Com morte da mãe, cada uma das 4 filhas ficou com família diferente.
Mais velha começou a procurar as outras e encontrou a caçula, por último.
Caçula e duas das irmãs moram na mesma cidade, mas não se viam há 39 anos (Foto: Polícia Civil/Divulgação)
Na quarta-feira (21), ela se reencontrou com a irmã caçula, Maria Lizete, depois de 39 anos sem se verem.
Com a ajuda da Polícia Civil, elas descobriram que moram na mesma cidade, Florianópolis, onde fizeram o reencontro na própria delegacia.
Maria foi a última irmã, que Ângela conseguiu localizar.
Com 56 anos, ela é a mais velha de quatro irmãs.
A mãe morreu de leucemia, aos 27, e deixou o pai e quatro crianças na praia de Barro Preto, hoje Jardim do Éden, Rio Grande do Sul.
Além de Ângela, que tinha 9 anos na época, o casal tinha as filhas Rosa, de 7, Maria de Fátima, 5, e Maria Lizete, na época com 3.
Desesperado e com problemas financeiros, o pai doou cada filha para uma família diferente.
Atualmente, as irmãs têm 56, 54, 52 e 50 anos, respectivamente.
Segundo Ângela, as pessoas que adotaram as irmãs não deixavam que elas se vissem.
Aos 19 anos, ela saiu da casa da família, em Porto Alegre, e passou a procurar as outras.
Encontrou Rosa e, depois de 24 anos, Maria de Fátima, que achou em uma rede social em 2012.
Porém, continuava sem ver a caçula.
Procura.
Desde 1988, Ângela mora na capital catarinense.
Ela e Rosa vivem no bairro Carianos, no Sul da Ilha.
Maria de Fátima está em Porto Alegre.
Na terça (20), Ângela entrou em contato com a Delegacia de Polícia de Pessoas Desaparecidas (DPPD), que fica em São José, na Grande Florianópolis.
"Pensava 'Deus, eu preciso vê-la.
Não quero morrer sem ver a minha irmã'", contou Ângela.
O contato com a delegacia foi feito pela manhã e ela esperava que a procura fosse durar alguns meses.
"No final do mesmo dia, a delegada disse que já tinha uma pista.
Entrei em pânico, não acreditava", relatou Ângela.
Na manhã de quarta, uma nova ligação informava que Maria Lizete havia sido localizada.
O encontro foi marcado para o início da tarde do mesmo dia, na própria delegacia e as duas se reencontraram.
"É tudo como eu queria.
A pessoa mais simples do mundo, mais humilde.
A gente se ama", conta Ângela ao falar da irmã que não via há 39 anos.
Conversando com Maria Lizete, Ângela descobriu que a caçula também procurava as irmãs, mas não obteve sucesso.
"Ela ficou tão surpresa.
Levou um choque", contou Ângela.
"Foi o dia mais especial da minha vida", se emociona.
O contato vai continuar, garantiu Ângela.
"Já avisei nossa irmã de Porto Alegre.
Faz 46 anos que ela não vê a Maria Lizete".
Agora, as irmãs que moram em Santa Catarina querem que ela venha do Rio Grande do Sul para o reencontro com a caçula.
"Vai ser para sempre [o contato]", resumiu Ângela.
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