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quarta-feira, maio 25, 2016

Crise na Venezuela: veja a cronologia do agravamento da situação do país

Vizinho está em estado de emergência econômica.
Oposição faz campanha por referendo para tirar Maduro do poder.

 

Marina Franco Do G1, em São Paulo
Opositores protestam nesta quarta-feira (25) em Caracas, na Venezuela, contra decisão que restringe protestos diante do Conselho Nacional Eleitoral e a favor do referendo revogatório contra o presidente Nicolás Maduro (Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins)Opositores protestam nesta quarta-feira (25) em Caracas, na Venezuela, contra decisão que restringe protestos diante do Conselho Nacional Eleitoral e a favor do referendo revogatório contra o presidente Nicolás Maduro (Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins)


Inflação, insegurança e escassez de produtos básicos já eram o contexto da Venezuela em 2014, quando explodiram as manifestações de estudantes e opositores do governo de Nicolás Maduro que acabaram em confrontos violentos e a morte de 42 pessoas.

Recentemente, porém, a situação se agravou. 


A inflação passou a ser a “maior do mundo”, segundo o FMI. 

A escassez de remédios levou o Parlamento a decretar “crise humanitária”. 

O racionamento de energia, as longas filas nos supermercados e o aumento da criminalidade aumentaram o descontentamento social, os protestos e saques.

Uma série de fatores agravou os problemas sociais e econômicos, como a alta dependência da importação de bens, a queda do preço do petróleo – maior fonte de suas divisas - e o controle estatal de produção e distribuição de produtos básicos.
Moradores de El Hatillo, nas proximidades de Caracas, fizeram fila no último sábado (23) em uma padaria para comprar pão em dia de corte de energia (Foto: Foto AP/Fernando Llano)Moradores de El Hatillo, nas proximidades de Caracas, fazem fila em uma padaria para comprar pão em dia de corte de energia (Foto: Foto AP/Fernando Llano)


Neste contexto, a oposição obteve a maioria do Parlamento nas eleições legislativas de dezembro, e a convocação de um referendo para revogar o mandato de Maduro se torna sua principal campanha.

A oposição culpa o modelo socialista pela atual crise. 

Já o presidente a atribui à queda dos preços do petróleo e a uma "guerra econômica" de empresários de direita para desestabilizar seu governo. 

É com esse argumento que ele declarou estado de emergência no país.

Veja a seguir a cronologia do agravamento da crise na Venezuela:

8 de dezembro de 2015: vitória da oposição nas eleições legislativas

Lilian Tintori, mulher de líder de oposição preso Leopoldo López, comemora vitória ao lado de candidatos da oposição na eleição da Venezuela (Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins)Lilian Tintori, mulher de líder de oposição preso Leopoldo López, comemora vitória ao lado de candidatos da oposição na eleição da Venezuela (Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins)
A apuração dos votos das eleições Legislativas de 6 de dezembro confirma que a oposição, reunida na coalizão Mesa da Unidade Democrática (MUD), derrotou os socialistas do governo e conquistou a maioria na Assembleia Nacional, pela primeira vez em 16 anos, formando uma plataforma para desafiar o presidente Nicolás Maduro.

Dois dias depois, o último boletim do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) aponta que a oposição alcançou poderosa maioria qualificada de dois terços do Congresso.

10 de dezembro: 'maior inflação do mundo'
Dados so Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre as projeções mundiais "apontam que a Venezuela teve a maior inflação do mundo em 2015, ao redor de 160%".

5 de janeiro: posse do novo Congresso

Novo presidente do Parlamento da Venezuela, Henry Ramos Allup, chega à Assembleia Nacional para a cerimônia de posse dos novos legisladores netsa terça-feira (5) (Foto: AFP PHOTO/JUAN BARRETO)Novo presidente do Parlamento da Venezuela, Henry Ramos Allup, chega à Assembleia Nacional para a cerimônia de posse dos novos legisladores (Foto: AFP PHOTO/JUAN BARRETO)
Nova Assembleia Nacional toma posse. Novo presidente é Henry Ramos Allup, que tem apoio de 109 deputados da coalizão de oposição MUD.

11 de janeiro: anulação de posse de deputados impugandos
Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) declarou nulas decisões do Legislativo devido à posse de três deputados da opsição impugnados (afetados pela medida cautelar) pelo governo.

