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sábado, novembro 21, 2015

Água turva alcança Linhares e Samarco facilita chegada ao mar

Justiça Estadual decidiu que lama deve ser direcionada ao mar, não contida.
Serviço Geológico constatou água turva na cidade nesta sexta-feira (20).

Manoela Albuquerque Do G1 ES
Lama chega a Linhares, Espírito Santo (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)Lama chega a Linhares, Espírito Santo (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)
 
 
Uma onda de água com aspecto turvo chegou a Linhares, no Norte do Espírito Santo, e a Samarco, cujos donos são a Vale e a anglo-australiana BHP Billiton, informou, na noite desta sexta-feira (20), que está trabalhando na abertura da foz do Rio Doce que vai facilitar a chegada da lama ao mar, atendendo a uma decisão da Justiça Estadual.

Segundo boletim do Serviço Geológico do Brasil, a previsão de chegada dessa água à foz do rio, para escoar no mar, em Regência, é na noite deste sábado (21).

A Justiça estadual determinou nesta sexta-feira (20) o aumento da abertura da foz do Rio Doce, na região de Regência, para que a lama chegue ao mar com maior facilidade e se dilua rapidamente.

A decisão se contrapõe à determinação da Justiça Federal, que na última quarta-feira (18) pediu que a Samarco apresentasse um plano de contenção da lama antes de chegar no oceano, com vê multa diária de R$ 10 milhões em caso de descumprimento.

A mineradora apresentou à Justiça Federal do Espírito Santo um pedido de suspensão da ação movida pelo Ministério Público Federal (MPF-ES). 

Até o momento, a decisão da Justiça Federal quanto ao pedido não foi publicada.

Previsão 


De acordo com o boletim do Serviço Geológico do Brasil divulgado na noite desta sexta-feira (20), foi constatado aspecto turvo no rio durante a manhã, no entanto, a turbidez da água aumentaria no decorrer das horas.



A previsão de chegada dessa água à foz do rio, para escoar no mar, em Regência, é na noite deste sábado (21).

Da mesma forma, a Prefeitura de Linhares informou que biólogos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente sobrevoaram o leito do rio e estimam que a lama chegue à foz nas próximas horas deste sábado.

A empresa esclareceu que as barreiras instaladas na parte Sul da foz até Povoação não têm com objetivo conter a chegada da lama ao mar, mas exercem a  função de preservar a fauna e a flora local. 

Procurada pelo G1, a Samarco não esclareceu como se posiciona em relação à decisão da Justiça Federal, de impedir a chegada da lama ao mar.
De acordo com a Samarco, providências definidas pelo Ministério Público, Iema, Projeto Tamar e Instituto Chico Mendes para proteger a fauna e a flora na foz do Rio Doce, direcionando a pluma de turbidez para o mar.

A empresa alega que a recomendação dessas instituições e organizações ambientais é de que se deva deixar a pluma de turbidez chegar ao mar, uma vez que a diluição do material será muito mais rápida em função do volume de água.

Para isso, a Samarco informou que está fornecendo equipamentos para abertura do banco de areia que impede a chegada do rio ao mar no lado sul da foz.


Quatro máquinas trabalham 24 horas por dia nas escavações, com apoio de uma draga e bombas que ajudam no bombeamento da pluma.

 Barreiras 

A Samarco explicou que, para isolar a fauna e a flora que vivem no entorno nas duas margens do rio e em algumas ilhas localizadas no estuário, nove mil metros de barreiras continuam sendo instalados em sentido longitudinal.


A empresa esclareceu, ainda, que essas  barreiras não têm a função de impedir a chegada da pluma ao mar.

A instalação das barreiras teve início na parte sul da foz, em Regência, e segue até Povoação, na região de Linhares. 


Um mapeamento das áreas e ecossistemas foi realizado na região da foz para determinar o tipo de barreira a ser utilizado em cada ponto.

De acordo com a empresa, o planejamento considerou a velocidade da corrente e a profundidade do rio nos locais.

Quatro frentes de trabalho, com mais de 50 pessoas e  embarcações, atuam simultaneamente na instalação, segundo a Samarco.

As barreiras instaladas variam de 60 cm até 2,1 metros de altura. 


A altura é adaptada de acordo com a profundidade de cada ponto de instalação, o que permite uma melhor contenção da pluma.

As contenções são feitas de lona 100% impermeável e fixadas no fundo do rio. 


Têm alta resistência, sendo capazes de suportar ventos de 20 km/hora e ondas de 3 metros.

Monitoramento aéreo
A partir deste sábado (21), a Samarco vai iniciar monitoramento aéreo com um equipamento chamado OceanEye. 


De acordo com a mineradora, trata-se de um balão equipado com câmera com um sensor triplo capaz de produzir imagens de alta resolução em tempo real, dia e noite, com coordenadas georreferenciadas, que geram um mapeamento preciso da região.

Planejamento

Segundo a Samarco, para realizar o planejamento de ações, foi contratada uma empresa
internacional especializada em emergências ambientais, com atuação em eventos naturais como o Furacão Katrina, ocorrido em Nova Orleans, nos Estados Unidos.

A operacionalização das ações está sendo feito por companhia internacional especializada em proteção ambiental no mar e rios do Brasil.


Justiça Federal x Justiça Estadual
A decisão da Justiça Estadual desta sexta-feira (20) tem a intenção é preservar o estuário, a embocadura do rio chegando no mar, que funciona como espécie de berço para muitos criadouros naturais. 


Nesse caso, considera-se que o escoamento da lama causará um impacto menor do que se o material ficar parado na região.

Pela decisão, qualquer máquina envolvida em algum processo de fazer um obstáculo para que a água do rio não vá para o mar será apreendida e os responsáveis serão presos pelo crime de desobediência.


 Também foi instituída uma multa de R$ 20 mil pelo descumprimento e outra de R$ 1 milhão no caso de abandono das obras de alaramento da foz.

Assinada pelo juiz Thiago Albani Oliveira, da Vara da Fazenda Pública, Registros Públicos e Meio Ambiente de Linhares, a decisão aconteceu após uma audiência com presença de representantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), do Instituto Estadual do Meio Ambiente (Iema), do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), da prefeitura de Linhares, dos procuradores do estado, Marcos José Milagre, e do município, Rodrigo Santos Neves.

Na quarta-feira (18), a Justiça Federal no Espírito Santo determinou que a Samarco adotasse em 24 horas medidas para barrar a chegada ao litoral capixaba da lama oriunda das barragens rompidas em Mariana, Minas Gerais. 

A ação prevê multa diária de R$ 10 milhões em caso de descumprimento.

A determinação foi dada a partir de ação do Ministério Público Federal (MPF), com base em cálculos do Ibama, que estimou que a lama chegaria ao litoral do Espírito Santo nesta sexta-feira (20). 


O prazo passa a contar a partir da intimação da Samarco.


De acordo com a Justiça Federal, o prazo da Samarco terminaria nesta quinta-feira (19) às 19h55, mas um minuto antes, foi protocolada pela Samarco uma petição com informações e requerimentos.

Na petição, a Samarco alegou que já assinou um Termo de Compromisso Socioambiental Preliminar (TAC) com os Ministérios Público do Trabalho, Federal e Estadual do Espírito Santo, em que se compromete a realizar diversas ações para mitigar o efeito da onda de rejeitos oriunda da barragem.


20/11 - Versão infográfico barragens Mariana (Foto: Arte/G1)20/11 - Versão infográfico barragens Mariana (Foto: Arte/G1)
 

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