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terça-feira, fevereiro 23, 2016

João Santana, o homem que elegeu seis presidentes





A trajetória e os números impressionantes do marqueteiro em quem Dilma Rousseff aposta para se reeleger em 2014

LUIZ MAKLOUF CARVALHO
04/10/2013 - 21h09 - Atualizado 22/02/2016 12h14


"A Dilma vai ganhar no primeiro turno, em 2014, porque ocorrerá uma antropofagia de anões. 

Eles vão se comer, lá embaixo, e ela, sobranceira, vai planar no Olimpo.”

 A previsão é do marqueteiro João Santana, o número um do PT, do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e da presidente da República, Dilma Rousseff – a “selvagem da motocicleta”, como divertidamente a chamou em uma das duas entrevistas que concedeu a ÉPOCA. 

Os “anões”, diz Santana, são os candidatos Marina SilvaAécio NevesEduardo Campos e, pelas contas dele, José Serra.

“O que menos crescerá, ao contrário do que ele próprio pensa, é justamente Eduardo Campos”, disse.


Santana faz parte, como consultor político informal de Dilma, da meia dúzia de assessores que ela ouve mais, conhecida como “núcleo duro” do governo.

Além dele, formam o time os ministros Aloizio Mercadante (Educação), José Eduardo Cardozo (Justiça), Fernando Pimentel (Desenvolvimento), o ex-ministro Franklin Martins e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva

 Deles, o único que não é ou foi ministro nem presidente da República é Santana.

Ele compara Lula a Dilma da seguinte forma: “Lula é vulcão. Dilma é raio laser”. 

E se autodefine assim: “Sou um dos últimos socialistas românticos e um dos primeiros socialistas cibernéticos – ao mesmo tempo utópico e descrente; ao mesmo tempo sério e debochado”. 

Faz uma profecia para o Brasil: “Aqui ocorrerão, neste século, as grandes tramas neopolíticas, neoestéticas e ciberétnicas. 

Gosto muito da definição espiritua­lista, de que o Brasil é o laboratório do espírito santo”.


AUTODEFINIÇÃO O marqueteiro João Santana em seu escritório, em São Paulo. “Sou um dos últimos socialistas românticos e um dos primeiros socialistas cibernéticos” (Foto: Mauricio Lima/The New York Times)

João Santana de Cerqueira Filho, baiano da cidade de Tucano (pois é...), tem 60 anos, é vovô de três netos, com o quarto a caminho, e coleciona feitos e números inusitados. 

Como marqueteiro, já ajudou a eleger seis presidentes da República: Lula (reeleição, 2006), Mauricio Funes (El Salvador, 2009), Dilma Rousseff (2010), Danilo Medina (República Dominicana, 2012), José Eduardo dos Santos (Angola, 2012) e Hugo Chavez/Nicolás Maduro (Venezuela, 2012). 

É um recorde mundial. 

Vale lembrar que Lula foi reeleito depois do escândalo do mensalão. 

O marqueteiro contou a ÉPOCA que foi ele quem convenceu o PT a lançar a quarta candidatura de Lula, no começo de 2001, momento em que até o próprio Lula não estava animado com a ideia. 

“Naquela época, o Duda (Mendonça, então sócio majoritário de Santana, com quem ele rompeu depois) defendia os nomes do Suplicy ou do Tarso Genro”, afirma. (Mendonça não quis dar entrevista a ÉPOCA.)

Santana pode chegar a sete presidentes eleitos, se confirmadas as pesquisas no Panamá. 

O candidato José Domingo Arias, seu cliente, está na liderança. 

As eleições serão em março de 2014. 

Santana está concentrado nesse trabalho. 

Viaja com frequência para a Cidade do Panamá, onde mantém uma equipe de 30 pessoas. 

Sua empresa continua a dar assistência aos presidentes de Angola, El Salvador e República Dominicana.

Quanto Santana fatura com todo esse movimento? “São números confidenciais, que só interessam à empresa”, diz. 

Mas ele próprio já informou, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, que a campanha de Dilma Rousseff custou R$ 42 milhões – sem especificar os percentuais de despesa, a maior parte, e de lucro. 

Os números disponíveis no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que a Pólis Propaganda e Marketing, sua empresa, recebeu, do PT nacional, R$ 13,7 milhões em 2006, R$ 9,8 milhões em 2008, R$ 42 milhões em 2010 e R$ 30 milhões em 2012. 

Um total de R$ 95,6 milhões.

 É o que há no TSE até 2012.

Não existe TSE ou semelhantes para as campanhas internacionais.

De vez em quando, sai um número que Santana não confirma nem desmente, como os US$ 65 milhões de faturamento na campanha presidencial de Angola – aí incluídos os custos, a exemplo dos demais números citados. 

No ano passado, com seis campanhas simultâneas, a Pólis empregou temporariamente um batalhão de 700 funcionários.

 Seus braços direito e esquerdo, na Pólis, além da sócia e mulher, Mônica Moura, são os marqueteiros Marcelo Kertész e Eduardo Costa.


