Ofício 128/2015-AMONPA
Parauapebas-PA, 26 de Outubro de 2015.
À
VALE S/A.
Att. Sr. PAULO HORTA
MD. DIRETOR DE
FERROSOS CARAJÁS
NESTA
Prezado
Senhor,
Cumprimentando-o cordialmente, temos a
informar-lhe que a AMONPA, OAB e demais entidades representativas da sociedade
civil e instituições aderentes abaixo nominadas e subscritoras desse documento,
encaminha a Vossa Senhoria, um MANIFESTO DA COMUNIDADE DE PARAUAPEBAS, que
daremos conhecimento ao Ministério Público à a toda sociedade local, regional e
nacional, através dos órgãos de imprensa e comunicação, pelos motivos e
considerações a seguir expostas:
Inicialmente, cumpre referir que, como
lhe informado anteriormente, em 15.11.2014, fundamos a AMONPA – ASSOCIAÇÃO DOS
MORADORES, NASCIDOS E CRIADOS EM PARAUAPEBAS, IDENTIDADE E CIDADANIA, já
registrada em cartório e com inscrição no CNPJ, cujos objetivos e finalidades,
estão bem definidos em seus Estatutos Sociais, cuja cópia anexamos a esta, mas
que pode ser visualizado em nosso site: www.amonpa.org.br.
O fato é que a AMONPA representa a
comunidade do Município de Parauapebas, e por conseguinte, defende os legítimos
interesses da comunidade e os direitos de todos os moradores, numa luta
contínua e permanente por melhores condições de vida para todos os que
nasceram, se criaram, moram, vivem e trabalham em Parauapebas, tudo conforme
expostos em nossos estatutos sociais.
Estamos hoje, com mais de 20
Coordenadorias AMONPA de bairros e, em parceira com a OAB, Câmara Municipal,
associações de moradores, sindicatos e demais entidades da sociedade civil,
criamos e estamos lançando o MOVIMENTO DA UNIÃO DA SOCIEDADE CIVIL PELO DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL DE PARAUAPEBAS, que visam sejam implementadas, o mais rápido
possível, pela VALE, ações que possa levar a efetivação do DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL de Parauapebas, corolário do compromisso social intrínseco da VALE
como compensação pela exploração de nosso minério, a partir do pedido e
liberação das Licenças Ambientais Prévia, de Instalação, de Operação e de
Exploração, como condicionantes, senão de forma explícita, mas com certeza de
forma implícita para a liberação dessas licenças não só ambientais, mas desde o
requerimento de registro de minas junto ao DNPM.
É mais que evidente, que o Município de
Parauapebas, nasceu para atender, direta ou indiretamente, os interesses da
VALE, suscitando a migração de brasileiros de quase todo o País em busca do
sonho dourado(emprego, negócios, enfim melhores condições de vida para si e sua
família), fazendo de nosso município,
uma espécie de terra prometida e aqui, cheios de sonhos e esperanças, incharam
nossa periferia, gerando o caos econômico e social que hoje experimentamos, que
poderia ter sido evitado se a VALE tivesse envidado esforços, no sentido de
viabilizar junto a quem de direito, uma cidade planejada, com saneamento e
infraestrutura básica, verticalização dos minérios, estimulado a criação de
novas matrizes econômicas, incentivado a implantação de cursos técnicos
profissionalizantes e construção de Escolas Técnicas e Faculdades, priorizado a
contratação de empresas locais, bem como a contratação de pessoal, tudo isso
poderia ter sido implementado e desenvolvido com apoio e incentivo da VALE, uma
vez que ela estava e ainda está se beneficiando da exploração de minérios em
nosso município e região e, a crise atual não poderia ser na dimensão que temos,
mesmo com a crise que afeta o País e o mundo, haja vista que a queda no preço
dos minérios não afetou em quase nada a VALE, pois tem aumentado seus lucros,
como se viu recentemente com a distribuição de mais de 15 bilh~es de reais em
dividendos aos seus acionistas.
