Irmã de desaparecida rebate declaração: 'Família está em desespero'.
Deise Faria foi vista pela última vez em reunião do Santo Daime, em Goiânia.
Identificado como Antônio, ele foi a última pessoa a estar com Deise, que não é vista desde o último sábado (11).
A suspeita de Antônio surgiu após roupas da auxiliar de enfermagem terem sido encontradas em uma mata próxima à chácara onde ela ingeriu chá da substância alucinógena ayahuasca, que é indicado para limpeza espiritual.
Ele defende que Deise não estava vestida com as peças.
"As roupas estavam no carro.
Eu entreguei o carro para a prima, depois pela reportagem da televisão a gente viu as roupas estendidas na cerca, as mesmas que estavam no carro.
Então a conclusão nossa é que eles montaram a cena do desaparecimento", afirmou.
Saiba mais:
A irmã de Deise, Keila Faria, rebateu as declarações de Antônio e reagiu de forma indignada às acusações.
Segundo ela, não haveria motivos para a família simular a situação.
"Por quê?
Eu só quero achar minha irmã. Para que?
Para atrapalhar a investigação?
Eu não tenho noção de onde eles estão querendo chegar com isso.
Uma família que está no desespero, que não dorme, só fica no meio do mato.
Estou procurando a minha irmã, não estou querendo atrapalhar investigação, estou querendo ajudar”, defendeu.
Após dias de buscas por Deise, os bombeiros suspenderam os trabalhos, na tarde de quinta-feira (17).
A corporação só realizará uma nova operação de procura na região se a Polícia Civil solicitar.
Consciente.
Antônio defende que o sumiço de Deise não tem envolvimento com o chá alucinógeno.
Segundo ele, a mulher estava consciente na última vez que foi vista.
"[O desaparecimento] não tem relação com o chá.
Ela tem o controle do que estava fazendo, saiu tranquila de lá, sabia o que estava fazendo.
Ela não saiu sob o efeito do chá, esse efeito já tinha passado", explicou.
Deise foi vista pela última vez em ritual de Santo Daime (Foto: Reprodução/ TV Anhanguera)
Ele diz que seguiu por uma rodovia até Nerópolis, cidade mais próxima, e depois fez o percurso de volta em busca da amiga.
Porém, como não a encontrou, parou em um posto policial e relatou o ocorrido a um militar.
Depois, o amigo foi até a casa de Deise para tentar encontrá-la, mas não havia ninguém no local.
Em seguida, ele entregou o carro da auxiliar de enfermagem a uma prima dela e explicou a situação para a família.
A irmã reclama que os parentes foram informados do sumiço quase 24 horas depois.
O amigo de Deise também suspeita que havia outra pessoa esperando a auxiliar do lado de fora da chácara em que o ritual ocorreu.
Keila, porém, não acredita na hipótese.
"O ex-marido dela não tem nem habilitação nem carro.
E ela não conhece mais ninguém.
O círculo de amizades dela hoje estava restrito aos irmãos da igreja dela", pontuou.
Investigação.
Antônio e outras pessoas que frequentam a seita já prestaram depoimento.
Dentre elas, uma prima de Deise.
No total, 14 pessoas já foram interrogadas.
De acordo com os delegados que acompanham o caso, muitos relatos são contraditórios.
A assessoria de imprensa da Polícia Civil informou ainda que, com a finalização da fase de depoimentos, os investigadores se concentram nos laudos da Polícia Técnico-Científica.
Dentre eles, a análise das peças de roupa encontradas, pois elas estão manchadas.
Há a possibilidade de que seja sangue da auxiliar de enfermagem.
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