'A batida é a mesma. As letras que são diferentes', explica Tonzão Chagas
G1 conversou com funkeiros que usam o ritmo pop para animar culto.
“O funk é a cultura da periferia. A batida é a mesma.
As letras que são diferentes. A dança é uma forma de evangelizar”, conta Tonzão. “Eu não saí dos Hawaianos com a ideia de seguir uma carreira gospel. Eu queria fazer um trabalho social, com jovens de periferia, de ressocialização. E nos Hawaianos eu não tinha tempo para isso", explica.
Assim como ele, outros músicos passaram a dedicar as suas carreiras ao chamado funk gospel (ou gospel funk), que leva para a música evangélica um ritmo que parecia incompatível, com tradição de letras que fazem apologia à violência e ao sexo.
Na transição, o funk passou por adaptações. As roupas curtas, as letras maliciosas e as danças sensuais são trocadas por figurinos comportados, temas religiosos e coreografias animadas, mas bem menos provocantes.
Contou que estavam dançando como uma forma de louvor.
O vídeo no qual Tonzão canta o “Passinho do Abençoado” pela primeira vez, dançando funk de terno e gravata com companheiros de igreja, tem quase 2 milhões de visualizações em apenas uma das inúmeras cópias que se espalharam pela web.
Sobre o retorno financeiro, Tonzão afirma que ganha bem menos do que quando fazia sucesso no funk “secular” (tradicional), mas afirma que seu dinheiro é melhor empregado.
“Nos Hawaianos eu ganhava mais.
Mas hoje eu tenho tempo para ver a minha família. As pessoas diziam que a minha mulher ia me largar. E hoje estamos casados e com dois filhos. O dinheiro não é igual, mas rende melhor. Porque eu não gasto com um monte de mulheres, com baladas e drogas, que eu cheguei a usar por curtição”, afirma Tonzão. Há um ano, ele e sua esposa fazem parte, há três anos, do Ministério Flordelis.
Os MCs Tiago e Diogo voltaram a cantar após um
hiato de nove anos na carreira
(Foto: MCs Tiago e Diogo/ Divulgação)
hiato de nove anos na carreira
(Foto: MCs Tiago e Diogo/ Divulgação)
Quem também fez uma conversão para o gospel funk foram os irmãos Tiago e Diogo, que começaram a cantar funk ainda adolescentes, em 1995. Eles fizeram parte da primeira geração do ritmo a se destacar no Brasil, ao lado de nomes como Latino, Catra e a dupla Claudinho e Buchecha.
Fizeram shows em todo o país com músicas como “Pegação”, “Palco” e o “Rap do Pombal”. Em 1998, se converteram e decidiram largar tudo. Como a renda da família vinha das apresentações e da execução das músicas, depois de um tempo começaram a enfrentar dificuldades financeiras.
Para sobreviver, fizeram de tudo um pouco: trabalharam como barbeiros, venderam hambúrgeres e se tornaram ambulantes.
Mas, ao longo do tempo, a saudade dos palcos começou a bater. Em 2007, juntaram dinheiro e pagaram a gravação de um CD com letras de temática cristã. “Nós gravamos o CD e deu certo. Para divulgar, começamos a colocar caixas de som nas ruas para vender cópias. Assim, vendemos 40 mil CDs”, afirma Diogo.
A dupla atualmente não canta mais músicas seculares, mas Diogo ressalta a importância cultural do gênero na sociedade e na vida dele e do irmão, que se consideram evangelizadores. “Eu consegui unir as minhas duas paixões. Eu vivenciei o funk, que é bacana e não sou contra. Faz parte da cultura. E resolvemos cantar o gospel funk. A mensagem é a diferença. A nossa mensagem é uma mensagem espiritual, para o coração dos jovens”.
Operário do gospel funk.
A trajetória de Tonzão e dos MCs Tiago e Diogo se parece com a do MC Henrique H7, de Volta Redonda, no Sul Fluminense. Ele começou a cantar funk aos 13 anos. “No início, eu cantava letras sobre apologia ao crime, sensualidade, sobre a realidade. Aí eu fui para a igreja e transformei a minha vida. Eu vi que o crime não compensa e a música é para alegrar”.
Autor de “Ai, que benção”, ele concorda que hoje ganha menos do que ganharia se seguisse carreira no funk tradicional, mas acredita que a sua música cumpre uma função social. Ele tenta conciliar a carreira de shows com as folgas do trabalho em uma indústria, como operário. “Eu vivia em um mundo de coisas fáceis. Talvez estivesse em uma situação financeira melhor, mas com o meu som eu ajudo pessoas”.
Sobre o preconceito contra o ritmo, Henrique H7 afirma que o seu papel é cumprido como o de qualquer outro cantor gospel. “Eu louvo a Deus, só altera o ritmo. Canto funk da mesma maneira que poderia ser um pop ou um rock”.
O sucesso do gospel funk já inspira uma nova geração de MCs, que desde o começo de suas carreiras já trabalham exclusivamente com letras de louvor, sem terem passado por uma fase na vertente tradicional do ritmo. Este é o caso da MC Thaísa Soares, de 18 anos, de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio.
Evangélica de berço, canta funk há dois anos e conheceu o gênero musical no Baile dos Cocadas, que tem temática gospel e acontece em Bangu, também na Zona Oeste.
MC Thaísa é de família evangélica e canta gospel funk há dois anos (Foto: MC Thaísa/ Divulgação)
Bonita, seus figurinos passam longe do que seria esperado para uma cantora de funk da sua idade. Com calças compridas e camisas com manga, ela entoa canções como “Olha aí ó” e “Vigia para não passar peleja”.
“Como a roupa permitida depende da doutrina da igreja, eu me visto com roupas mais comportadas”, conta a jovem, que paralelamente à carreira musical, planeja fazer faculdade de Engenharia.
Todos os intérpretes ressaltam que o trabalho que fazem é uma maneira de evangelizar os jovens a partir de um ritmo que faz parte da vida deles.
Tonzão resume o caso destacando que cantar funk é uma forma de mostrar ao mundo a sua nova realidade, mas sem alterar as suas raízes.
“Eu já cantei funk nas maiores igrejas do Brasil. Tudo sem perder a essência. Porque eu sou isso. Eu sou funk, sou favela, sou periferia”.
COMENTÁRIO:
E disse Jesus: "Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim.
Mas, em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens".MATEUS 15: 8 e 9.
"Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
22 Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas?
E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade".
MATEUS 7: 21, 22 e 23.
Vocês precisam se converterem é em Jesus Cristo, e não no "Funk Gospel", e muito menos em denominações evangélicas.
O que todos percebem, é que vocês estão em busca de fama e glórias de homens aqui na terra.
Jesus Cristo dispensou a fama e a glória dos homens aqui na terra oferecida por Satanás a Ele no deserto, para nos resgatar da perdição eterna.
"Novamente o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles.
E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares.
Então disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás". MATEUS 4: 8, 9 e 10.
Valter Desiderio Barreto - Igreja viva do Senhor e Salvador Jesus Cristo.
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