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sábado, dezembro 06, 2014

STJ suspende julgamento de cobrança da Mendes Júnior

Crédito @fotolia/jotajornalismo
 The Dnieper Hydroelectric Station in Zaporizhia
 
Por Morena Pinheiro Brasília
 
Após um pedido de vista do ministro Benedito Gonçalves, foi suspenso pela Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) o julgamento do recurso que iria dizer se a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), de Pernambuco deveria pagar, ou não a bagatela de R$ 20 trilhões, a empresa Mendes Junior Engenharia (Resp 1485802), a mesma que esta sendo acusada na operação Lava Jato de pagar propina a diretores da Petrobras.

O montante, cinco vezes o PIB do Brasil corrigido para valores atuais, é referente a atrasos nos pagamentos da Chesf para a empresa durante a construção da Usina Hidrelétrica de Itaparica, entre 1981 e 1986. 
 
A empresa alegou que precisou recorrer ao mercado financeiro para captar recursos e continuar a obra.
 
A Mendes Junior é contra o acórdão do Tribunal Regional Federal da Federal da 5ª Região que julgou improcedente a cobrança. 
 
O juiz federal que foi relator do caso, Francisco Cavalcanti, considerou “totalmente despropositadas as intenções da empresa de receber os valores com correções de mercado. 
 
O máximo aceitável seria a aplicação de taxa média concernente a financiamentos para obras de grande porte, a exemplo de Itaparica”. 
 
Em 2004, a Mendes Júnior esperava receber pouco mais de R$ 194 bilhões.
 
Na tribuna.
 
O primeiro a falar, o advogado da empresa, Celso Antonio Bandeira de Melo, subiu à tribuna e reclamou que a divulgação da soma na casa dos trilhões de reais seria uma forma de inviabilizar o processo. 
 
“Só se está discutindo porque esta se cobrando esse montante fantástico. 
 
O que a Mendes Júnior quer é que seja anulada a decisão anterior”, declarou. 
 
Celso Antonio Bandeira defendeu que existe uma reconhecimento judicial de relação de crédito da Mendes Junior contra a Chesf e portanto há um débito. 
 
“A questão aqui é de segurança jurídica. 
 
Qualquer alegação, venha de onde vier é uma questão de literalidade”, justificou.
 
A tentativa do advogado de tirar os R$ 20 trilhões do foco da discussão não intimidou a Advocacia Geral da União. 
 
Ao tomar a palavra, Francisco Valle Brum, coordenador de atuação nos Tribunais Superiores da AGU provocou. 
 
“Será que nós vamos deixar nas mãos de um grupo econômico todos os recursos do nosso país?”. 
 
Ele afirmou aos ministros julgadores que quando há valores estratosféricos eles devem sim ser avaliados.
 
O advogado da Chesf, José Paulo Cavalcante Filho, disse que os atrasos nos pagamentos foram de 78 dias e que a empresa foi ressarcida com juros. 
 
“A Mendes Junior alega que foi obrigada a captar recursos no mercado financeiro, mas não há nenhuma prova disso. 
 
Não há o que reparar, ela teve todas as chances de provar e não o fez”.
 
O relator, ministro Sergio Kukina, negou conhecimento do recurso especial. 
 
Ao contrário do que defendeu o advogado da Mendes Junior, ele disse: “não adotei posição embalado ou impressionado pelo valor que possa estar em jogo na presente demanda. 
 
Eu confesso que não saberia sequer expressar esse número, mas não seria ele que me faria decidir.”
 
Bate boca.
 
No final da sessão acabou que não foi mesmo o valor pleiteado pela Mendes Júnior que tomou a atenção dos ministros. 
 
A ministra Regina Helena contestou a condução da sessão pelo presidente, ministro Napoleão Nunes Maia Filho. 
 
Ela reclamou que a ordem de antiguidade na votação foi desrespeitada. 
 
Isso porque a ministra convocada, Marga Tessle pediu um destaque e declarou que acompanharia o relator no caso, mesmo depois que o ministro Benedito Gonçalves avisar que iria pedir vista. 
 
“Se já ha um pedido de vista é necessário a suspensão da sessão”, alertou a ministra ao presidente.
 
O ministro não gostou e após um embate com a colega provocou. “Veja o que a senhora deseja que eu defirirei.”
 
Depois da discussão, a ministra Marga recuou, disse que cometeu “uma demasia” e retirou o voto. 
 
Ela decidiu aguardar a vista do ministro Benedito Gonçalves.

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