álbum de família 1. Na infância, tocando trompa na escola em Tucano, Bahia 2. Com as irmãs Márcia e Balila, em 1962 3. Em São Paulo, nos anos 1970, época em que compunha letras para o grupo Bendegó 4. Entrevistando o cacique Raoni no Xingu, em 1984 (Foto: Arq. pessoal)

 

No caso da presidente Dilma, Santana e a área de comunicação do governo dizem que ele trabalha de graça. 

Em 9 de fevereiro de 2011, Santana e seu diretor de criação, Kertész, assinaram, com a Presidência da República, um termo de cessão de direitos de uso da marca e do slogan “Brasil – país rico é país sem probreza”, criado por ambos. 

A ministra da Comunicação Social, Helena Chagas, não quis falar sobre Santana. 

A presidente Dilma também não.

O escritor e marqueteiro baiano Marcelo Simões, amigo antigo, admirador e ex-colaborador da Pólis, afirma que Santana ficou milionário. 

“Bota aí uns US$ 50 milhões, para mais”, diz. Santana ouviu esse número duas vezes. 

Apenas riu, gostosamente, e carimbou Simões com dois ou três palavrões dos que se dizem na baianidade.

Já veio a público que Santana tem um bom apartamento num bairro chique de Salvador, uma casa de oito quartos na Praia de Interlagos, Bahia, outra, futurista, na Praia de Trancoso, uma fazenda em Tucano e outra em Barreiras, cidade vizinha. 

Viaja com frequência para o exterior – principalmente Nova York e Paris, algumas vezes por ano. “Adoro essas duas cidades e já não sou um turista acidental”, diz. 

Em janeiro passado, levou a família – 13 pessoas – para 20 dias de férias em Barbados, uma ilha no Caribe.

Ultimamente, mora em São Paulo, onde fica a sede da Pólis, com 20 funcionários fixos (a empresa tem filial em Salvador). 

Depois de alguns anos morando em bons hotéis, mudou-se com a mulher para um apartamento de 280 metros quadrados, por enquanto alugado, no bairro de Vila Nova Conceição. 

Em Brasília, aonde vai quando a presidente o chama – não diz com que frequência –, hospeda-se em hotel.

Santana já se casou com sete mulheres. 

Sua sócia e faz-tudo Mônica Regina Cunha Moura é a sétima. “É a grande mulher da minha vida”, diz ele.

 Antes de Mônica, ou MM, como ela assina os e-mails, os amigos o chamavam de Dom João VI.

 O casamento-namoro vai para 15 anos. 

Jantam fora praticamente todos os dias, nos melhores restaurantes, com os melhores vinhos, escolhidos, às vezes, no aplicativo que ela guarda no iPhone.

Santana é muito de frutos do mar – com predileção pelo tirashi, da cozinha japonesa, que leva fatias cruas de peixe sobre uma tigela de arroz. 

MM é ele, para todas as tarefas práticas que possam existir: contatos com imprensa, advogados, clientes, fornecedores, meia dúzia de secretários domésticos, problemas com filhos (e suas mães), netos, sogra, logística.

 É tudo com ela.

Para esta reportagem, Santana só apareceu depois de dois meses, diversos telefonemas, dezenas de e-mails e torpedos – todos com ela.
Mônica já não estranha as muitas excentricidades do marido – entre elas a relação espiritual que Santana tem com Ettore Majorana. 

A internet informa que Majorana foi um físico italiano. 

Estudioso da energia nuclear, desapareceu misteriosamente em 1938, com 32 anos. 

É uma espécie de Dana de Tefé da física, por assim dizer. 

“Tenho uma relação misteriosa e cotidiana com ele”, diz Santana, ao relembrar que o jovem cientista existiu. 

É o Santana dos espíritos e do candomblé, de confessada forte influência, pé de pato, mangalô, três vezes.

Numa entrevista a ÉPOCA, quando achou que falava mais do que pretendia, Santana fez uma pausa, acendeu a luz alta dos grandes olhos verdes, disse “Você tem um omulu...” – e continuou a falar. (Majorana desapareceu, livro do escritor italiano Leonardo Sciascia, está disponível nos sebos virtuais.)

Os números também são superlativos no que tange às (p)referências culturais de Santana, definidas por ele como “maravilhosamente caóticas”. 

Na literatura, citou 56 autores, 14 deles brasileiros, entre aqueles que fazem ou fizeram seu deleite. 

Na música, relacionou 80 compositores e/ou intérpretes.

A maioria faz parte do cânone universal, ou nacional (leia a relação abaixo). 

Um ou outro pede um passeio no Google, caso do compositor erudito Arvo Part, de 78 anos, da Estônia (nascido em 11 de setembro, já que Santana é de ver omulus...). 

 No estilo brega, diz que adora Waldick Soriano – de “Eu não sou cachorro não”–, sempre querido dos que farrearam em casa de mulher, prostíbulo, cabaré e lupanares. 

