Resolução da universidade projeta corte de 10% nas horas-extras em 2015.
Documento assinado pelo reitor ainda congela verba para as contratações.
Em meio à crise econômica agravada pela queda no financiamento, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) decidiu conter despesas com servidores e aplicará uma série de ações para diminuir as contas de água e energia.
A resolução assinada pelo reitor, José Tadeu Jorge, determina contigenciamento de verbas para contratações de servidores, por meio de progressão de carreira, além da redução de horas-extras.
Também está prevista economia no programa de manutenção da infraestrutura do campus, em Barão Geraldo.
A resolução em vigor há um mês é formada por seis itens, entre eles, a decisão para corte de 10% na quantidade de horas-extras autorizadas aos servidores durante este ano.
A resolução em vigor há um mês é formada por seis itens, entre eles, a decisão para corte de 10% na quantidade de horas-extras autorizadas aos servidores durante este ano.
Além disso, o reitor da Unicamp determinou congelamento das reservas previstas para a reposição de técnicos administrativos - 100% aos órgãos da administração central, 50% em unidades da área de saúde e 25% nos institutos, faculdades e colégios técnicos (Cotuca e Cotil).
"Os recursos contingenciados poderão ser liberados a partir do momento em que seja verificada a retomada do crescimento da arrecadação do ICMS", informa nota da Unicamp.
"Os recursos contingenciados poderão ser liberados a partir do momento em que seja verificada a retomada do crescimento da arrecadação do ICMS", informa nota da Unicamp.
A universidade possui 18,3 mil alunos matriculados na graduação, 16,1 mil na pós-graduação e 7,5 mil na extensão. Na instituição trabalham 1,7 mil docentes e 8,2 mil técnicos-administrativos.
"O desaquecimento da atividade econômica e a consequente queda da arrecadação do ICMS nos meses finais de 2014, já indicavam que haveria dificuldades para manter o equilíbrio do Orçamento-2015.
"O desaquecimento da atividade econômica e a consequente queda da arrecadação do ICMS nos meses finais de 2014, já indicavam que haveria dificuldades para manter o equilíbrio do Orçamento-2015.
Diante deste cenário, a Universidade elaborou seu orçamento considerando essas restrições, de tal modo que as ações de contingenciamento de parte do orçamento implementados pelo estado em janeiro já eram esperados", informa nota.
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Financiamento
As três universidades estaduais de São Paulo recebem cota fixa de 9,57% da arrecadação paulista do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Neste ano, elas devem ter R$ 203 milhões a menos de repasse, segundo estimativa do governo do estado.
Em janeiro, um plano de contigenciamento foi assinado pelo governador Geraldo Alckmin.
A proposta orçamentária prevista pela Unicamp, neste ano, corresponde a R$ 2,23 bilhões.
Em nota, a universidade informou que estima redução de R$ 61,2 milhões na arrecadação.
Racionalização
Racionalização
Outra medida prevista pela universidade é a racionalização da água e energia elétrica.
A reitoria concedeu prazo de 30 dias para apresentação de um plano para otimização dos recursos, incluindo eventual período de racionamento, e disse que os resultados serão monitorados mensalmente e apresentados nas revisões orçamentárias trimestrais.
Segunda maior consumidora de água em Campinas, atrás somente da Prefeitura, ela gasta média de 71,9 mil metros cúbicos por mês.
Entre as ações previstas, estão a abertura de novos poços artesianos na área da Fazenda Argentina, troca e reparo de torneiras e válvulas sanitárias e até a reutilização da água desperdiçada no sistema de ar-condicionado.
A assessoria da universidade não comentou, até esta publicação, quais medidas serão adotadas para economia no uso de energia elétrica no campus e se há uma estimativa de economia após as ações.
A assessoria da universidade não comentou, até esta publicação, quais medidas serão adotadas para economia no uso de energia elétrica no campus e se há uma estimativa de economia após as ações.
Reflexos
Segundo Iuratan Felipe Muniz, integrante do Conselho Universitário (Consu), órgão máximo de deliberação na universidade, diante da crise econômica o reitor da Unicamp já teria acenado com a impossibilidade de aplicar o projeto de isonomia salarial com a USP.
"Os trabalhadores vão brigar por isso na campanha salarial, pois era uma das promessas do Tadeu à época da escolha do novo reitor ", falou Muniz.
Ele também faz parte do sindicato que representa os servidores (STU) da instituição.
Em 2014, os servidores da Unicamp permaneceram em greve por 112 dias para reivindicar reajuste salarial e isonomia.
O acordo ocorreu após a universidade oferecer abono de 28,6% e se comprometer a retomar o projeto.
A reitoria da Unicamp não comentou sobre a reivindicação do STU até esta publicação.
A reitoria da Unicamp não comentou sobre a reivindicação do STU até esta publicação.
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