Acusação envolve lavagem de dinheiro, evasão de divisas, falsidade ideológica e falsificação de documentos. Investigação aponta R$ 464 mi em transações suspeitas
A Polícia Federal (PF) indiciou, sob suspeita de quatro crimes, o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira.
O ex-dirigente é acusado de participar de ações de lavagem de dinheiro, evasão de divisas, falsidade ideológica e falsificação de documentos.
O processo corre em paralelo ao escândalo de corrupção da Fifa - que resultou na prisão de sete pessoas, entre elas outro ex-presidente da CBF, José Maria Marin.
São casos diferentes.
Teixeira é investigado por movimentações financeira suspeitas no valor de R$ 464,5 milhões, entre 2009 e 2012 (quando ainda era presidente da CBF e do Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014).
As transações foram consideradas "atípicas" pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o Coaf.
Trecho do relatório da Polícia Federal que detalha suspeitas sobre Ricardo Teixeira 1 (Foto: Reprodução)
As informações fazem parte de um relatório produzido pela Polícia Federal em janeiro deste ano e enviado ao Ministério Público Federal do Rio de Janeiro. Diz o texto do documento: "Juntada das informações do Coaf, onde constam informações sobre altas movimentações financeiras realizadas por Ricardo Terra Teixeira, no montante de R$ 464.560.000,00 (quatrocentos e sessenta e quatro milhões, quinhentos e sessenta mil reais), entre os anos de 2009 e 2012, sendo que tais foram considerados atípicos pelo Coaf".
As informações sobre o relatório foram publicadas primeiramente pela revista Época.
Em resposta ao GloboEsporte.com, por email, a assessoria do MPF do Rio afirmou que "as investigações estão sob sigilo" e que nenhuma informação poderia ser passada no momento de forma oficial.
De acordo com o relatório da Polícia Federal, Ricardo Teixeira mantinha contas no exterior e movimentou valores para comprar um apartamento de R$ 720 mil no Rio de Janeiro - cujo real valor de mercado seria de R$ 2 milhões.
A investigação alega que o ex-dirigente não teria como comprovar os valores e suspeita da negociação, visto que o proprietário, Claudio Abrahão, teria comprado o imóvel sete anos antes pelo mesmo valor e ainda teria gasto com impostos para a transferência.
Cláudio é irmão de Wagner Abrahão, sócio do Grupo Águia, que até hoje atende a CBF.
Ricardo Teixeira foi presidente da CBF entre 1989 e 2012 (Foto: Arquivo / Ag. Estado)
Ricardo Teixeira, 67 anos, foi presidente da CBF de 1989 a 2012, quando deu lugar a José Maria Marin, que está preso na Suíça desde a semana passada.
Ele também presidiu o Comitê Organizador da Copa de 2014, no período entre 2009 e 2012, quando foi novamente sucedido por Marin.
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