De um deles, em Porto Alegre – tempos em que fazia a campanha do peemebedista Antônio Britto contra o vitorioso bigodudo petista Olívio Dutra –, Santana escorraçou da mesa um colega que desrespeitou uma estonteante profissional.
  •  
Junho era emoção, espasmo.
Não foi modificado o sentimento
em relação a Dilma"
João Santana
Há um João Santana romancista – e nessa área os números também falam alto. 

Ele classificou o órgão sexual feminino em nada menos de 14 tipos, cada qual com sua detalhada e criativa descrição.

São eles: “abóbada azulada”, “brasa endiabrada”, “mamãe eu quero”, “de siri”, “gaita de fole”, “dedo de veludo”, “Vênus de Apuleio”, “menina fujona”, “grota oceânica”, “arco-íris”, “alicate”, “serpente alada”, “porta de cadeia” e “rainha”. 

A única descrição possível de citar em ÉPOCA é a arco-íris: “Coberta por uma pequena selva respingada de gotas tímidas, que se abrem suspeitas de segredos, loucas para se revelar”. 

As outras – e muitíssimo mais – estão no romance Aquele sol negro azulado, o único de Santana até aqui, lançado em 2002, disponível on-line.

Santana escolheu, para a primeira entrevista, um estrelado restaurante nos Jardins, área nobre da capital paulistana. 

Era uma agradável tarde de sábado. Chegou, baianamente, irradiando simpatia. 

Um blazer azul-marinho com botões dourados rodeava uma barriga que, vá lá, sempre poderia ser maior.

Calça jeans, camisa de listras verticais e sapatênis, todos de boas marcas, completavam sua ladina figura (no sentido em que Rubem Braga chamou Vinícius de Moraes, ambos na lista dos 56 autores).

Uma das características mais singulares de Santana é que ele não termina todas as frases de forma inteligível. 

“Tenho um circuito neural rápido, tzzzzwzq, tchxzhchcz, querwtzch, tryzwrrrs (barulhos de circuito neural rápido). 

Qualquer pessoa que convive ou conviveu comigo sabe disso.” Diz que a presidente Dilma brinca com ele devolvendo fins de frases igualmente incompreensíveis, que ambos entendem. 

“Meu cérebro produz algumas coisas muito rápidas, e essa é a função nossa, como marqueteiros, um termo que adoro, um nome simpático.

Apesar de toda a carga pejorativa que tentam impor, acho bonito.

Parece coisa de sambista.

Sinto como se fosse o sambista da política.

Me sinto na Lapa de Noel, fazendo política na Lapa...”

No restaurante, Santana relembra a infância em Tucano, no sertão de Canudos, a 250 quilômetros de Salvador, àquela época com 3 mil habitantes. 

Foi o filho do meio do segundo casamento do fazendeiro, beneficiador de sisal, dono de cartório e depois prefeito João Santana, “muito autoritário”. Seu pai já morreu.

Sua mãe, dona Helena, que mora em Salvador, abastecia a casa com publicações do “sul”, como a revista O Cruzeiro e livros das Edições de Ouro.

Santana conta que estudava – “até latim grego” –, lia, dirigia o DKW desde os 9 anos e soprava saxofone alto na Filarmônica São José.

O maestro era João Neves, de resto oficial de justiça no cartório paterno. 

Ele diz que aprendeu hipnotismo em dez lições, e praticou, até com levitação. 

“Adorava provocar dor de dente nas meninas.” 

Até hoje é adepto da quiromancia – a leitura das mãos. 

Em 1965, com 12 anos, mudou-se para Salvador. 

Vida de colégio interno, o marista Vieira, onde ganhou o apelido que até hoje carrega: Patinhas.

Não por ser pão-duro – é até mão aberta.

Mas por exercer “com tirania fiscal única” o posto de tesoureiro do grêmio estudantil.

Em junho, quando as manifestações de rua abalaram o país, a presidente Dilma convocou Santana.

De olho na televisão, almoçaram no dia 17, com Carlos Augusto Montenegro e Márcia Cavallari, do Ibope, que monitorava a movimentação. 

“Ninguém entendia o que estava acontecendo”, diz Santana.

 Na noite do mesmo dia – quando mais de 100 mil pessoas ocuparam o centro do Rio de Janeiro –, o jantar, com TV, reuniu a presidente, o marqueteiro e o, no momento, mais poderoso integrante da meia dúzia de conselheiros palacianos: o ministro Mercadante, da Educação.

 “Já ficou claro que a crise seria maior do que a gente tinha imaginado”, diz Santana. 

Ele é muito cioso, quase temeroso, em contar o que Dilma disse ou deixou de dizer nessa e em qualquer outra ocasião. 

Sabe que ela não suporta leva e traz.

 Faz um comentário genérico sobre a postura dela na crise junina – quando chegou a cair 27 pontos nas pesquisas: “Ela tem uma capacidade muito forte de resistir a uma situação de crise. 

