Operação Sépsis é desdobramento da Operação Lava Jato.
Policiais federais cumpriram nesta sexta mandados em SP, PE e no DF.
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira (1º) Operação Sépsis, uma nova etapa da Operação Lava Jato.
Um dos alvos é o doleiro Lúcio Funaro, preso em São Paulo.
Segundo delatores da Lava Jato, ele é ligado ao presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Os agentes também cumpriram mandado de busca e apreensão na Eldorado, braço de celulose da J&F Investimentos, grupo dono da JBS e comandado pela famíla Batista.
A casa de Joesley Batista, presidente do conselho de administração da JBS e diretor-presidente da J&F, também foi alvo de buscas.
Outro alvo de busca e apreensão da Sépsis foi a casa do empresário Henrique Constantino.
Veja os principais alvos desta fase da Lava Jato:
- Lúcio Funaro, doleiro que, segundo delatores, é ligado a Eduardo Cunha x
- Joesley Batista, um dos sócios do grupo J&F
- Eldorado, braço de celulose da J&F Investimentos (a J&F Investimento é dona da JBS e é de propriedade da famíla Batista)
- Milton Lira, lobista
- Cone Multimodal, empresa de infraestrutura industrial e logística multimodal
- Henrique Constantino, empresário
Os mandados desta etapa da operação foram autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, relator da Lava Jato na corte.
Lúcio Funaro em depoimento à CPI dos Correios, em 2006 (Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)
A polícia fez busca e apreensão na casa dele, em Brasília.
A ação desta manhã se baseia nas informações da delação premiada de Fábio Cleto, ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa Econômica Federal.
Cleto também é aliado de Cunha.
Outra delação que baseou as ações desta sexta é a de Nelson Mello, ex-diretor da Hypermarcas.
Às autoridades, Cleto relatou que o presidente afastado da Câmara recebeu propina por negócios feitos pelo Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS).
O G1 tenta contato com a defesa de Lucio Bolonha Funaro.
A JBS divulgou um comunicado aos acionistas no qual afirma que a companhia e seus executivos não são alvo da operação da polícia.
"A JBS comunica a seus acionistas e ao mercado em geral que, em relação às notícias veiculadas na data de hoje pela imprensa, a Companhia, bem como seus executivos, não é alvo e não está relacionada com a operação da Polícia Federal ocorrida na manhã de hoje", afirmou o comunicado.
Em Pernambuco, o alvo das buscas foram a Cone Multimodal, que tem o FI-FGTS como um dos sócios, e os imóveis dos empresários Marcos José Roberto Moura Dubeaux e de Marcos Roberto Bezerra de Melo Moura Dubeaux.
Eles são pai e filho.
O primeiro é presidente da Moura Dubeux, que já foi sócia da Cone.
O segundo é o presidente da Cone.
Em nota, enviada também em nome dos dois empresários, a Cone S/A informou que só vai se manifestar quando tiver conhecimento de todo o conteúdo da denúncia e que está à disposição das autoridades.
Mandados
Ao todo foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão e 1 de prisão preventiva.
No estado de São Paulo, além da prisão, foram 12 buscas e apreensões.
No DF, foram 2 buscas e apreensões, assim como no Rio de Janeiro.
No Recife, foram 3 mandados de busca e apreensão.
O que disseram os suspeitos
Em nota , a Eldorado confirmou a busca e apreensão nas dependências da empresa em São Paulo e disse que desconhece os motivos da ação policial.
"A Eldorado confirma que a Polícia Federal realizou busca e apreensão em suas dependências em São Paulo na manhã de hoje.
A companhia desconhece as razões e o objetivo desta ação e prestou todas as informações solicitadas.
A Eldorado sempre atuou de forma transparente e todas as suas atividades são realizadas dentro da legalidade.
A companhia se mantém à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos adicionais", informou a empresa.
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