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quinta-feira, março 31, 2016

Contas públicas têm pior mês de fevereiro e 1º bimestre em 15 anos


No mês passado, foi registrado déficit primário de R$ 23 bilhões, diz BC.
No 1º bimestre de 2016, foi contabilizado superávit de R$ 4,87 bilhões.

 

Alexandro Martello Do G1, em Brasília

As contas do setor público consolidadas, que englobam governo, estados, municípios e as empresas estatais, registraram o pior resultado para fevereiro desde o início da série histórica do Banco Central (BC), em 2002 – ou seja, em 15 anos. 

Segundo informou o BC nesta quarta-feira (30), no mês passado houve R$ 23,04 bilhões de déficit primário, que são despesas maiores do que receitas, sem contar os juros da dívida pública.

No resultado do primeiro bimestre de 2016, houve R$ 4,87 bilhões de superávit primário, que é a economia feita para pagar os juros da dívida. 

Apesar de ter havido superávit, o resultado também foi o pior para o período desde o início da série histórica do BC.

Contas públicas - fevereiro
Em 2016, mês teve pior resultado da série histórica
fevereiroR$ bilhões-23,04-2,2992,13-3,0319,5147,9133,1743,3837,8045,5864,5314,8856,9876,9584,655em R$ bilhões200520102015-20-10010-3020
O fraco desempenho das contas públicas acontece em meio à forte recessão da economia brasileira, que tem diminuído o emprego, a renda, e a demanda por bens e serviços – o que reduz as receitas da União, dos estados e dos municípios.

"O resultado deixa evidente o descompasso entre as receitas e as despesas neste período [em fevereiro]. 

As receitas recuaram em termos reais algo entre 12% e 13%, refletindo em grande parte o ciclo de atividade econômico [recessão]. 

E as despesas, sobretudo as obrigatórias, seguem crescendo", avaliou o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel.

Meta fiscal.

Os números do BC não favorecem a meta fiscal fixada no orçamento de superávit primário de 0,5% do PIB – o equivalente a R$ 30,5 bilhões – para o setor público.


A parte somente do governo federal é de R$ 24 bilhões (0,4% do PIB), enquanto R$ 6,5 bilhões são a meta de estados e municípios (0,1% do PIB).

O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, já enviou ao Congresso Nacional um projeto de lei para alterar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e, com isso, permitir que as contas do governo tenham um rombo de até R$ 96,6 bilhões em 2016.

É a terceira vez que o governo tenta reduzir a meta fiscal deste ano.

Se houver novo déficit nas contas públicas em 2016, será o terceiro ano seguido no vermelho. 

Em 2014, o déficit foi de R$ 32,5 bilhões e, em 2015, houve rombo recorde de R$ 111 bilhões. 

Nestes dois anos, o Executivo teve que pedir ao Congresso a revisão formal das metas para não sofrer sanções.

Contas públicas - 1º bimestre
Houve superávit, mas resultado foi o pior em 15 anos
bimestreR$ bilhões4,87318,76322,05127,2235,3525,66119,25810,59628,32621,07210,95617,67217,21714,70711,165em R$ bilhões200520102015010203040
Déficit nominal
 
Quando se incorporam os juros da dívida pública na conta, no conceito conhecido no mercado como resultado "nominal", é registrado déficit de R$ 52,82 bilhões no mês passado e de R$ 81,13 bilhões no primeiro bimestre de 2016.

Em doze meses até fevereiro deste ano, o resultado negativo somou R$ 638 bilhões, o equivalente a 10,75% do PIB. 

Trata-se de um valor historicamente elevado.

Esse número é acompanhado com atenção pelas agências de classificação de risco na determinação da nota dos países. 

Neste patamar, o déficit do Brasil é um dos maiores do mundo.

O resultado nominal das contas do setor público sofre impacto do processo de aumento dos juros (Selic), para conter a inflação, atualmente em 14,25% ao ano – o maior patamar em quase 10 anos.

Também houve efeitos dos contratos de swaps cambiais, cujos ganhos, que são abatidos dos juros da dívida pública, somaram R$ 11,71 bilhões em fevereiro. 

O pagamento de juros nominais, em doze meses até fevereiro deste ano, ainda de acordo com números do BC, somou R$ 513 bilhões (8,64% do PIB).

Dívida líquida sobe.

Segundo números do Banco Central, a dívida líquida do setor público avançou de R$ 2,12 trilhões em janeiro (35,8% do PIB) para R$ 2,18 trilhões em fevereiro deste ano (36,8% do PIB).


A dívida líquida considera os ativos do país como, por exemplo, as reservas internacionais, atualmente em torno de US$ 370 bilhões.

Dívida bruta também avança.
 

No caso da dívida bruta do setor público, uma das principais formas de comparação internacional (que não considera os ativos dos países), o endividamento brasileiro também cresceu no mês passado. 

Esse é outro número acompanhado com atenção pelas agências de classificação de risco.

Em janeiro deste ano, a dívida estava em R$ 3,99 trilhões (67,4% do PIB). 

Em fevereiro, avançou para R$ 4,01 trilhões (67,6% do PIB). 

Alguns bancos já projetam a dívida bruta acima de 80% do PIB nos próximos anos – patamar elevado para padrões internacionais.

Perda do grau de investimento.

A consequência de as contas públicas registrarem aumento do déficit nominal é a piora da dívida bruta, utilizada para comparações internacionais, e mais pressões inflacionárias.


Por conta do fraco desempenho na economia, das dificuldades para aprovar medidas necessárias no Congresso Nacional e da piora do endividamento, o Brasil já perdeu o chamado "grau de investimento" – uma recomendação para investir no país – pelas três maiores agências de classificação de risco (Standard & Poors, Fitch e Moody´s).

Com isso, alguns fundos de pensão, devido as suas regras, têm de retirar investimentos do país. 

Dados indicam que quase US$ 10 bilhões já deixaram a economia brasileira neste ano. 

Segundo números do BC, as aplicações de estrangeiros em ações e renda fixa no Brasil estão recuando.

Além de pressionar o dólar, economistas avaliam que a perda do grau de investimento também está elevando a taxa de juros cobrada de investidores brasileiros no exterior. 

Com isso, empresas e os bancos também estão reduzindo empréstimos buscados no exterior.

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