A Dilma é f... Ela fica surpresa, sim, mas jamais intimidada”.

Santana detectou, em sua cadeia de pesquisas, que junho poderia acontecer? 

“Não. É impossível”, responde. Não é uma falha do marqueteiro político? “Não. 

Acontecimentos dessa natureza só podem existir porque são imprevisíveis.

Pesquisa não pode detectar fatores vulcânicos. 

É igual um terremoto.

Você sabe que pode acontecer, mas nunca saberá o dia, nem a intensidade. 

Se, uma semana antes, perguntassem, para as 400 mil pessoas que foram às ruas, se elas iriam, a resposta seria não.” 

Em julho, quando uma pesquisa do Datafolha mostrou uma queda de 21 pontos na popularidade de Dilma, apontando segundo turno em 2014, Santana disse à Folha de S.Paulo: “Essa pesquisa tem o valor de uma vaia em estádio.

Não passa de catarse temporária. 

Redobro a aposta: Dilma ganha no primeiro turno”.

No sábado de agosto, durante o almoço com ÉPOCA, as pesquisas apontam forte subida de Dilma – 38% de avaliação “ótimo” ou “bom”. Santana está feliz. “Nas minhas pesquisas, ela já está com 43 – e subirá mais”, afirma.

Para explicar seu prognóstico, usa a nomenclatura do neurobiologista português António Damásio, “um dos caras mais geniais que eu já li”. 

Nesse caso, a referência é o livro  

Em busca de Spinoza: prazer e dor na ciência dos sentimentos, que diz reler pela terceira vez. 

Damásio trata, filosoficamente, das diferenças entre os sentimentos e as emoções.

JUNTOS HÁ 15 ANOS João Santana está no sétimo casamento, com Mônica Moura (acima). “É a grande mulher da minha vida”, diz (Foto: Arq. pessoal)


– Junho era emoção, espasmo. 

Não foi modificado o sentimento das pessoas em relação a Dilma.

Uma semana antes, minhas pesquisas mostravam que os atributos dela, a maioria, eram extremamente positivos.

 É honesta? Tem comando? Mais de 70%. 

O governo está gerindo bem? Está, com problemas aqui e ali, mas está. 

Confirmava a série histórica, e batia com a pesquisa de 15 dias antes. 

Então, não poderia ser algo em relação a ela, Dilma, mas à posição no cargo.

Há estudos mostrando que, na estrutura republicana federativa, a crise bate mais fortemente lá em cima – mas é lá em cima também que começa a se dissolver.

Por isso, ela se recuperou tão rápido.

Patinhas é o nome com que Santana virou verbete no prestigioso Dicionário Cravo Albim da Música Popular Brasileira, disponível na internet.

Foi fundador e letrista do grupo Bendegó, com os parceiros Winston Geraldo Guimarães Barreto, o Gereba, que segue músico em Salvador, e José Ventura dos Santos, o Kapenga, funcionário de Santana em São Paulo.

Nos velhos tempos, Patinhas conviveu com Caetano, Gilberto Gil e muitos outros “bichos-grilos” do que viria a ser o tropicalismo. Patinhas gostava de chocar (ontem como hoje).

Contam que uma vez, na casa de Caetano, copinho de cachaça equilibrado no joelho – “nunca deixou cair!”, diz Gereba –, quis constranger o grupo perguntando quem se masturbava (com outra palavra, é claro). As respostas foram saindo, tímidas e confrangidas. 

Até que Caetano fez a mesma pergunta ao próprio Patinhas. “Não abro mão”, respondeu, zás-trás, para a gargalhada geral.

E virou mais um copinho da bebida que ainda hoje curte (e coleciona).

Eram anos de ditadura, década de 1970.

Patinhas aderiu aos sentimentos e emoções da guerrilha cultural, em sentido amplo. 

Deixou crescer o cabelo, à black power. 

Pelos relatos, fumou toda a maconha que pôde, viciou-se em nicotina (até quatro maços por dia), experimentou muitos cogumelos alucinógenos do sertão, fez viagens místicas e psicodélicas, jogou-se na música e na filosofia eubiótica (ou arte de bem viver) do suíço-baiano Walter Smeták, guru dos tropicalistas. Santana o incensa até hoje: “Foi meu pai espiritual.

Ensinou-me a virar os olhos para dentro da cabeça e o ouvido para dentro do silêncio da alma”.

O João trouxe muita convicção
de que era possível reverter
a crise, e acertou a mão"
Gilberto Carvalho, ministro, sobre a crise do mensalão .
Como jornalista, teve “um tremendo lado moleque”, expressão do jornalista Antônio Risério, amigo e colaborador.

Uma vez, atrapalhou completamente uma visita do então presidente Sarney, hoje presidente do Senado, ao Mercado Modelo, em Salvador.

Na hora em que Sarney chegou, um ator comediante localmente bem conhecido comandava uma balbúrdia de fãs pedindo autógrafo. 

