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segunda-feira, dezembro 21, 2015

Golpes em relacionamentos com estrangeiros

por Luiza Antunes | 8 de julho de 2015

Luiza Antunes


O começo da história é sempre parecido. 

Você conhece um estrangeiro pelo Facebook ou Whatsapp, muitas vezes por um pedido de amizade vindo do nada. 

Vocês começam a conversar. No início é só amizade, mas aos poucos vocês passam a se falar todos os dias. 

Não demora, ele diz que te ama. 

Faz promessas de fidelidade, compromisso e paixão. 

Nunca conheceu uma mulher como você. 

Essas conversas acabam chegando a uma proposta de casamento.

Homens de diversas nacionalidades buscam o “amor” de uma brasileira. 

O problema é que, por trás dessas promessas de amor e compromisso que parecem tão sinceras e apaixonadas, pode vir também muita dor, golpes e situações desagradáveis.

Não se passa um dia sem que o 360 fique sem receber comentários de mulheres que se relacionam com estrangeiros à distância. 

Eu até já contei uma história que envolveu muitas mudanças na vida da pessoa, mas deu certo. 

Nesse mesmo post, fiz alertas sobre casos reais de golpes que acontecem com muita frequência às brasileiras nessa situação.

Resolvi então escrever outro texto, para deixar mais claro quais os golpes mais comuns que ocorrem com brasileiras que se envolvem com um estrangeiro pela internet. 

E algumas precauções que as pessoas deveriam tomar antes de embarcar para outro país para conhecer alguém que nunca viram.
O Itamaraty tem um alerta especial para esses casos:
“Alerta – Relacionamentos com estrangeiros pela internet
Brasileiros e brasileiras devem se precaver contra situações de risco.

O Ministério das Relações Exteriores vem recebendo numerosas queixas de cidadãs brasileiras vítimas de roubos, fraudes e violência cometidos por cônjuges estrangeiros que conheceram pela internet e com os quais tiveram pouco ou nenhum convívio presencial antes do casamento. 

De acordo com os relatos recebidos, que incluem denúncias de cárcere privado, é frequente, nesses casos, que os maridos estrangeiros mudem completamente de comportamento, logo após a formalização do matrimônio, tornando-se agressivos e manipuladores ou interrompendo repentinamente o contato com as vítimas, após obterem visto de permanência no Brasil.

Nessas condições, recomenda-se às brasileiras e aos brasileiros especial cuidado com os relacionamentos virtuais mantidos com estrangeiros com o propósito de celebrar casamento, a fim de protegerem-se contra golpes e situações de risco. 

Sugere-se, entre outras precauções, buscar obter referências do cidadão estrangeiro por parte de terceiras pessoas de conhecimento comum, além de evitar manter o contato restrito aos meios de comunicação à distância, previamente ao matrimônio.” (Fonte)
Mulher relacionamento online
Foto: Ed Yourdon – CC BY-NC-SA 2.0 – Flickr

Ele não está apaixonado, só quer sexo

Há vários países que são extremamente conservadores. Neles, homens e mulheres não podem se falar ou se tocar antes do casamento. 

Por isso, algumas vezes os homens criados nessas culturas vêem estrangeiras como uma forma de conseguir sexo. 

O cara que você está conversando não vai te dizer isso, obviamente. 

Ele vai parecer legal, vai dizer que está apaixonado, talvez até insista em dizer em como ele é diferente dos outros. 

Mas pode ser mentira.


Não há problema nenhum em ter um relacionamento apenas sexual (não somos moralistas aqui, hein). 

O problema é quando há falta de honestidade e respeito. 

Em muitos casos, esses homens estão em busca de estrangeiras que consideram sexo fácil: depois que as mulheres oferecem o que eles procuram, elas são maltratadas e vistas como lixo. 

Ou sofrem diversos tipos de violência por se recusarem a transar com o cara. 

De qualquer maneira, vira uma situação terrível.

Ele quer um visto brasileiro

Pessoas de diversas nacionalidades ambicionam uma visto de residência permanente no Brasil. 

E uma das formas de conseguir essa autorização é se casando com uma brasileira. 

Essas pessoas se aproveitam de mulheres carentes ou em situação vulnerável que vão cair em suas palavras carinhosas e juras de amor vazias. 

Depois de casadas, o tal marido desaparece ou pode se transformar em uma outra pessoa – da qual você não vai gostar nem um pouco.

Ele quer seu dinheiro

Desde que esse mundo é mundo, sempre vai ter algum espertinho tentando arrancar dinheiro de alguém que confia fácil demais. 

Golpes desse tipo não vêm só daqueles telefonemas de sequestro falsos feitos de uma penitenciária. 

Vêm também de gente que diz que te ama muito.

Desconfie se alguém que você nem conhece direito pede seu dinheiro, mesmo que a história seja convincente. 

Em geral o valor pedido inicialmente é pequeno, uma conta que não vai fazer falta para você, mas que vai crescendo com o tempo. 

