Ele fez a declaração ao assumir cargo em cerimônia nesta sexta-feira.
Para Jerson Kelman, a seca ocorrida no ano passado foi imprevisível.
Jerson Kelman (direita) durante cerimônia de posse na Sabesp (Foto: Tatiana Santiago/G1)
"Como a natureza nos ensinou que ela pode nos surpreender e ter um ano tão ruim como foi de 2014, agora nós temos que torcer para o melhor, mas estar preparados para o pior", afirmou.
Ele fez a declaração durante cerimônia de posse do cargo realizada na Zona Norte de São Paulo.
Ele assume a presidência da companhia, que era ocupada por Dilma Pena.
Segundo ele, estar preparado para pior significa estar pronto para enfrentar situação de escassez de água, como ocorreu no ano passado.
"O estado de São Paulo, a secretaria e a Sabesp têm que estar preparados para o pior na minha visão", declarou.
Para Kelman, a seca ocorrida no ano passado foi imprevisível e seria imprudente fazer investimentos em período de abundância de água.
"O que poderia se esperar da Sabesp é que o sistema de abastecimento estivesse preparado para enfrentar uma situação como aquela que foi observada em 1953 ou talvez um pouco pior", afirmou.
"O evento do ano passado, do ponto de vista hidrológico, foi imprevisível", repetiu o discurso da ex-presidente Dilma Pena.
"Nenhum administrador público de qualquer nível seria considerado prudente se fizesse um sobreinvestimento tão grande para enfrentar algo que nunca tinha sido enfrentado", argumentou ele sobre as críticas feitas por especialistas de que o governo não investiu.
Kelman ainda usou o nome do santo para justificar a seca.
"São Pedro tem errado a pontaria, tem chovido, mas não onde deve chover", referindo-se ao sistema Cantareira.
Dilma Pena:
A ex-presidente da Sabesp, Dilma Pena, após passar o bastão do comando da empresa para Jerson Kelman, mudou o discurso que defendia durante sua gestão e disse que a situação da falta d'água é grave.
Até pouco tempo atrás, apesar dos baixos níveis de água nos mananciais, Dilma dizia que a situação estava sob controle.
No entanto, ela tentou justificar que nenhuma obra que a Sabesp fizesse teria sido suficiente para enfrentar esse caos.
"Nem todo o planejamento do mundo é capaz de fazer frente aos caprichos da natureza, ao qual devemos respeito e reverência.
Digo isso com a consciência de que enfrentamos hoje no estado de São Paulo e em especial nos mananciais da Grande São Paulo, a maior crise de escassez de chuvas já vista na história.
A situação é grave e está se tornando mais aguda", disse Dilma, que voltou a afirmar que a principal causa da crise hídrica é a falta de chuvas.
E apesar das reclamações constantes dos moradores das regiões atendidas pela Sabesp na capital paulista e região metropolitana de que o fornecimento de água é interrompido diariamente desde o início do ano passado, Dilma Pena disse que a redução de pressão da água, que deixa as torneiras secas em muitas residências, é feita com transparência.
No entanto, a Sabesp só apresentou esse argumento após milhares de queixas.
"A intensificação de ações para redução de perdas, objetivo que a empresa já persegue de maneira sistemática e contínua desde a década passada e a gestão da pressão da rede de forma controlada, segura e transparente", afirmou.
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