Santana é quem armara tudo, caladinho.

 Outra vez, na época das Diretas Já, quando Paulo Maluf visitava Salvador, mandou fazer uma camiseta.

No aeroporto, pediu a uma fotógrafa (sua namorada, para variar) que entregasse a camiseta a Maluf, como presente dos jornalistas da Bahia.

Então candidato ao colégio eleitoral, Maluf a recebeu, dobrada, deu aquele indefectível sorriso e, sem atentar na inscrição, abriu um “Diretas Já” que foi parar na imprensa.

Sua primeira e rápida incursão como publicitário foi na agência Standard, do então rebelde, comunista e ex-exilado Sérgio Amado. 

O cliente era a cadeia de lojas Tio Correa, um varejista daqueles tempos como as Casas Bahia. “Vá direto no barato”, foi o slogan criado por Patinhas.

 Era um pleonasmo vicioso. 

“Ele sempre foi talentoso”, diz Amado, hoje presidente da Ogilvy Group Brasil.

Do time publicitário que não trabalha para o governo, ele não é o único dos centroavantes a elogiar Santana.

“João é um cara que sabe se colocar”, afirma Nizan Guanaes, presidente do Grupo ABC, o maior grupo brasileiro de marketing, onde pontifica a agência África.

“O Tio Correa dobrou as vendas, mas o barato bom era o outro”, diz Santana, com uma espontânea risada de baiano folgado. 

Conta que parou com os exageros quando nasceu sua primeira filha, Suriá Luirí, hoje com 37 anos. 

Ela mora com o marido nos Estados Unidos. 

É mãe de Natália, de 3 anos, e carrega a próxima neta de Santana, que nasce neste outubro. 

(Aylê Axé, seu outro filho, de 35 anos, mora em Salvador e trabalha com o pai. 

Ele tem os filhos João Pedro, de 14 anos, e Manuela, de 4, capa do celular de Santana.)

“João é muito de dizer o que pensa, sem ser puxa-saco”, diz o radialista Mário Kertész, o MK, dono de um popular programa de rádio da Bahia. MK foi prefeito de Salvador, pelo então MDB, entre 1986 e 1988. 

A seu convite, Santana largou o jornalismo – era o diretor de redação da sucursal do Jornal do Brasil, em Brasília, subordinado ao jornalista Ricardo Noblat – “Tocávamos de ouvido”, diz o hoje blogueiro de O Globo – e assumiu a Secretaria de Comunicação Social da prefeitura. 

Foi seu batismo no marketing político. 

Circulava na prefeitura o publicitário Duda Mendonça, que fizera a campanha de Kertész e continuava com a conta, administrada pelo secretário de Comunicação Social.

Deram-se bem – mas cada um ficou cuidando da sua vida.

Santana voltou para o jornalismo, saiu e foi estudar um ano em Washington. 

Na volta, dirigiu a sucursal da revista Isto É, em Brasília, onde ganhou o Prêmio Esso de Reportagem em 1992, com os jornalistas Augusto Fonseca e Mino Pedrosa, pela reportagem “Eriberto, testemunha-chave”, decisiva para o impeachment do presidente Fernando Collor. 

Depois da folga sabática, decidiu-se pelo marketing político. 

“Jornalismo não dá camisa a ninguém”, dizia a quem perguntava se não voltaria às redações. 

Queria ganhar dinheiro.

Aceitou um convite de Mendonça.

Àquela altura, 1994, ele já conquistara a vitória do prefeito Maluf contra o petista Eduardo Suplicy, nas eleições de 1992, em São Paulo. 

Santana entrou na agência como contratado, depois virou sócio.

 Trabalhou, ilustre desconhecido, na campanha que elegeu Celso Pitta e em diversas outras, incluindo a segunda vitória de Antonio Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto, em 2000.

 Santana a dirigiu, venceu e ganhou simpatia e confiança do quadro petista.
EM AÇÃO 1. Na mesa de edição, durante a campanha de Dilma Rousseff à Presidência 2. Com Dilma, em debate na campanha 3. Com Luiz Inácio Lula da Silva, na campanha presidencial de 2006 (Foto: Mauricio Lima/The New York Times, Eduardo  Knapp/Folhapress e Jf Diorio/Estadão Conteúdo)

Lula já admirava Mendonça. 


Conheceram-se em 1994, pelas mãos do jornalista Ricardo Kotscho.

Desde então, ficara no ar o desejo de trazer Mendonça para a campanha nacional. 

A preliminar com Palloci foi determinante para que isso acontecesse. 

No final de 2000, Mendonça e Santana jantaram na casa de Lula – presentes, ainda, Palocci e José Dirceu. 

“Naquele momento, havia um descrédito absoluto em relação à capacidade de vitória do Lula – até do próprio Lula. 

O Duda queria que o candidato fosse o Suplicy ou o Tarso Genro. 

Coordenei as pesquisas, quantis (quantitativas) e qualis (qualitativas), e os números deram Lula, claramente. 