De acordo com essa matéria do Fantástico, o perito em segurança digital Wanderson Castilho já atendeu mais de 200 casos de mulheres que foram extorquidas por homens que prometeram amor eterno pela internet. 

E esse golpe não é praticado apenas por estrangeiros, mas também por brasileiros em sites de relacionamentos na internet.
relacionamentos online

Ele já é casado ou espera que você se adapte ao estilo de vida muito diferente


Você está disposta a ser a segunda esposa de alguém ou a nunca mais sair de casa sozinha? 

A se converter a outra religião? 

A nunca ser aceita pela família do seu marido? 

Dependendo da cultura e religião, tudo isso pode acontecer se o seu relacionamento com um estrangeiro pela internet se concretizar. 

Não é exatamente um golpe, mas um alerta sobre situações às quais você pode se sujeitar.

“Ah, mas nem todas as histórias são assim. Comigo é diferente!” 

Você pode pensar isso, mas a verdade é que as histórias de terror acontecem com a mesma facilidade que as com finais felizes. 

Antes de dar um passo maior em um relacionamento com estrangeiros pela internet, leia tudo o que puder sobre a cultura dele. 

Não só o que há de romântico e exótico. 

Como é o dia a dia no país. Como as mulheres são tratadas. 

Como é a religião, as relações familiares e o mercado de trabalho.

Que tipo de mudanças você estaria disposta a sofrer por esse relacionamento? 

Vale a pena abrir mão de tudo o que você construiu e acredita nessa vida por essa pessoa? 

Por que é você quem tem que deixar para trás sua família e costumes para que esse relacionamento funcione? 

Questione-se bastante sobre isso antes de se jogar em um romance cego.

Tráfico humano.

 

Esse é o caso mais extremo e o mais perigoso. O tráfico humano, ou tráfico de pessoas, é uma das atividades criminosas mais lucrativas no mundo inteiro – e 98% das vítimas são mulheres. O Brasil é o país com o maior número de mulheres traficadas da América do Sul. 

Essas mulheres vão para o exterior com a promessa de melhores oportunidades de vida e acabam sendo presas em uma condição semelhante à escravidão e sofrendo vários tipos de abuso.

Uma das formas de atrair mulheres para serem traficadas é, entre outras, a promessa de casamento com um estrangeiro rico. 

Outras vezes, pode ser um trabalho como modelo, dançarina e atriz, ou mesmo a promessa de imigração fácil para algum lugar desejado.

Como identificar golpes de falsos namorados

 

1. A vida não é um filme da Jennifer Aniston. 

Desconfie de juras de amor pouco tempo depois que vocês começarem a conversar e não acredite que uma promessa de casamento é a prova que ele te ama de verdade. 

Antes de aceitar se casar, proponha que se conheçam melhor primeiro e passem um tempo juntos, para que você tenha certeza que não está caindo num golpe. 

É assim em qualquer relacionamento. No seu não precisa ser diferente.

2. Fique atenta a comportamentos suspeitos. Guarde todos os emails e históricos de conversas e releia-os procurando por inconsistências e contradições. 

Converse sobre seu relacionamento com amigas de confiança (e sensatas), peça a opinião delas sobre atitudes e conversas que você teve com essa pessoa.
Computador no Google
3. Cheque as referências da pessoa. 

Busque pelo nome dela na internet, veja se ele realmente trabalha onde diz que trabalha, quem é sua família, seus amigos. 

Desconfie se você não encontrar nada sobre ele no Google e mais ainda se as informações forem confusas e inconsistentes. 

Ainda que seu namorado pareça ser uma pessoa muito real, lembre-se de que existem quadrilhas especializadas nesse tipo de golpe e que elas são profissionais em criar personagens com uma riqueza de detalhes impressionante.

4. Por que é você quem deve se colocar em uma situação vulnerável de viajar para um país estrangeiro (de cultura muitas vezes conservadora), onde você não conhece ninguém além do seu namorado virtual e muitas vezes sequer fala a língua? 

Peça que ele venha te visitar no Brasil primeiro, assim você pode conhecê-lo melhor em um território que você controla, perto da sua família e pessoas nas quais você confia. 

E não se esqueça de marcar os primeiros encontros em lugares públicos e de avisar alguém sobre o seu paradeiro.

5. Se você resolver que realmente quer ir para outro país em busca desse romance, deixe sua família e amigos informados do seu roteiro, com endereços e telefone dos lugares onde você vai se hospedar. 

Outra boa ideia é avisar a embaixada brasileira da sua estada ali. 

Se possível, não vá sozinha, leve alguém da sua família com você e fique hospedada em um hotel.

Relato de uma leitora

Uma leitora do blog, que vou identificar por Kyara, me enviou um relato de um relacionamento que ela iniciou com um indiano que conheceu numa festa junina, na cidade dela. 

“No primeiro dia em que nos conhecemos, ele disse que tinha gostado muito de mim, que queria me ver mais vezes e que não sabia explicar aquele sentimento que ele teve por mim. 

Ele só sabia que era coisa do coração e não sabia explicar, porque era sentimento. 

Ele era MUITO carinhoso e MUITO doce. 