Com efeito, o preço do minério oscila
desde 2009, depois se recuperou e veio a cair com maior intensidade em meados
der 2014, chegando no final do ano e inicio de 2015, abaixo dos 50 dólares a
tonelada, mas quando chegou em torno dos 43 dólares, o dólar estava em torno
dos R$2,50 e hoje está acima dos R$4,00 – mas o preço do minério subiu, estando
hoje em torno de 60 dólares, ou seja, a VALE lucrou e muito com a crise atual,
cujos lucros aumentaram ainda mais, pois a VALE além de demitir empregados,
retirar benefícios e vantagens de seus empregados, também teria imposto às suas
contratadas uma redução de 20% sobre o valor contratado(com assinatura de um
aditivo), mas que a contratada teria que cumprir os 100% contratados ou teria o
contrato rescindido.
Ou seja, tudo legal sob a ótica
comercial/empresarial, mas injusto para com a comunidade, pois gerou impactos
de ordem econômica e social, haja vista as demissões tanto da VALE como de suas
contratadas, que como dominó, outras empresas de todos os setores(indústria,
comércio e serviços) fizeram o mesmo ou fecharam, ao ponto de chegar na
situação atual e mais uma empresa local, a RIOS e outra de fora a RIP, perderam
recentemente o contrato para empresa do RJ e BH, com a RIP demitindo mais de
600 empregados e pergunta-se: É só o menor preço que interessa?
Qual a
garantia que fornecedores de produtos e prestadores de serviços locais vão
receber seus créditos ou que não vão sofrer calote dessas empresas?
Qual o
benefício real para comunidade de Parauapebas?
Também cabe registrar nossa frustação e
decepção, para não dizer indignação, ao tomarmos conhecimento que um grande
projeto (Usina Siderúrgica do Pará), que iria ser instalada em Marabá, foi
transferida para o Estado do Ceará, o que demonstra ter sido uma decisão
política, demonstrando desinteresse da VALE em contribuir com o desenvolvimento
sustentável da comunidade de onde tira minérios há mais de 30 anos, com grandes
lucros, em que sua contribuição tem sido apenas o pagamento do CFEM, mas nada
fazendo para ajudar a promover o desenvolvimento sustentável da região, incentivando,
por exemplo, a verticalização do minério e incentivo à criação de novas
matrizes econômicas para nossa cidade, Marabá e região sul e sudeste.
Temos hoje, 86(oitenta e seis) bairros,
muitos em assentamentos clandestinos e ilegais, e no meio deles, temos mais de
10(dez) mil famílias vulneráveis, vivendo com seus filhos em condições sub
humanas, tudo fruto da migração desenfreada, mas esses migrantes são pessoas
pobres, a maioria vindas do nordeste brasileiro, poucos contratados pela VALE,
mas muitos contratados por empresas prestadoras de serviços para a VALE, como
atualmente pelo Consórcio Andrade Gutierrez/Camargo Correa (construção do Ramal
Ferroviário e ampliação da Estrada de Ferro de Carajás até Porto de Itaquí/MA e
a Construtora Barbosa Melo(obras da S11D(Canaã dos Carajás), mas o fato é
que bem poucos são contratados pela VALE,
assim como muitas empresas foram criadas também para atender a VALE, quase
sempre de forma indireta, haja vista que segundo a política e entendimento da
VALE, poucas tinham capacidade técnica e financeira para executar ou prestar
serviços de grande envergadura, sem falar que mais de 80% das compras da VALE e
suas contratadas(AG/Camargo, CBM) são efetuadas fora da comarca, com os setores
de compras e suprimentos em BH, RJ ou outra cidade, em detrimento à economia
local e regional que sai penalizada, embora exista o compromisso da VALE de
priorizar as empresas locais para garantir o desenvolvimento sustentável, que
como sabido está atrelado ao princípio da compatibilidade ambiental .