O Duda não acreditou e pediu para repetir. 

Repeti, por amostragem, e veio uma onda gigantesca para o Lula. 

Fiz um diagnóstico, analisando esses números.

Duda era visto como malufista, então fui eu que apresentei, primeiro ao Lula e à direção executiva, depois a uma reunião ampliada do Diretório Nacional, com uns 30 caciques do PT. 

Ficaram fascinados. 

Foi assim que a candidatura de Lula renasceu.”

Lula ficou grato e convidou Santana para um bacalhau de botequim, só os dois, segundo o marqueteiro. 

“Uns e outros aí queriam me rifar – e você deu a pá de cal”, disse Lula, segundo Santana. (Procurado por ÉPOCA, o ex-presidente Lula não quis dar entrevista.).

Começaram a trabalhar na pré-campanha de 2001. 

A estrela (e o patrão) era Duda – e Santana começou a se incomodar. 

Ozeas Duarte, então integrante do Diretório Nacional e coordenador de comunicação da campanha – há muito afastado do partido –, foi um dos que perceberam a chateação de Santana.

Uma vez, quando Mendonça pensava, numa sala de porta fechada, com a luz vermelha acesa, para ninguém entrar, Santana o apontou e disse a Duarte, azedo: “Esse aí, se escrever mais de dez linhas, tem um curto-circuito”.

Em 2001, quando a campanha de Lula começava a esquentar, a paciência de Santana transbordou. 

A última gota foi o livro que Mendonça escreveu, Casos & coisas.

 O já sócio Santana é citado seis vezes, de passagem, uma delas assim: “Com seu jeito calado e avesso a badalações, João é hoje um dos grandes nomes do marketing político brasileiro”. 

O problema, na ótica de Santana, é que Mendonça chamava para si 99% do trabalho que todos faziam, incluindo as campanhas na Argentina, onde Mendonça mal pusera o pé.

Como já estava no limite, Santana teve outro zás-trás.

Foi à casa de Mendonça e disse com todas as letras, sem maior alteração, que pularia fora, porque não aguentava mais trabalhar com ele. 

Mendonça ofereceu mais 11% de sociedade além dos 9% que o parceiro tinha. 

Santana ofendeu-se – e não voltou atrás.

Disse a Mendonça que iria a São Paulo explicar a situação a Lula, sem criar problemas para a continuidade da campanha. Mendonça não acreditou.

 Foi exatamente o que Santana fez, sem choro, sem vela e sem retaliação. 

Mendonça chegou a oferecer até recompensa para quem o trouxesse de volta – US$ 10 mil –, mas logo desistiu.

Com Mônica de esteio, fundou a Pólis, arrebanhou uma parte dos clientes de Mendonça – principalmente os argentinos – e conseguiu outros, como o petista Delcídio Amaral, de Mato Grosso do Sul (eleito senador em 2002, numa campanha em que começou com 3%). 

Delcídio lembra uma noite fria, em que os dois tomavam uísque 12 anos e banho de piscina em sua casa de Campo Grande.

 “Ele nunca duvidou que eu fosse ganhar”, diz. “João é um cara de convicções, que faz o marketing do bem, sem bruxaria e dossiês.” 

 O primeiro colo que Santana procurou depois do rompimento com Mendonça – tirante o de Mônica, sempiterno – foi do também ex-jornalista, marqueteiro e depois consultor de crises Mario Rosa, então parceiro de Mendonça. 

“Eram dois machos alfa, que não cabiam no mesmo bando”, diz Rosa.

 “João estava sofrido, mas era um cara de Tucano, de farra, de energia vital.” Poderiam ter sido sócios, meio a meio, mas Rosa achou que, tendo dispensado Mendonça, não seria com ele, ainda uma promessa, que Santana compartilharia o mando.

Santana remou seu barco e deu sorte nas pescarias, principalmente em águas platenses.

 Não fez um só movimento em direção ao presidente eleito, Lula, ou ao ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Passou 2003, 2004, e chegou 2005, com as CPIs, a denúncia do mensalão e a maior crise política do governo petista.

 O PT nacional chamara, para abafar o incêndio, o também ex-jornalista baiano e marqueteiro Edson Barbosa, o Edinho, dono da Link Propaganda, que hoje atende o governador Eduardo Campos (pois é...).

 São de Edinho os primeiros vídeos a estilizar o “nunca antes da história deste país”, ladainha do ex-presidente Lula.

Várias vezes eles estiveram em vias paralelas, em campanhas, Edinho antes, Santana depois. 

E assim também seria em 2005. “O João é pensamento crítico, comunicação coordenada”, diz Edinho. 

“Tem um portfólio encantador – e não é um prestidigitador.”




ESTILO Hugo Chávez e Nicolás Maduro (no alto) e Antonio Palocci (acima). Suas campanhas tiveram a assinatura de Santana (Foto: Miguel Rojo/AFP e Lula Marques/Folhapress)


Em agosto de 2005, Santana estava em Córdoba, no maior frio.