Eu sou carente de natureza, confesso, e naquela época eu estava muito mais carente que o normal”. 

Todas as histórias sempre começam com o cara parecendo ser o príncipe do filme da Xuxa. 

Gente, príncipes só existem em conto de fadas!

A Kyara continua a história: “Ele era 10 anos mais novo que eu, não trabalhava e veio parar no Rio de Janeiro, segundo ele, porque tinha terminado uma relação e além disso ele queria muito conhecer a cidade. 

Até porque ele dizia que iria encontrar o amor da vida dele aqui. Logo vi que era treta, mas eu não me importei (…). 

Eu estava tentando sair de uma relação e me agarrei nele.

Durante o tempo em que ficamos juntos, ele sempre me pedia dinheiro e jogava várias indiretas dizendo que ninguém o ajudava porque ele era pobre. 

Se fazia de vítima, de coitadinho, mas como ele viu que isso não colava comigo, passou a dizer que a família tinha muito dinheiro na Índia e que, a hora que ele quisesse, ele tinha dinheiro. 

No entanto, ele não queria o dinheiro da família de jeito nenhum.
Chip pré pago Estados Unidos
Quando ele me pedia dinheiro, dizia que era pra comer porque ele não tinha de onde tirar, já que não estava trabalhando, mas eu não dava. 

Sempre que ele estava com fome, eu o levava pra comer em restaurante. 

Até que um dia eu dei 30 reais e ele comprou 2 latas de cerveja e 1 maço de cigarro. 

Eu disse pra ele que o dinheiro não era para isso, que eu tinha dado para ele comer no dia seguinte. 

Ele disse que no dia seguinte ia ver o que ia fazer.

Ele arrumou um trabalho num hostel e vivia dizendo que o patrão não pagava. 

Por isso, continuou me pedindo dinheiro, me pediu roupa, me pediu pra levá-lo para a casa dos meus pais”  Ela morava sozinha, mas não contou para ele.

“O visto dele tinha vencido e ele me pediu em casamento. 

Disse: ‘eu preciso casar no papel pra continuar no Brasil. 

Eu só preciso que você acredite em mim, eu amo você, eu gostei de você de verdade, eu quero ter uma família com você, você é a mulher da minha vida. 

Não estou te enganando, tudo o que eu te falei é verdade. 

Acredite em mim, se você não quiser casar comigo não tem problema, eu fico ilegal no Brasil e eu vou continuar com você do mesmo jeito, eu não vou te deixar por isso’. 

Eu queria muito ter acreditado que tudo aquilo era verdade e até hoje quando me lembro disso eu penso: Será? 

Será mesmo que em algum momento ele foi sincero comigo? 

A dúvida é a pior do que a certeza!
Eu disse que não ia me casar com ele, porque eu não acreditava nele. 

Mesmo assim eu iria ajudá-lo no que ele precisasse. 

Falei para que ele voltasse para Índia e tirasse um novo passaporte, porque ele perdeu o antigo aqui. 

O consulado indiano comprou a passagem dele de volta e, quando ele chegou na Índia, eu contratei um advogado aqui pra que o governo indiano liberasse o passaporte dele.

No último dia antes do embarque, nós passamos a noite juntos num hotel. 

Ele disse que voltaria para ficar comigo. 

Eu falei a verdade: disse que eu morava sozinha e que eu não o levei para minha casa porque ele era um estranho. 

Ele não gostou e, depois que ele chegou lá, brigamos muito por isso. 

Ele dizia que eu tinha obrigação de tê-lo ajudado. 

Que eu deveria tê-lo levado para minha casa, porque ele passou fome, não tinha onde morar e dormia na rua por minha culpa. 

Eu falei que não tinha obrigação nenhuma com ele e que eu não iria colocá-lo na minha casa. 

Caso ele voltasse para o Brasil, ele tinha que crescer como homem e como ser humano, amadurecer, estudar, ter uma faculdade, uma profissão e parar de se fazer de vítima, de ficar pedindo dinheiro para as pessoas e viver de esmolas.


Por fim, depois que o governo liberou o passaporte dele, nunca mais nos falamos. 

Depois que ele foi embora nossa relação piorou, não sei se ele era meu amigo de verdade. 

Eu disse pro advogado que era para dar um recado para ele dizendo que a, partir daquele momento, eu não queria saber de mais nada da vida dele e que era para ele me esquecer. 

O advogado me retornou e disse que ele mandou um recado para mim me agradecendo por tudo o que fiz por ele e que eu tinha feito coisa demais.”
 
Sou jornalista, tenho 27 anos e moro em Coimbra, Portugal, quando não estou viajando. 
 
Eu já larguei meu emprego três vezes para viajar e finalmente encontrei uma profissão que me permite “morar no aeroporto”. 
 
Já tive casa em quatro países diferentes, dei a volta ao mundo e cumpri minha meta de conhecer 30 países antes dos 30. 
 
Mas o mundo é muito maior e, se puder, quero conhecer cada canto dele e inspirar vocês a fazer o mesmo.

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