Por essas razões, muitas empresas locais
e regionais fecharam suas portas, quebraram e faliram, demitindo empregados e
deixando de pagar aos credores, tendo o calote sido a marca registrada dos
últimos 10 anos, notadamente a partir de 2009 até os dias de hoje, com
prejuízos que se fala acima dos 100 milhões de reais à economia local, nos
últimos 05 anos, que se acentuou a partir de 2010 até os dias de hoje, pois não
vimos nenhuma empresa que aplicou calote nas empresas locais e regionais, como
WO Engenharia, Santa Bárbara Engenharia, CIME, LUCAIA, SMI, D’SERVICE, ALUSA,
DOPLER, HIDELMA, HIDROTERM, CBEMI e outras, tenha quitado integralmente seus
débitos para com os credores locais, que, em face disso, estamos iniciando uma
campanha para que todos os credores lesados nos últimos 10 anos por empresas
contratadas da VALE que se dirija à AMONPA ou à OAB, trazendo seus comprovantes
de créditos, a relação dos funcionários demitidos, a relação dos credores que
deixaram de pagar, bem como informando se fecharam, faliram ou quebraram em
face desses calotes, para que possamos encaminhar ao Ministério Público para,
caso entenda, possa ingressar com uma AÇÃO CIVIL PÚBLICA ou outra ação que
entender cabível ou mesmo que nos oriente a ingressarmos, em nome dos credores
e da comunidade, para que sejam ressarcidos dos prejuízos sofridos.
Demais disso, o Município de
Parauapebas, vem sofrendo desde a implantação do Projeto SALOBO e agora Exploração
e Operação da Mina do SALOBO, todo o ônus social gerado para viabilização
dessa exploração, enquanto que o bônus, ou seja, o ISS dos produtos vendidos e
dos serviços prestados vão para o Município de Marabá, bem como o CFEM (os
royalties) da exploração(minérios extraídos e vendidos) também vão para Marabá,
haja vista que a Mina se encontra no território daquele Município, engordando
os cofres da fazenda municipal de Marabá, sem que o Munícipio de Parauapebas,
receba nenhuma compensação financeira, por todo ônus que é obrigado a suportar,
como o inchamento de sua periferia, com invasões que resultam em loteamentos
clandestinos ou irregulares, sem infra estrutura básica, nem saneamento, e
ainda as questões de moradia, transporte, saúde, água, iluminação pública,
educação e segurança, ou seja, é um ônus extremamente pesado que é suportado
pelo Governo Municipal, sem que a VALE lhe dê qualquer compensação.
Registre-se que o único investimento da
VALE na região atualmente, é a construção do Ramal Ferroviário, mas que pouco
contribui para a economia local, haja vista ser uma obra de interesse exclusivo
da VALE, para viabilizar a exportação do minério da S11D, mas que está gerando
grandes impactos de ordem ambiental, econômica e social, por exemplo para os
moradores dos Bairros Jardim Ipiranga, Tropical I e II, em que há fortes
suspeitas de que as obras e as explosões além de afetar o fornecimento de água,
também está causando sérios danos de ordem material aos moradores desses
bairros, não tendo a VALE cumprido as condicionantes previstas para liberação
das licenças para construção do Ramal, como construção de CRAS – Centro de
Referência de Assistência Social, UBS-Unidade Básica de Saúde, Implantação de
sistema de água e esgoto e outras, sendo certo que os moradores desses bairros
estão sofrendo impactos de ordem ambiental, social e econômica provocados pelas
obras do Ramal Ferroviário, além de falta de água e afetação de suas
residências (rachaduras e outros danos), que precisam ser reparados com
urgência pela VALE.
A verdade é que no entorno da exploração
mineral(Carajás), temos uma comunidade degradada, em face dos impactos de ordem
ambiental, econômica e social, ou seja, somos uma comunidade impactada, em
quase total desamparo, uma comunidade localizada ao redor das minas, com quase
300 mil habitantes cuja sobrevivência depende da exploração mineral, que sofre
os impactos de ordem ambiental, social e econômico, sendo certo que a VALE
explora minérios em Carajás há mais de 30 anos, com grandes e crescentes lucros
a cada ano, mesmo nas crises, mas a comunidade ora impactada NÃO ACEITA
TORNAR-SE uma cidade fantasma, abandonada quando acabar o minério.
Com o devido acatamento, não diga a VALE
que paga o que a lei estabelece como compensação pela exploração do minério em
nossas terras e que a culpa por Parauapebas não ser uma cidade planejada, com
saneamento e infraestrutura e tudo acima apontado, seria culpa dos governos
municipais que teriam gerido mal os recursos recebidos.
Ora, é fácil cruzar
os braços e deixar estar pra ver como é que fica, porque enquanto isso, a VALE
vai retirando o máximo de minérios, aumentando a produção, procurando reduzir
custos a qualquer preço e aumentar cada vez mais seus lucros, sem importar-se
com o rastro de miséria que deixa atrás de si, além de uma cidade fantasma?
