A mineração no Brasil acompanha a falta de integração dos órgão de fiscalização no trato com as licenças, processos e mesmo informação. 

Penso que um país, para crescer ou sair da crise, precisa desburocratizar os meios de produção e fazer a roda da fortuna girar.

Para manter uma mineração aberta, ou iniciar uma mineração, requer, além de bons profissionais, tempo, paciência, muito dinheiro e sorte. 

Sorte!!! 

Sim sorte. 

Sem a integração dos órgãos reguladores, há vários processos que não funcionam, deixando o Minerador à mercê da própria sorte. 

A Licença Ambiental precisa de prazo, o DNPM precisa de prazo, a SUPRAN precisa de prazo, e todos têm poucos funcionários ou pouca estrutura para atender às demandas dos pedidos, e há discrepância nos pedidos de ajuste entre os órgãos. 

Bons funcionários tentam suprir as demandas, mas o ambiente poderia ser mais ágil e desburocratizado. 

Fiscalizações poderiam funcionar em conjunto realmente, e buscar meios de auxiliar os meios de produção. 

O que vemos hoje são leis e processos vazios que, claro, apelos corretos e justos, como o meio ambiente sustentável, meios hídricos de qualidade, preocupação com a segurança dos funcionários... 

Mas temos que lembrar que o produto fim de uma mineração, é a retirada do minério para beneficiamento, seja gemas, metalurgia, alimentação, enfim, produzir. 

E quem perde com isso é o Brasil. 

Perde porque se é difícil "ser legal", a ilegalidade reina. 

E a ilegalidade é a maior inimiga do preço do minério negociado. 

No caso das gemas e algumas pedras ornamentais, é fator principal para a saúde do negócio. 

Não há como concorrer com a extração ilegal. 

Controlar a pedra ou o minério, desde sua origem, é muito mais interessante para o setor minerário do que se pensa. 

Tirar a pedra ilegal do mercado tem que ser interesse de todos. 

Fazer um setor mineral forte, qualificado, principalmente no setor de gemas, pedras preciosas. 

Quando falamos em mineração no Brasil, não temos dado a real importância para a mineração de pedras preciosas. 

É preciso reavaliar e cuidar desse setor. 

Somos um dos maiores produtores de pedras preciosas do mundo, 25% da produção do setor no mundo, mas não controlamos estes números. 

Nem produtivos, nem econômicos.

É preciso ter coragem. 

Sempre gostei dos momentos de crise, pois é onde as oportunidades aparecem, idéias nascem, pessoas e corporações se aproximam para busca de soluções. 

Então, vamos começar um olhar sobre o setor mineral diferenciado, olhar produtivo, econômico, sustentável, social. 

Mas o foco da mineração é, e sempre será, produzir. 

Tenhamos a coragem de vencer os desafios da produção, com meios desburocratizados da legalização, nos certificando de todos os pontos imprescindíveis do processo, da lavra até o consumidor final, passando por tudo e todos que o cercam. 

Esse é o futuro.

Autor do texto: MARCOS SARAIVA