"Amigas e amigos,
As tarefas dos últimos dias não tem permitido uma atualização mais frequente deste espaço, como gostaríamos e a linguagem daqui assim o exige.
No entanto, não poderia deixar de resgatar e registrar dois momentos vividos recentemente que são significativos pois apontam para o futuro, colocando na prática o esforço em valorizar o conhecimento, nas suas mais variadas possibilidades.
Foi absolutamente emocionante a solenidade da qual tive a honra de participar, quando mais de 70 indígenas das etnias Tembé, Gavião e Surui Aikewara receberam, exatamente no Dia do Índio, seus diplomas e a outorga de grau da Primeira Turma de Licenciatura Intercultural Indígena da Uepa.
Na entrada, cânticos, danças e olhares variados.
Dos que entravam vestidos de becas e cocar, o brilho no olhar característico daqueles que sabem o esforço que fizeram para estar ali e conseguem aproveitar cada segundo.
Dos mais velhos, um olhar marejado, carregado de orgulho e emoção.
Dos mais novos, a expressão que revelava admiração e o desejo de, um dia, estar ali também.
E isso será sim possível, pois esta foi apenas a primeira turma a se formar, após vencermos todos pré-conceitos e dogmas que muitos tiveram quando decidimos implantar esse curso.
Estes professores, certamente, vão incentivar outros e com isso fortalecer o conhecimento, respeitando a história, as tradições e a memória, valorizando nosso povo, nossa gente, em toda sua diversidade.
Amigas e amigos,
Também há alguns dias atrás, a pesquisa ganhou outro impulso.
Lançamos um conjunto de editais em apoio a redes de pesquisa regionalizadas e a eventos científicos, além de bolsas de auxílio à pesquisa, que somados chega a R$18 milhões de investimentos nessa área fundamental para a construção de uma nova realidade, uma vez que sem ciência, tecnologia e inovação nós não seremos capazes de superar de forma sustentável os grandes desafios que estão postos, como a redução da pobreza e desigualdade.
Alguns podem até estranhar e questionar esse investimento, através da Fapespa e da Secti, nesse momento de crise econômica que estamos passando, crendo que diante de tantas urgências e emergências esse tipo de ação poderia ficar para depois.
É verdade que a crise nos impõe urgências, mas isso não pode nos afastar do pensamento e do comportamento estratégico de que nenhuma crise é eterna.
Teremos um dia seguinte após a crise e temos que nos preparar sempre para o dia posterior, a fim de que estejamos então numa condição melhor do que aquela que nos levou até a própria crise.
Esse é o esforço que o Pará tem feito, não só o governo, mas toda sua gente, toda a sociedade.
Na oportunidade, pedi aos pesquisadores presentes que eles não percam a capacidade de ousar, de romper os limites e barreiras.
Estou convencido que se nós não nos dermos o tempo e o direito de tentarmos o impossível, nós jamais saberemos o que é possível.
E que possamos incentivar, cada vez mais, essa determinação, coragem e ousadia em fazer pesquisa e gerar conhecimento na Amazônia e pelos amazônidas, respeitando nossas gerações, tradições e vocações".
Governador do Pará Simão Jatene.
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