15 de janeiro: emergência econômica
Maduro decreta "estado de emergência econômica" por 60 dias para atender à grave crise do país. 

O poder executivo passa a ter direito, entre outras coisas, a tomar uma série de medidas para garantir o abastecimento de bens básicos à população; a fixar "limites máximos de entrada e saída" de bolívares; a determinar outras medidas "de ordem social, econômica ou política que considere conveniente".

15 de fevereiro: campanha contra Maduro.



A aliança opositora MUD se declara "em campanha social" para promover "a mudança de governo" na Venezuela.

26 de janeiro: crise humanitária
Diante da grave escassez de medicamentos e insumos médicos, o Parlamento declara "uma crise humanitária em saúde", o que considera "a pior crise da história". 


O texto exige que o governo garanta acesso a uma lista de medicamentos básicos e restabeleça a publicação do boletim epidemiológico.

17 de fevereiro: novas medidas econômicas.



Maduro anuncia uma série de medidas econômicas, entre elas o o aumento de 20% no salário mínimo (de 9.600 para 11.520 bolívares); aumento do preço da gasolina, pela primeira vez em 20 anos; a desvalorização de 37% do bolívar reservada à importação de alimentos e medicamentos; e um novo regime de câmbio, que passa de três a duas taxas de câmbio.

18 de fevereiro: 180,9% de inflação
O Banco Central divulga que o país registrou inflação de 180,9% em 2015, uma das mais altas do mundo, e um retrocesso em seu PIB de 5,7%.

14 de março: prorrogação do estado de emergência

Pessoas formam fila em frente a mercado na Venezuela, nesta sexta-feira (15) (Foto: REUTERS/Marco Bello)Pessoas formam fila em frente a mercado na Venezuela (Foto: REUTERS/Marco Bello)


Maduro emite decreto para prorrogar por 60 dias da emergência econômica em vigor há dois meses. 

No texto, o presidente afirma que há "uma crise estrutural do modelo rentista pela queda abrupta dos preços do petróleo", à qual acrescenta um suposto "boicote econômico e financeiro nacional e internacional" contra a Venezuela.

22 de março: circulação de jornais interrompida.


O Instituto de Imprensa e Sociedade da Venezuela (IPYS) anuncia que 17 jornais venezuelanos, sendo sete da região de Caracas, não circularão durante a Semana Santa por falta de papel, e que 45 jornais estão "em crise" de papel.

7 de abril: feriados às sextas-feiras

Maduro decreta feriado nas sextas-feiras pelo próximos dois meses como parte de um "plano especial" para poupar energia elétrica.

 Segundo o presidente, o motivo é a severa seca provocada pelo fenômeno El Niño. 

Maduro também amplia para nove horas diárias o racionamento elétrico para shoppings e hotéis.

11 de abril: 'holocausto da saúde'
A associação médica do país denuncia um "holocausto da saúde" devido à escassez de medicamentos e materiais hospitalares, e convoca manifestação porque "pessoas estão morrendo", acrescentou. 


De acordo com Douglas Leon, presidente da Federação Médica venezuelana, os hospitais sofrem com "mais de 95% de falta de medicamentos", enquanto "nas prateleiras das farmácias" a escassez é de 85%.

11 de abril: lei de anistia 'inconstitucional'

 Lilian Tintori, mulher do líder da oposição Leopoldo López, que está preso, pede anistia nesta terça-feira (5) no Parlamento da Venezuela momentos antes do juramento dos novos deputados (Foto: AFP PHOTO/JUAN BARRETO) Lilian Tintori, mulher do líder da oposição Leopoldo López, que está preso, pede anistia no Parlamento da Venezuela momentos antes do juramento dos novos deputados (Foto: AFP PHOTO/JUAN BARRETO)
O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) declara "inconstitucional" a lei de anistia sancionada pela Assembleia Nacional em 29 de março para libertar 75 opositores políticos presos sob a acusação de incitar à violência nos protestos de 2014 que exigiam a saída de Maduro do poder.

A decisão é divulgada quatro dias após Maduro pedir à Sala Constitucional do órgão que declare a lei ilegal, alegando que sua aprovação deixaria impunes violações dos direitos humanos e desataria uma espiral de violência no país.

