Justiça proibiu a prática por risco de contaminação.
Decisão é por tempo indeterminado.
Barcos são vistos na foz do Rio Doce em Regência, em dezembro de 2015 (Foto: Flávia Mantovani/G1)
A decisão da Justiça Federal de proibir, por tempo indeterminado, a pesca na região da Foz do Rio Doce, no Norte do Espírito Santo, começou a valer nesta segunda-feira (22).
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF-ES), as atividades pesqueiras no local voltaram a acontecer após o fim do período de defeso do camarão.
A medida visa a preservar a saúde da população que consume os pescados da região e a sobrevivência das espécies.
DESASTRE AMBIENTAL
Barragem se rompe em Mariana, MG
A decisão compreende a região da Foz do Rio Doce entre a Barra do Riacho, em Aracruz, até Degredo/Ipiranguinha, em Linhares.
Ficará permitida somente a pesca destinada à pesquisa científica.
Para o MPF, a interdição vai garantir a conclusão dos trabalhos
técnicos que buscam diagnosticar os impactos da lama no mar e a
contaminação dos recursos pesqueiros.
O órgão ressalta, ainda, que a ação é necessária porque nenhum estudo
realizado até o momento garante que os peixes, moluscos e crustáceos que
habitam a área da foz do Rio Doce não estão contaminados por
substâncias nocivas à saúde humana depois do rompimento da barragem da Samarco em Mariana (MG).
Além disso, o ecossistema marinho, que já se encontra fragilizado pelos
rejeitos de mineração, teria um novo impacto causado pela pesca sem
haver um diagnóstico preciso dos danos até então verificados.
Divulgação
De acordo com a liminar, a Samarco fica obrigada a divulgar em seu site e na imprensa a proibição da pesca na região, conforme calendário preestabelecido pela Justiça. Foi arbitrada, ainda, multa de R$ 30 mil reais por dia caso a empresa não cumpra a decisão.
O MPF entende que, caso os réus não adotem medidas no sentido de
impedir imediatamente a pesca, que voltou a acontecer após o término do
período de defeso do camarão, os trabalhos de pesquisa que estão sendo
desenvolvidos serão prejudicados, adiando ainda mais o diagnóstico dos
impactos do desastre ambiental.
“E, pior, será assumido o risco de contaminação de inúmeras pessoas que
venham a consumir o pescado, molusco ou crustáceo, com graves
consequências para o sistema público de saúde”, destaca a ação.
A Samarco informou ao G1 que ainda não foi notificada sobre essa decisão da Justiça Federal.
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