliveira (Parauapebas) e Hélio Rubens Pereira (Parauapebas); a procuradora do Ministério Público do Trabalho, Laura Fernandes; o chefe de gabinete da prefeitura, Wanterlor Bandeira; e a gerente de educação da Vale, Magda Damasceno.
Fotos: Mônica Maia, Assessoria Seduc, Assessoria MPT-PA
COMENTÁRIO:
Iniciativa muito boa, porém, percebe-se que esse programa não passa de um marketing para a mineradora Vale, (já que é ela que vai arcar com o investimento financeiro), que vem sendo bombardeada na imprensa nacional e internacional do seu envolvimento no crime ambiental que aconteceu em Mariana, MG, junto com a Samarco, e alguns moradores foram mortos.
Em Parauapebas essa mesma empresa tem contribuído para a devastação da natureza e o meio ambiente, poluindo os rios do município com o rejeito de sua exploração mineral, assim também, contribuindo com o esgotamento da água do Rio Parauapebas que abastece a cidade, porque a mesma, utiliza bombas de sucção durante 24 horas no lençol freático para a lavagem de minérios.
Já existe bairros naquele município que os poços artesianos que fornecem água pera os moradores estão secando.
Eu estive no Ministério do Meio Ambiente em Brasília no mês de abril do ano em curso e protocolei denúncia sobre tais fatos em parceria com a associação AMONPA a este órgão do governo Federal, e até agora não tivemos nenhum resultado sobre a apuração das nossas denúncias.
Com certeza as autoridades que compõem o corpo do Ministério do Meio Ambiente só vai tomar providências quando este município ficar na mesma situação de Serra do Navio no Amapá, ou seja, transformar-se em uma cidade fantasma.
Valter Desiderio Barreto.
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