 Viu, pela internet, o depoimento franco de Mendonça à CPI dos Correios. 

“Fiquei estarrecido. ‘O governo acabou’, pensei.”

 Dias depois, recebeu um telefonema do assessor do presidente, Gilberto Carvalho, hoje ministro da Secretaria-Geral da presidente Dilma. 

“O Lula quer saber se você pode vir a Brasília falar com ele”, perguntou Gilberto Carvalho. 

“Foi o Palocci que falou com o Lula”, disse Carvalho a ÉPOCA.

 “O João veio e provocou um impacto imediato, porque trouxe muita convicção de que era possível reverter a crise. 

Eu ficava desconfiado, porque confesso que não tinha muita certeza. 

Mas ele devolveu a confiança, fez o próprio Lula recobrar o ânimo, e acertou a mão.” 

O que Santana trouxe de novidade, na leitura de Carvalho, foi a inclusão das conquistas sociais do governo numa narrativa publicitária audaciosa, com foco nas mídias regionais. 

Houve um momento difícil, diz ele: 

“Quando houve o escândalo dos aloprados e o Alckmin acabou indo para o segundo turno, o João ficou muito mal, completamente nocauteado, bem perdido.

 Aí, já foram o Lula e o Palocci que o reanimaram”.

Lula reeleito, Santana levou para o governo o jornalista Franklin Martins. 

Para prestigiá-lo, pediu que Lula transformasse em Ministério a Secretaria de Comunicação Social. Martins aceitou. 

Hoje ex-ministro, ele faz parte da meia dúzia que a presidente consulta, e até convida para maiores responsabilidades. 

“Não somos divergentes, e sim complementares”, diz Santana sobre Martins. 

“O João tem o toque de Midas eleitoral”, diz Martins.

 “Desde o governo Lula, nós tocamos de ouvido.”

"A selvagem da motocicleta” foi a primeira expressão de Santana quando entrou na conversa o passeio de moto que Dilma fizera, driblando a segurança, em agosto passado. 

“Achei sensacional, mas não tive nada a ver com isso. 

Se eu tivesse dado a ideia, ela não toparia. 

No íntimo, ela é isso, muito bem-humorada tzzzzwzq, tchxzhchcz, querwtzch, tryzwrrrs.”

Os dois se conheceram quando Dilma era ministra – e Santana foi ao gabinete, com um funcionário da Pólis, ouvir uma explanação sobre um programa do governo que queria divulgar.

 Simpatizaram. Tiveram um atrito, no começo de 2010, quando a ministra já era o “poste” que ele precisava iluminar. 

“Aí a relação ficou péssima, tivemos discussões muito fortes. 

Foi assim durante sete meses, até maio de 2010.

 O Lula é que ajudava”, diz.

 O pior dia foi durante um almoço na casa de Dilma.

 Santana leria uma proposta de roteiro para um primeiro programa de TV, em que ela começaria a aparecer mais. 

Estavam presentes os ex-ministros Palocci, Márcio Thomaz Bastos e José Dirceu, o então presidente do PT, Ricardo Berzoini, o assessor e hoje chefe do gabinete pessoal de Dilma, Giles Azevedo. 

Feita a leitura, Dilma não gostou. 

“Ela reclamou.

Achou a presença dela muito light, disse que deveria ter maior protagonismo. 

Eu disse que o protagonismo tinha de ser gradativo, aos poucos.

Fui sintético, mas muito deselegante.

 Tive de ser duro com ela.

 O Zé Dirceu até tomou um susto com a minha reação”, diz Santana.

Ele não é de maiores detalhes sobre seu trabalho com Dilma. 

O programa Mais Médicos, como foi?

 “É claro que fui consultado, ajudei, embasado nas pesquisas, mas o Mais Médicos é uma decisão corajosa de Dilma Vana Rousseff, com o apoio fortíssimo do (ministro da Saúde, Alexandre) Padilha.” 

Sobre o discurso de Dilma na ONU, contra a espionagem dos Estados Unidos, ele não quis dizer nada. 

Respondeu sobre o que ela fez na visita do papa – aquela extensa peroração sobre o governo.

 “Este não fui eu”, diz. “E eu não iria naquela linha.”

A segunda entrevista com Santana, no dia 10 de setembro, é no mesmo restaurante agradável, ao cair de uma tarde querendo esfriar. 

Santana pede um dry martini, seu drinque predileto, no limite de dois.

Tem o cuidado de escolher o gim, no caso inglês, embora defenda que o melhor é uma marca russa.

 Elogia muito Euclides da Cunha e Os sertões, que afirma ter lido aos 12 anos e diz reler até hoje. 

“Tucano é no sertão de Canudos”, diz. Lembra que o avô materno, Jonas, mulato de muita coragem, combateu Lampião na força policial. 

Comenta o filme Hannah Arendt, que diz tê-lo levado às lágrimas, discorre sobre seus autores prediletos no marketing político, entre eles o russo Serguei Tchakhotine, autor de A mistificação da massa pela propaganda política.