Não
acreditamos que a VALE queira isso!
E nem a comunidade aceita isso!
Importante frisar que a exploração de
minérios em nosso Município e região pela VALE, é uma concessão e autorização
dado pelo governo federal(DNPM), sendo que a VALE é possuidora de quase todas
as minas da região, embora exista hoje mais de 130 empresas que detém a posse
de outras minas dos mais variados minérios: ferro, manganês, ouro, cobre,
níquel, etc, no Município e região, com registros no DNPM.
A comunidade precisa saber: Quais minas, que minérios e que potencial a VALE é possuidora? Em que
locais?
Quais estão sendo exploradas ou em fase de exploração e quando vão
entrar em operação?
E ainda:
01 - Quais foram as condições e ou
condicionantes a quando do Requerimento para Pesquisa, e para obtenção das
Licenças Ambientais Prévia, de Instalação, Operação e Exploração?
02 – Quais os minérios, sua qualidade e
quantidade explorada, retirada e vendida nos últimos 30 anos?
03 - Quanto foi o valor total em dólares
dos minérios vendidos nesse período de 30(trinta) anos, ou seja, desde o início
da exploração até o presente momento?
04 – Quanto ou qual foi o valor total em
reais pago á título do CFEM e quanto foi o valor total dessa taxa destinada ao
Município de Parauapebas?
05 – Quem fiscaliza as saídas de
minérios e como é feita essa fiscalização?
06 – É solicitado pela VALE a expedição
de Certificado de Origem dos minérios produzidos no município e exportados?
07 – Quem expede esse certificado de
origem?
08 – Qual o regime (Autorização,
Concessão, Licenciamento, Matrícula ou Monopólio) de exploração dos minérios no
Município?
09 – Que ações foram desenvolvidas ao
longo desses 30(trinta) anos pela VALE para atender a responsabilidade social e
função social da VALE para com a comunidade de Parauapebas?
10 – Quais ações a VALE desenvolveu como
forma de incentivar o fortalecimento da economia, visando colaborar com o
desenvolvimento sustentável do município e da região?
11 – Que ações incentivou ou desenvolveu
para a verticalização dos minérios e a criação de novas matrizes econômicas?
12 – Quais cursos técnicos e superiores
incentivou ou promoveu para viabilizar a qualificação profissional de pessoas
que nasceram, se criaram ou moram no município?
13 – Que ações incentivou ou desenvolveu
para criação de Escolas Técnicas ou Faculdades para formação de nossos jovens
durante esses 30 anos?
14 – Quais os tipos de ajuda ou
colaboração deu para construção de Hospitais, Clínicas, Galpões Comunitários que
construiu ou ajudou a construir para o atendimento às famílias migrantes que
vieram para nosso município em busca de emprego e melhores condições de vida em
face da mineração?
16 – Onde são realizadas as principais compras
das VALE e de suas contratadas de fora da comarca?
17 – Onde fica o Setor de Compras/Suprimentos
da VALE?
18 – Qual o percentual de compras
realizadas pela VALE na sede do município de Parauapebas e qual o percentual de
compras efetuadas fora de Parauapebas?
19 – Quais são os critérios para
contratação de empresas para fornecimento de produtos e prestação de serviços?
20 – Quais são as garantias dadas aos
fornecedores de produtos e prestadores de serviços locais de que podem atender
tanto a VALE quanto suas contratadas que receberão seus créditos?
21 – O que a VALE faz para que os
fornecedores de produtos e prestadores de serviços locais não sofram calotes de
suas contratadas?
22 – Existe alguma exigência da empresa
para que antes de encerrar o contrato forneça uma certidão de quitação de
débitos para com os fornecedores locais?
23- Existe alguma exigência para que as
contratadas de fora da comarca, se estabeleçam no Município(Filial), com
domicílio fiscal e bancário, além de Inscrição Estadual, CNPJ e Inscrição
Municipal da empresa contratada?
24 – Existe a exigência da idoneidade
financeira até final do contrato?
25 – É solicitado que a empresa
contratada comprove ter essa idoneidade antes da contratação, por exemplo: como
foi integralizado o capital social, ou seja, comprovação de que o capital
social foi efetivamente integralizado e como: se em dinheiro ou bens imóveis,
com suas respectivas escrituras e avaliações técnicas?