12 de abril: entrega de assinaturas
A oposição entrega mais de 2 mil assinaturas para iniciar o trâmite para a convocação de um referendo revogatório do mandato de Maduro.

21 de abril: racionamento de eletricidade

O governo anuncia racionamento no fornecimento de energia elétrica nos 10 estados mais populosos e industrializados do país, incluindo a região de Caracas. Os cortes de energia, de quatro horas diárias, começa quatro dias depois. O reservatório da hidrelétrica Guri, que gera 70% da eletricidade do país, está a ponto de entrar em colapso.
27 de abril: três dias de folga
Maduro ordena estender de um (sexta-feira) para três dias por semana (quarta, quinta e sexta-feira) a folga do setor público, para enfrentar a severa crise de eletricidade. Também determina que as escolas do ensino fundamental e médio não funcionem às sextas-feiras.

29 de abril: fechamento de cervejaria por falta de moeda internacional

Fábrica da Cerveceria Polar, maior favricante de cervejas da Venezuela (Foto: FEDERICO PARRA / AFP)Fábrica da Cerveceria Polar, maior favricante de cervejas da Venezuela (Foto: FEDERICO PARRA / AFP)


A Cervejaria Polar, pertencente ao maior grupo empresarial da Venezuela e principal fabricante de cervejas, que produz cerca de 80% da cerveja consumida no país, paralisa a última de suas quatro unidades no país. 

A empresa já havia anunciado que só tinha "cevada maltada para produzir cerveja até 29 de abril", devido à falta de moeda internacional para pagar seus fornecedores estrangeiros, provocada pelo controle estatal do câmbio no país.

30 de abril: aumento do salário mínimo.


O governo anuncia o aumento de 30% no salário mínimo - incluindo funcionalismo público, aposentados e militares - e nas pensões.


Também sobe o bônus de alimentação, concedido a todos os trabalhadores e que pode ser usado em farmácias e supermercados.

Na ocasião, o governo afirma que a "guerra econômica" é a responsável pela inflação de três dígitos (180,9% em 2015, segundo dados oficiais), escassez de dois terços dos produtos básicos e medicamentos, e uma contração de 5,9% da economia no ano passado.

1º de maio: novo fuso horário
Para enfrentar a crise energética, os venezuelanos adiantam em 30 minutos seus relógios, voltando ao fuso horário vigente até 2007. 


A mudança de fuso horário de meia hora tinha sido uma das marcas registradas do governo do falecido presidente Hugo Chávez.

2 de maio: 1,85 milhão contra Maduro

Oposição venezuelana coleta assinaturas para buscar referendo contra Maduro (Foto: REUTERS/Marco Bello)Oposição venezuelana coleta assinaturas para buscar referendo contra Maduro (Foto: REUTERS/Marco Bello)


A oposição apresenta 1,85 milhão de assinaturas ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) pedindo a convocação de um referendo revogatório contra o presidente. 

O CNE exige 195.721 assinaturas (1% do padrão eleitoral) para pedir que se inicie o processo.

14 de maio: ampliação do decreto de emergência
Maduro amplia os alcances do decreto de emergência econômica em vigor desde janeiro ao decretar "estado de exceção e de emergência econômica" por 3 meses para "neutralizar e derrotar a agressão externa" que, segundo ele, afeta o país. 


O novo decreto é "mais completo, mais integral, de proteção do nosso povo, de garantia de paz, de garantia de estabilidade, que nos permita (...) recuperar a capacidade produtiva", disse.

14 de maio: intervenção em fábricas paralisadas
Maduro ordena intervenção nas fábricas que estiverem paralisadas e a detenção dos empresários que pararem a produção com o objetivo de "sabotar o país", no âmbito de estado de exceção e de emergência econômica.

20 e 21 de maio: treinamentos militares.


520 mil militares e civis fazem exercícios de defesa em sete estados, com o objetivo de  garantir a ordem interna e a defesa do país diante de um suposto desembarque de tropas inimigas e de ataques a instalações de distribuição do sistema elétrico.

24 de maio: sem Coca-Cola por falta de açúcar.


A Coca-Cola interrompe a produção de refrigerantes por falta de estoque de açúcar refinado de uso industrial. 

As bebidas que não levam açúcar seguem em operação.

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