Ex-senador do PT foi levado para o 75ºDP por resistência.
'Meu pai está bem', disse Supla no Facebook.
Eduardo
Suplicy é carregado por policiais militares após protestar contra
reintegração de posse (Foto: Uriel Punk/Futura Press/Estadão Conteúdo)
Ele foi levado ao 75º Distrito Policial (DP), no Jardim Arpoador.
Segundo a Polícia Militar, ele foi detido por resistência.
Suplicy se deitou na rua para impedir a reintegração de posse e chegou a ser carregado por policiais militares.
Imagens divulgadas pela deputada federal Jandira Feghali (PCdoB) mostram o momento em que Suplicy se deita com uma moradora na rua para impedir policiais. Veja o vídeo aqui.
Além do petista, mais duas pessoas foram detidas e levadas à delegacia.
O cantor Supla, filho de Suplicy, afirmou no Facebook que seu pai está bem.
"Quero avisar a todos que o meu pai está bem...acabei de falar com o delegado e o meu próprio pai!agradeco a preocupação e o carinho de todos!", disse.
De acordo com policiais civis, Suplicy deve ser liberado após a conclusão do termo circunstanciado por desobediência.
No Facebook, Suplicy afirmou, por meio de sua assessoria da imprensa, que "a truculência da Polícia Militar do governo Alckmin é inaceitável.
Se fazem isso com um ex-senador da República, imagine o que sofre a população que tanto precisa de apoio".
Desde o início da madrugada desta segunda, moradores realizam protesto contra reintegração de posse de terreno na Cidade Educandário, na região da Rodovia Raposo Tavares.
Ao todo, são 350 famílias que ocupam uma área que pertence à Prefeitura de São Paulo.
Suplicy foi secretário de Direitos Humanos da cidade de São Paulo até abril deste ano quando deixou o cargo para disputar vaga na Câmara municipal.
Eduardo
Suplicy é agarrado por policiais militares para ser levado após
protesto contra reintegração de posse (Foto: Uriel Punk/Futura
Press/Estadão Conteúdo)
"Liguei para o subprefeito, disse a ele para ponderar sobre a oportunidade da reintegração, mas depois eu recebi um telefonema do secretário de Negócios Jurídicos dizendo que consultados, os engenheiros que avaliam risco entenderam que não havia como manter naquela barranqueira as famílias ali, que se não fosse cumprida a ordem judicial qualquer advento: solapamento, desmoronamento, ia ser imputada a responsabilidade para a Prefeitura, que as famílias não poderiam continuar lá por ser uma área de risco bastante importante", disse Haddad.
"Hoje [segunda] pela manhã nós encaminhamos os dois secretários ali, tanto o Medeiros [coordenação de Subprefeituras] quanto o Barreirinhas [negócios jurídicos], para informar as famílias sobre esse laudo técnico dos engenheiros.
Nós fizemos todo o esforço para eventualmente adiar ou suspender, mas não havia como tomar essa medida em função do grave risco que estava ocorrendo ali.
Não consegui falar com o Suplicy", completou.
Haddad disse que recebeu um telefonema do secretário da Segurança Pública Mágino Alves.
"Ele me informou do ocorrido.
Ele queria informar do que tinha acontecido dizendo que estavam alinhados conosco para evitar qualquer tipo de conflito com a comunidade", disse.
O secretário da coordenação das Subprefeituras, Antônio Carlos de Medeiros, afirmou, no entanto, que o "juiz e a PM estavam absolutamente inflexíveis".
Saiba mais:
Protesto
Os moradores atearam fogo para tentar impedir a aproximação do oficial de Justiça e de policiais militares que estavam no local.
Um ônibus foi colocado na via pelos moradores.
Mais tarde, o veículo foi parcialmente incendiado, mas as chamas já foram apagadas.
Às 8h, a tropa de Choque, da Polícia Militar, estava no local e a situação ficou tensa. Policiais Militares jogaram bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral e moradores atiraram pedras.
A mãe de um morador de 22 anos detido e levado para o mesmo distrito policial de Suplicy afirmou que o filho não estava armado.
"O choque falou que tem vídeo dele apontando arma contra os policiais.
Quero ver esse vídeo", disse Valdirene Aparecida de Carvalho, auxiliar de limpeza, 38 anos.
De acordo com a Prefeitura, os moradores foram cadastrados para recebimento do auxílio bolsa-aluguel.
Cantor Supla fez post no Facebook sobre detenção do pai, Eduardo Suplicy (Foto: Reprodução/Facebook)
Detalhe de Eduardo Suplicy deitado em protesto contra a reintegração de posse (Foto: Uriel Punk/Futura Press/Estadão Conteúdo)
Eduardo
Suplicy durante reintegração de posse na Cidade Educandário, na região
da Raposo Tavares, em São Paulo (SP), nesta segunda-feira (Foto: Uriel
Punk/Futura Press/Estadão Conteúdo)
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