Nelci Warken e Ademir Auada tiveram a prisão temporária prorrogada.
Atual fase mira abertura de offshores e apartamentos no Edifício Solaris.
Nelci Warken e Ademir Auada (Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters e Paulo Lisboa/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo)
Como a prisão deles já tinha sido prorrogada por mais cinco dias, o que pode acontecer agora é uma conversão para prisão preventiva, quando não há prazo para expirar, ou a liberdade.
A atual fase da operação investiga a abertura de offshores (empresas no exterior) e a compra de apartamentos no Condomínio Solaris, construído pela OAS, para lavar dinheiro do esquema de corrupção na Petrobras.
A empresa Mossack Fonseca, sediada no Panamá, é investigada por abrir uma offshore (Murray Holdings) que assumiu a propriedade de um dos imóveis para esconder os reais donos.
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Warken é apontada como responsável por um tríplex no Condomínio Solaris e, de acordo com o juiz Sérgio Moro, há provas do envolvimento de Warken em fraudes.
Já Auada, é tido como responsável pela Murray Holdings junto à Mossack.
Além da Murray Holdings, ele era responsável por pelo menos outras 18 off-shores, conforme o MPF.
O pedido para preventiva deve partir da PF ou do Ministério Público Federal (MPF) e a decisão cabe ao juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância. Se não houver pedido, os dois serão soltos.
Entre os crimes investigados na atual fase, que foi batizada de Triplo X, estão corrupção, fraude, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
Estão foragidos.
Maria Mercedes Riano Quijano e Luiz Fernando Hernandez Rivero também tiveram mandados de prisão temporários expedidos são considerados foragidos pela PF.
A dupla é apontada pelas investigações como administradora da Mossack no Brasil.
Foram soltos
Ricardo Honório Neto, sócio da representação brasileira da Mossack, e Renata Pereira Brito, funcionária de confiança da Mossack no Brasil, saíram da cadeia no domingo (31) porque venceu o prazo da prisão e não houve pedido de prorrogação.
"Renata Pereira de Brito e Ricardo Honório Neto, em princípio, são co-autores secundários ou de menor participação dos crimes imputados, sendo os reais controladores da Mossack Fonseka Maria Mercedes Riano Quijano e Luiz Fernando Hernandez Rivero, que também possuem mandados de prisão temporária, permanecem em local desconhecido", afirma o MPF.
Apesar da liberdade, eles terão que respeitar algumas exigências.
Renata e Ricardo estão proibidos de deixar o país ou mudarem de endereço, sem a autorização da Justiça; devem entregar o passaporte em 48 horas; não podem voltar a trabalhar na Mossack; devem comparecer a todos os atos do processo e de atender convocações da PF e do MPF.
Família de Vaccari pagou por apartamento.
O despacho do juiz Sérgio Moro sobre esta fase da Lava Jato diz que uma cunhada de Vaccari, Marice Correa de Lima, pagou R$ 200 mil por um apartamento em construção no Solaris, até 2012.
No ano seguinte, desistiu do negócio e recebeu como devolução da OAS R$ 430 mil.
Além disso, a mulher de João Vaccari Neto, Giselda Rousie de Lima, declarou à Receita Federal ser proprietária da unidade 43 no empreendimento.
Mas, segundo o MPF, outra pessoa aparece como proprietária: Sueli Falsoni Cavalcante, que é empregada da OAS.
Vaccari, que já presidiu a Bancoop, foi preso pela Lava Jato em 2015 e está detido na Região Metropolitana de Curitiba.
Triplex que foi de Lula
De acordo com o jornal "O Globo", um triplex do condomínio Solaris pertenceu ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo o MPF, o caso ainda é investigado.
Em depoimento ao Ministério Público de São Paulo no ano passado, dois funcionários do Solaris afirmaram que viram Lula e a ex-primeira-dama Marisa Letícia visitando a reforma do triplex 164A.
A investigação do MP de São Paulo é independente da Lava Jato.
No dia 29 de janeiro, o promotor de Justiça de São Paulo Cássio Conserino intimou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua mulher Marisa Letícia para depor na investigação sobre o apartamento triplex.
O depoimento está marcado para o dia 17 de fevereiro, no Fórum da Barra Funda, na capital, e será a primeira vez que Lula e Marisa vão depor como investigados.
O Instituto Lula diz que "são infundadas as suspeitas do Ministério Público de São Paulo e são levianas as acusações de suposta ocultação de patrimônio por parte do ex-presidente Lula ou seus familiares".
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