Por Assis Moreira
Portugal está oferecendo isenção de imposto para aposentados estrangeiros, em uma campanha na Europa para atrair cada vez mais idosos para viver no país.
Em 2013, o governo português, em plena crise financeira, criou o status de “residente não habitual”, que permite ao aposentado estrangeiro ser exonerado de taxação fiscal durante dez anos.
Para isso, a pessoa precisa permanecer pelo menos seis meses por ano no país sem exercer atividade lucrativa; alugar ou
Empresas e alguns bancos portugueses fazem campanha em vários países europeus, propagando as vantagens de se beneficiar do exílio fiscal num país com clima bom e custo de vida barato.
Embora alguns críticos insistam que a política portuguesa nesse caso é um erro, outros analistas notam que a chegada de aposentados estimula o mercado imobiliário, ativa certos comércios em pequenas cidades e atrai outros visitantes mais tarde.
A
E está chamando tanto a atenção que foi manchete de primeira página domingo no jornal Le Matin, o mais popular da Suíça de língua francesa.
Um argumento sólido é de que um aposentado com renda média pode alugar um apartamento de dois quartos por 500 euros (R$ 1.552) por mês em algumas regiões de Portugal.
A oferta seduziu inicialmente os franceses, submetidos a forte taxação.
Agora, a expectativa é de que suíços também comecem a tomar o rumo de Portugal.
Isso acontece justamente quando a Suíça, um dos países mais ricos do mundo, vai ter votação popular para decidir se acaba com o chamado “forfait fiscal” — acordo de redução de imposto para ricos que vêm morar no país —, no dia 30 de novembro.
Como destaca o Le Matin, além de Portugal há outros países criativos na tentativa de atrair estrangeiros com uma certa renda.
O Reino Unido oferece um status ao estrangeiro que permite que a pessoa exerça uma atividade lucrativa.
Mas esse esquema é sobretudo para quem tem muito dinheiro.
A Áustria tem tratamento fiscal preferencial para quadros dirigentes ativos nos setores de ciência e pesquisa, e para artistas e esportistas que vão morar no país.
A Bélgica taxa fortemente a renda do trabalho, mas não tem imposto sobre a fortuna nem sobre os ganhos de capital.
Reportagem publicada no Valor Econômico
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