26 – Como a VALE pode garantir a
idoneidade de sua contratada para com os fornecedores locais?
27 – Está comprovado que nos últimos 10
anos, uma grande parte das contratadas da VALE aplicaram calotes nos
fornecedores locais: O que a VALE fez ou está fazendo para ressarcir ou para
que os credores recebam ainda seus créditos ou para evitar que isso continue
ocorrendo, uma vez que essas empresas foram contratadas pela VALE e a VALE
sabia que as mesmas estavam realizando compras ou contratando a prestação de
serviços com empresários locais?
28 – A VALE, em algum momento, como forma
de fortalecer a economia local, procurou realizar um Consórcio de empresas ou
empresários locais ou regionais para atender a necessidade de contratação de
uma empresa para execução de grandes obras, para evitar a contratação de
empresas de fora e priorizar os fornecedores locais? Porque?
Por todos esses motivos, foi que criamos
esse MOVIMENTO DA SOCIEDADE CIVIL, para que a VALE possa lançar propostas a
serem cumpridas por ela, como forma de compensar a comunidade de Parauapebas pelos
lucros obtidos da retirada de nosso minério, incentivando e ajudando a
viabilizar o desenvolvimento sustentável do Município, dando com isso cumprimento
de sua responsabilidade social (contido no contexto da função social da mineradora
na comunidade de onde explora minérios), encargo implicitamente assumido a
quando dos pedidos da liberação das Licenças Ambientais, de Instalação, e de Exploração/Operação,
até porque a VALE JAMAIS informou à comunidade, que minérios, qualidade e
quantidade explora, mês a mês, e que possa vir objeto do pagamento dos
royalties, bem como a comunidade não sabe se há fiscalização?
Quem fiscaliza a
saída desses minérios? Os minérios exportados tem certificado de origem?
Ou
onde é tirado esse certificado e por quem?
Ou seja, são questionamentos que a
comunidade tem direito de saber, afinal o minério é retirado de terras
localizadas no nosso Município.
Acreditamos mesmo que a VALE, se
quisesse reduzir um pouco seu lucro, mesmo pagando o CFEM (a chamada
compensação legal) pelo minério retirado, poderia ter contribuído para criação
de uma cidade planejada, com Plano Diretor, saneamento e infraestrutura básica
em toda a cidade, segurança, implantação de Escolas Técnicas de alto nível,
instalação de Universidades, para formação de jovens do Brasil inteiro, para
tornar Parauapebas um Polo Universitário, construção de Hospitais de primeira
linha, incentivando a verticalização do minério, estimulando a criação de novas
matrizes econômicas, construindo galpões comunitários nos bairros que fossem
sendo estruturados com saneamento e infraestrutura, priorizando as empresas
locais na contratação de prestação de serviços e fornecimento de produtos, tudo
fazendo para viabilizar o desenvolvimento sustentável de Parauapebas e honrar seu compromisso de
responsabilidade social implicitamente assumido para exploração de nosso
minério, e aí sim a VALE poderia mostrar para a mídia nacional e internacional,
o retorno que estaria dando à comunidade, em troca da retirada dos minérios das
entranhas de nossas terras, viabilizando o desenvolvimento sustentável do
Município, um direito da comunidade!
Que fique claro, que a comunidade de
Parauapebas, NÃO É CONTRA que a Mineradora VALE explore os minérios, mas pedimos
que tenha apenas os lucros possíveis e não lucrar o máximo possível deixando
atrás de si um rastro de misérias, prejuízos e impactos de ordem econômica, social
e ambiental e um povo sem rumo e sem perspectivas, apenas porque é uma empresa
nacional?
Não, a VALE não é apenas uma empresa nacional, ela é uma empresa
multinacional, a 2ª ou 3ª mineradora do mundo.
Sabemos que toda empresa
privada, visa lucro, mas nesse caso, que o lucro seja o possível, após
contribuir, efetivamente, com sua responsabilidade social, devendo incluir em
sua planilha de custos, o preço para cumprir essa responsabilidade!
