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segunda-feira, dezembro 01, 2014

Operação em área Yanomami prende 80 pessoas por garimpo, em Roraima


Pessoas presas são suspeitas de praticar garimpo na área indígena.
Operação ocorre na região de Waicais, a 300 quilômetros de Boa Vista.

 

Emily Costa Do G1 RR
Mais de 80 pessoas foram presas nesta segunda-feira (1º) por prática de garimpo e prostituição na Terra Indígena Yanomami, no nordeste de Roraima. 

As detenções foram feitas na região de Waicais, a 300 quilômetros de Boa Vista, durante atividades da 'Korekorema II', operação de combate à permanência ilegal em área de reserva indígena iniciada na quinta-feira (27), após uma equipe da Fundação Nacional do Índio (Funai) constatar, durante sobrevoo, a prática de garimpo na localidade. 

Doze policiais militares atuam na operação apoiando a Funai (Veja vídeo acima)

Ao G1, o coordenador da Frente de Proteção Etnoambiental Yanomami e Ye'kuana (FPEYY), João Catalano, disse que com as pessoas detidas foram encontradas armas, drogas, canoas e motores. 

Na região de Wuaicais vivem cerca de 80 índios da etnia Yanomami.

"Os garimpeiros e as pessoas que estão com eles estavam vivendo ilegalmente na cabeceira do rio Uraricoera e cometendo vários crimes juntamente com a prática do garimpo. 

Além disso, os índios nativos da região estavam sendo feitos reféns por eles", alegou Catalano.
Cerca de 80 índios vivem na Comunidade de Waicas, a mais de 300 quilômetros de Boa Vista (Foto: Divulgação/ Funai) 
Cerca de 80 índios vivem na Comunidade de Waicas, a mais de 300 quilômetros de Boa Vista
(Foto: Divulgação/ Funai)
 
 
Além das prisões, dez das 38 balsas usadas pelas aproximadamente 500 pessoas que vivem de forma ilegal na região já foram destruídas. 

Desta forma, segundo Catalano, a operação deve causar 'pelo menos R$ 4 milhões em prejuízo' aos financiadores do garimpo.

"Essas operações têm o objetivo de causar prejuízo, porque quando você 'mexe no bolso' do cidadão que investe no garimpo, ele tende a deixar a atividade econômica, que passa a ser inviável", pontuou.

Membros da Frente de Proteção Etnoambiental Yanomami e Ye'kuana, da Funai, Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e 12 homens da Polícia Militar participam da 'Korekorema II', que significia 'panela velha' na língua Yanomami.

Poluição

Segundo Catalano, a o garimpo na cabeceira do rio Uraricoera, em Wuaicais, gera diversos malefícios às populações indígenas e pode refletir na qualidade da água do Rio Branco, que abastece todo o estado. 


A contaminação da água ocorre pelo despejo de metais pesados, combustível e lixo no rio Uraricorera.

O combustível que mantém as balsas, o lixo e metais pesados são jogados no rio Uraricoera e podem afetar as populações de todo o estado, segundo João Catalano (Foto: Divulgação/ Funai) 
O combustível que mantém as balsas, o lixo e metais pesados são jogados no rio Uraricoera e
podem afetar as populações de todo o estado, segundo a Funai (Foto: Divulgação/ Funai)
 
 
"Num primeiro momento, a contaminação do rio Uraricoera afeta com muita intensidade as comunidades indígenas e depois acaba afetando toda a população de Roraima", disse Catalano complementando que há garimpos nos rios Mucajaí e Apiaú. 

"Essa situação extrapola a questão indígena e se torna um problema de saúde pública".

Operação

Iniciada há quatro dias, a 'Korekorema II' é a continuação de uma operação de mesmo nome desencadeada no início deste ano


Antes de iniciar a ação, membros da Funai fizeram um sobrevoo pela região no último dia 18 e constaram a prática da atividade ilegal.

Estima-se que nessa etapa da ação mais de 90 pessoas já tenham sido detidas, e pelo menos três delas trazidas para Boa Vista. 

No sábado (28) um sargento da Polícia Militar foi baleado durante um confronto e um reforço policial foi enviado à região.

Depois de detidas, todos as pessoas que vivem ilegalmente na região deverão ser entregues na sede da Polícia Federal, em Boa Vista. 

"A missão da Funai se encerra quando os criminosos são retirados da área indígena e passam a ficar sob responsabilidade das polícias federal e militar", encerrou Catalano.

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