Moradores de Santo Antônio do Monte colaboram e rifa é vendida.
Prefeitura do município ajudou com doação de um lote.
Quadrigêmeas completaram dois anos (Foto: Glaydston de Jesus/Arquivo Pessoal)
Desde que as filhas nasceram, a dona de casa Rosane Ribeiro de Jesus, de 22 anos, e o operário Gleydston Luiz de Jesus, de 27 anos, têm batalhado para conseguir criar as meninas e agora eles estão em busca da realização de um sonho em 2015: construir a própria casa.
Para isso, eles têm contado com a ajuda dos moradores e da Prefeitura do município que já doou o lote.
A solidariedade dos vizinhos, pessoas mais próximas e até mesmo de desconhecidos têm tornado gratificante a luta do casal.
Eles sempre receberam doação de leite, fraldas, cestas básicas e agora, várias pessoas já doaram materiais para que as obras de construção da casa tenham início em 2015.
Ainda como forma de acelerar o processo, o casal tem vendido bilhetes para rifar um celular.
“Estamos recebendo muita ajuda das pessoas e isso tem sido maravilhoso, pois o salário do meu marido não é suficiente para todos nós.
A rifa foi uma ideia para conseguirmos o dinheiro para pagar a mão de obra.
Até o início do ano pretendemos começar a parte do alicerce da casa”, contou.
O cunhado de Rosane, o vendedor Rafael Fernandes Pinto, sempre ajuda com o que pode.
Ele trabalha em um depósito de matérias de construção e quando tem oportunidade pede aos amigos mais íntimos colaboração.
“Sempre peço para as pessoas que conheço poderem ajudar, pois só a gente que está perto sabe a dificuldade que essa família enfrenta.
Eles são carentes e com quatro filhas não é fácil mesmo”, disse.
As lutas não deixam desaparecer o orgulho do pai, Gleydston, que sempre comemora a chegada das filhas. "Nossas quatro filhas são um verdadeiro milagre de Deus.
Hoje sou a pessoa mais feliz do mundo com essas bênçãos em minha vida, que me dão força para seguir em frente", ressaltou.
Casal na maternidade após o parto (Foto: Gleydston Jesus /Arquivo Pessoal)
"A gente sabe que construir uma casa hoje em dia não é fácil, está tudo muito caro e por isso estamos indo devagar, mas com a ajuda que estamos recebendo e ainda vamos receber, vai dar tudo certo", afirmou.
A intenção da família é sair do aluguel até o meio do ano que vem.
Atualmente eles pagam por onde moram mais de um salário mínimo.
" Queremos sair do aluguel logo e poder destinar esse dinheiro a criação das minhas filhas.
Nosso sonho vai se realizar em 2015, se Deus quiser", enfatizou.
Parto antecipado.
As crianças que por diversas vezes, segundo a mãe, corriam risco e poderiam não nascer, hoje esbanjam saúde e enchem os pais de felicidade.
Gleydston lembra que, quando descobriram a gravidez, o casal foi informado da gravidade e do risco da gestação.
Todo o processo, segundo ele, foi de muita apreensão e surpresas.
"Já tínhamos preparado a gravidez, mas não esperávamos quatro, ficamos apreensivos algumas vezes", disse.
Rosane engordou 25 quilos quando ficou grávida, o que dificultava no dia a dia, e por isso levou a gestação até onde suportou.
"O espaço estava apertado e, para não comprometer a saúde da minha mulher ou das crianças, resolvemos fazer o parto, aos sete meses, de acordo com orientações do médico", disse.
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Rotina
A rotina do casal nunca mais foi a mesma depois do nascimento das filhas.
Eles fizeram as contas e afirmam que durante alguns meses chegaram a fazer cerca de 32 trocas de fraldas por dia, além de 32 mamadeiras para as meninas, que se alimentam até hoje, de um leite especial, que proporciona ganho de peso.
O dia é sempre corrido e cheio de tarefas, mas para Rosane a manhã é a parte do dia mais trabalhosa.
A mãe acorda às 6h e, segundo ela, todas as meninas já estão em alerta esperando a mamadeira neste horário.
"Eu logo preparo as quatro mamadeiras, retiro as crianças do berço, coloco elas em um colchão na sala, onde ficam todas juntas e em seguida dou a mamadeira para cada uma.
E elas seguram as mamadeiras e vou trocando as fraldas delas", relatou.
Durante a troca de fraldas, as quatro, que já se relacionam muito bem, brincam e assistem desenhos. "Coloco desenhos para ver se chama a atenção, e aí eu tento dar uma organizada na casa, pego os brinquedos do chão, coloco roupas para lavar", contou.
Como acordam muito cedo, as quadrigêmeas voltam a dormir por volta das 8h e esse "soninho" dura geralmente três horas.
É quando Rosane começa a preparar o almoço para as meninas e para o marido, que precisa ficar pronto até as 11h. "Elas começam a acordar e eu já vou posicionando todas na cozinha, sentadas no bebê conforto.
Como elas não esperam e ficam disputando a papinha, faço apenas um prato com uma colher e vou alimentando todas", disse.
Rosane com as quadrigêmeas em Santo Antônio do Monte (Foto: Ademar de Oliveira/Gazeta Montense)
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