ASSIM, a AMONPA, a OAB/Subseção
Parauapebas, Câmara Municipal, Conselho da Comunidade e todas as demais
entidades que abaixo subscrevem o presente OFÍCIO/MANIFESTO, vem
respeitosamente perante Vossa Senhoria, pedir seja levado esse PLEITO à
Presidência da VALE, para que dê o devido encaminhamento às reivindicações da comunidade
de Parauapebas, cujo documento será encaminhado para publicação na mídia local,
regional e nacional, como MANIFESTO ABERTO da COMUNIDADE, formulado pelas
entidades e instituições da sociedade civil de nosso município, que subscrevem
o presente documento e que requerem o seguinte:
01 – Que a VALE acolha os pleitos da
comunidade, dando o apoio necessário para realização de SEMINÁRIOS,
CONFERÊNCIAS e AUDIÊNCIAS PÚBLICAS, para se discutir a exploração mineral,
levantamento de todas as minas existentes e seus respectivos minérios e em nome
de quem estão, ou seja, o POTENCIAL MINERAL de Parauapebas e Região e quem
detém a posse;
02 – Que o temário desses
eventos(Seminário, Conferência e Audiência Pública), se amplie em sub temas,
quais sejam: Como explorar os minérios existentes: verticalização(Siderúrgica
de Marabá e uma em Parauapebas, não de ferro, mas de cobre, por exemplo), incentivo
à formação de consórcio de empresas locais para participar das grandes obras e
estímulo à criação de uma Cooperativa de Mineração das empresas possuidoras de
minas para exploração das mesmas e incentivo à criação de novas atrizes
econômicas;
03 – Que a VALE viabilize a implantação
de Cursos Técnicos Profissionalizantes e Faculdades/Universidades, com a
respectiva construção dos prédios para sua implantação e funcionamento;
04 – Que a VALE construa Galpões
Comunitários em 40 (quarenta) bairros da Periferia de nossa cidade, especialmente
os mais carentes, os quais serão indicados oportunamente, onde vivem mais de 10
mil famílias em condições sub humanas, sendo que nesses galpões serão realizados
sopões e implantados as coordenadorias de bairros e serviços dos mais diversos,
como cursos, palestras, seminários, etc;
05 – Que a VALE estude como fazer o
saneamento e infraestrutura básica desses 40(quarenta) bairros da periferia de
nossa cidade, que abriga famílias de grande vulnerabilidade social, vítimas dos
impactos sociais e econômicos causados pelos motivos acima expostos, sendo que
a construção das estruturas físicas para escolas técnicas, faculdades, galpões
comunitários e o saneamento pedidos, são solicitados por força da função social
da mineradora e da responsabilidade social da VALE para com a comunidade ora
impactada, ampliando assim sua compensação para garantir o desenvolvimento
sustentável de Parauapebas e também pelo ônus que o Município suporta para
exploração da Mina do Salobo, cujos bônus são destinados à Marabá;
06 – Que a VALE cumpra com sua obrigação
assumida como condicionantes para liberação das Licenças Ambientais, de
Instalação e Exploração de minérios em nosso Município, bem como das Licenças
Ambientais para construção do Ramal Ferroviário, resolvendo o problema de falta
de água afetado pelas explosões e construção do ramal e ressarcindo e
reconstruindo/reformando as residências danificadas de todos os moradores dos
bairros Jardim Ipiranga, Tropical I e II.
Atenciosamente.
AMONPA
– Manoel Chaves Lima
SUBSEÇÃO PARAUAPEBAS DA OAB/PA
Presidente
DR. DEIVID BENASOR DA SILVA BARBOSA– Presidente
CÂMARA MUNICIPAL DE PARAUAPEBAS CONSELHO DA
COMUNIDADE
IVANALDO BRÁS S. SIMPLÍCIOPresidente DR. HÉLDER
IGOR SOUSA GONÇALVESPresidente
ASSOCIAÇÃO CENTRAL DOS MORADORES DOS BAIRROS JARDIM
IPIRANGA, TROPICAL I e II
GIRLAN FERREIRA DA SILVA Presidente
ASSOCIAÇÃO DE MORADORES DO BAIRRO NOVA
CARAJÁS/AMBNC
RAIMUNDO CARVALHO DA SILVA Presidente
SINDICATO DOS TRABALHADORES DE EDUCAÇÃO PÚBLICA DO
ESTADO DO PARÁSub Ppeba
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