A Caravana Sul do Encontro Internacional dos Atingidos pela Vale
esteve nesta segunda-feira, dia 10, na Serra do Gandarela, em Minas
Gerais, para ver como a ganância da empresa pode destruir uma das
últimas partes preservadas do chamado Quadrilátero Ferrífero.
Nessa
região historicamente explorada e degradada, o Gandarela representa um
dos últimos redutos de vegetação nativa, assim como uma importante
aquífero que pode abastecer milhões de pessoas no estado.
Tudo, porém,
pode acabar se o Projeto Apolo da Vale for colocado em prática.
A ideia
é criar na região a segunda maior mina de exploração de ferro no país,
atrás apenas da de Carajás, no Pará.
Em outubro do ano passado, depois de muita luta, foi criado o Parque
Nacional da Serra do Gandarela.
Entretanto, o desenho dos limites do parque deixou de fora exatamente as montanhas que dão o nome a ele.
A questão é que é nessa serra que se encontra a jazida de ferro.
Dessa forma, por pressão política da Vale, o parque perde a região que lhe dá o nome e que também é onde ficam os mananciais da região.
Entretanto, o desenho dos limites do parque deixou de fora exatamente as montanhas que dão o nome a ele.
A questão é que é nessa serra que se encontra a jazida de ferro.
Dessa forma, por pressão política da Vale, o parque perde a região que lhe dá o nome e que também é onde ficam os mananciais da região.
O geólogo Paulo Rodrigues explica que a serra é coberta pela chamada
canga, uma formação geológica que surge na superfície quando o subsolo é
rico em ferro.
“É um material duro, mas altamente poroso.
Assim, as águas das chuvas são absorvidas e vão ser depositadas exatamente junto ao ferro.
Com a exploração que querem fazer, vão ter que retirar toda essa água, que é a mesma que vai brotar nas nascentes dos rios da região.
Temos relatos de nascentes que secaram mesmo estando a quatro quilômetros da área de exploração mineral”.
O geólogo é do Movimento pela Preservação da Serra do Gandarela, que
também é parte da Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale. “É um material duro, mas altamente poroso.
Assim, as águas das chuvas são absorvidas e vão ser depositadas exatamente junto ao ferro.
Com a exploração que querem fazer, vão ter que retirar toda essa água, que é a mesma que vai brotar nas nascentes dos rios da região.
Temos relatos de nascentes que secaram mesmo estando a quatro quilômetros da área de exploração mineral”.
Em seu encontro anual, agora em agosto, um dos objetivos da articulação é exatamente pensar estratégias para que o Gandarela e outros patrimônios naturais não tenham o triste fim de outros já explorados por essa empresa.
“A Vale usa todo seu poder político e financeiro para conseguir
passar por cima dos interesses da população.
Fala-se muito em crise
hídrica.
A água do parque poderia ser utilizada para resolver problemas
de abastecimento em Minas Gerais.
Inclusive, falamos sobre isso com a
companhia de abastecimento do estado, mas houve pressão política para
não pensarem em uma alternativa de uso responsável da água daqui.
Tudo
porque a Vale tem interesse de explorar a região”, explicou Maria
Tereza, a Teca, do movimento pela preservação da serra.
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