Tirando o auge da crise, abril de 2016 registra o nível mais baixo para o mês dos últimos 12 anos: 36,6% do volume útil.
Tempo bom não é notícia boa quando se fala de represa.
Já são 20 dias sem nenhum pingo d’água sobre o Cantareira, o sistema que abastece 7,4 milhões de pessoas na região metropolitana de São Paulo.
“Veio um pouco meio cedo essa seca.
Não é a época dela né, a seca é junho, julho, agosto”, conta o caseiro Jair Satin.
Tirando o auge da crise, abril de 2016 está registrando o nível mais baixo para o mês dos últimos 12 anos: 36,6% do volume útil.
A uma semana do fim do mês, só choveu 1% da média, o que deixa o maior sistema de abastecimento de São Paulo no limite.
A quantidade de água que entrou nas represas do Cantareira este mês, pela chuva e pelos rios, despencou.
Já é praticamente o mesmo tanto de água que a Sabesp - a companhia de abastecimento - vem retirando para atender os moradores da Grande São Paulo.
E como serão os próximos meses?
Hidrólogos traçaram o futuro do reservatório até a época que tradicionalmente volta a chover.
Contando o que tem de volume morto, se chover 50% abaixo da média, o Cantareira deve chegar a outubro com menos de 40% da capacidade.
Já com chuvas na média, ele não enche nem a metade e, se chover 50% acima da média, o nível ficaria em 54,7%.
Para o especialista Pedro Luis Cortês, o Cantareira está menos preparado para enfrentar dias difíceis.
“A gente tem, comparativamente falando, hoje, uma quantidade hoje menor de água no sistema Cantareira do que a gente tinha em 2013, que foi o ano que antecedeu a crise.
Ou seja, se a gente tiver um segundo semestre parecido com o que teve em 2013, é possível que a gente entre no volume morto até mesmo antes do final do ano”, explica o geólogo da USP.
Júnior não pode nem pensar em ver a represa seca de novo: "Muito ruim porque não tem água, não tem vida, não tem barco, as marinas não faturam, acaba o lazer".
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