No restaurante, Santana pega uma folha de papel. 

Desenha um retângulo vertical em toda a metade esquerda, e quatro quadrados sobrepostos na metade direita. “Esse espaço de cá – o do retângulo – é 200% Dilma, preservadíssimo. 

O de cá – os quadrados – tem um espaço muito pequeno para os três candidatos da oposição. Se tiver um quarto, porque eu acho que o Serra vai entrar, ainda é melhor para Dilma. 

Nenhum deles invadirá a área dela – muito menos Eduardo Campos. 

E acabou, não vou falar mais nada, a minha emoção é não falar, tzzzzwzq, tchxzhchcz, querwtzch, tryzwrrrs...” 


O marqueteiro João Santana relacionou para ÉPOCA seus livros, autores e compositores preferidos:
NA COMUNICAÇÃO POLÍTICA :
SERGUEI TCHAKHOTINE - " A Mistificação da Massa pela Propaganda Política".

WALTER LIPMANN - "Public Opinion", "The Cold War" e "The Public Philosophy".

EDWARD BERNAYS - "Propaganda".
GUSTAVE LE BON - "A Psicologia das multidões", "A Psicologia do Socialismo".

MURRAY EDELMAN - "The Symbolic Uses of Politics", "Politics as Symbolic Action: Mass Arousal and Quiescence", "From Art to Politics: How Artistic Creations Shape Political Conceptions"
DENNIS C. MUELLER - "Public Choice"
REGYS DEBRAY – “Vida e Morte da Imagem”
GLAKOFF - "Don't Think an Elephant! Know your values and frame the debate"
DREW WESTERN - "The Political Brain"
WILLIAM MEYERS - "The Image Makers"
GREG MITCHELL - "The Campaign of the century - Upton Sinclair's race foi governo of California and the birth of media politics"
THEODORE WHITE - "The making of the president"
KATHLEEN HALL JAMIESON - "Eloquence in an electronic Age"

NA LITERATURA:
HOMERO, CERVANTES, SHAKESPEARE, ANTÔNIO VIEIRA, DICKENS, HENRY JAMES, PROUST, JOYCE, CELINE, KAFKA, DOSTOIEVSKY, MELVILLE, POE, CAMUS, JOHN DE PASSOS, JUAN RULFO, CORTAZAR, BORGES, GARCIA MARQUES, CALVINO, THOMAS PYNCHON, DON DELILLO, PHILIP ROTH, JUNICHIRO TANIZAKI, MARTIN AMIS, IAN MCEWAN, MIGUEL ESTEVES CARDOSO.
YEATS , DYLAN THOMAS, S. JUAN DE LA CRUZ, S. TEREZA DE JESUS, WILLIAM BLAKE, POUND, FRANK OHARA, ELISABETH BISHOP, CARL SANDBURGH, DOROTHY PARKER, W.H. AUDEN. T.S. ELIOT, FERNANDO PESSOA, VICENTE HUIDOBRO, CESAR VALLEJO.

MACHADO DE ASSIS, EUCLIDES DA CUNHA, GUIMARÃES ROSA, GRACILIANO RAMOS, JORGE AMADO, ARIANO SUASSUNA, MURILO MENDES, JOÃO CABRAL DE MELO NETO, MANUEL BANDEIRA, JORGE DE LIMA, VINICIUS, RUBEM BRAGA, AUGUSTO DE CAMPOS, HAROLDO DE CAMPOS, DECIO PIGNATARI.

NA MÚSICA:
Clássicos : Bach, Beethoven, Wagner.
Contemporâneo : Arvo Part

Música Popular – Mundo (compositores e intérpretes ) :
Cole Porter, Billie Holiday, Louis Armstrong,John Coltrane, Charlie Parker, Miles David, Nat King Cole, Ray Charles, Count Basie, Elvis Presley, James Brown, Edith Piaf, Gardel, Discépolo, Cadícamo, Piazzola, Edmundo Rivera,
Roberto Goyeneche, Janis Joplin, Jimi Hendrix, Beatles, Roling Stones, Gentle Giant,
Mina, Dalida, Lou Reed, Serge GainsBourg, U2, Muse, Amy Winehouse

– Brasil (compositores e intérpretes):

Ernesto Nazareth, Pixinguinha, Noel, Assis Valente, Mário Reis, Ary Barroso,
Caymmi, Luis Gonzaga, Carmen Miranda, Cartola, Ataulfo, Nelson Cavaquinho, Dolores Duran, Nelson Gonçalves, Noite Ilustrada, Miltinho, Tom Jobim, João Gilberto,Roberto Carlos, Caetano, Gil, Mutantes, Raul Seixas, Tim Maia, Jorge Benjor, Chico Buarque, Luis Melodia, Waldick Soriano, Moraes Moreira, Arnaldo Baptista, Arnaldo Antunes, Gal, Bethania, Marisa Monte, Cássia Eler.

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