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sexta-feira, outubro 31, 2014

Sem merenda, crianças 'enganam' a fome com frutas em escola de Codó

Segundo os pais, há um ano não há lanche na Escola Novo Horizonte.
Na hora do recreio, crianças comem manga ou caju.

 

Do G1 MA, com informações da TV Mirante
Sem merenda escolar, crianças que estudam na escola pública Novo Horizonte, localizada no povoado Corujão, na zona rural de Codó (leste do Maranhão), estão levando frutas como manga ou caju para enganar a fome na hora do recreio. 

Segundo os pais dos alunos, há um ano o lanche não é oferecido na unidade de ensino.

Pai de cinco filhos, Sebastião Bandeira dos Santos diz que não consegue entender a falta de merenda escolar. 

"Na hora do intervalo, vai pra casa, come umas mangas verdes por aí. 

O que tem, é isso. 

[Merenda] não tem. 

Eu acho umas coisas muito ruins porque eu acho que a verba vem pra merenda dos colégios dos meninos, né? 

E aqui não tem", reclama.

Segundo as crianças, se não tiver a fruta, eles passam fome. "Um caju, uma manga. [Se não levar de casa] fica com fome", revela o estudante Ian Alves da Silva, de 11 anos. 

"A gente só brinca mesmo. 

A gente fica com fome", afirma a aluna Laura Pereira dos Santos.

Falta de estrutura

Além da falta de merenda, a unidade de ensino funciona em um ponto de reunião construído pela associação de moradores do povoado, que foi cedido à Prefeitura de Codó. 


A estrutura, feita de madeira e cimento, tem paredes sem reboco, chão sem piso e teto sem forro. 

Os bebedouros são de barro e a cozinha possui um fogareiro.

Segundo uma professora da instituição, que não quis se identificar, a merenda só teria chegado aos alunos uma vez este ano, no mês de junho, e teria durado somente duas semanas.

Mulher que descobriu gravidez às vésperas do parto dá à luz em Jundiaí


Bebê, que é um menino, nasceu nesta sexta-feira (31), com 2.880 kg.
Mãe sofre de obesidade mórbida e não desconfiava que estava grávida.

 

Natália de Oliveira  

Do G1 Sorocaba e Jundiaí
Arthur nasceu nesta sexta-feira (31), com 49 cm e 2880 kg (Foto: Divulgação/Hospital Universitário de Jundiaí)Arthur nasceu nesta sexta-feira (31), com 49 cm e 2,880 kg (Foto: Divulgação/HU de Jundiaí)

A professora de Jundiaí (SP) que descobriu que estava grávida apenas aos noves meses de gestação deu à luz ao filho nesta sexta-feira (31). 

Vanessa Nascimento, de 35 anos, sofre de obesidade mórbida e diz que não desconfiava que estava esperando um filho.

Ela só foi descobrir a gravidez depois que passou por uma consulta de rotina com o ginecologista, na quarta-feira (29), e o médico percebeu que havia algo diferente. 

Segundo a professora, ele suspeitou de um mioma e a encaminhou, com urgência, para o hospital.

saiba mais
Na unidade de saúde, Vanessa passou por diversos exames, entre eles uma ultrassonografia, que constataram que ela estava, na verdade, grávida de 37 semanas, ou seja, prestes a completar nove meses de gestação. 

"Na hora eu senti uma mistura de felicidade, surpresa e desespero. 

Não senti nenhum sintoma de gravidez, enjoo, sono, nada", conta.

O bebê, um menino, nasceu de cesariana pesando 2,880 quilos e medindo 49 centímetros. 

Arthur, nome escolhido para a criança, é o segundo filho de Vanessa e Luciano Nascimento, que estão casados há 20 anos. 

O casal já tem uma filha de 17 anos. "Apesar do susto inicial, estou muito feliz. 

Eu já queria ter um outro filho, isso há muito tempo, só não esperava que ele fosse aparecer assim tão rápido", afirma.

Entenda o caso

Durante uma consulta de rotina no ginecologista, Vanessa foi informada pelo médico que a sua barriga não estava normal e que poderia ser um mioma ou mesmo um cisto. 


"Mas, durante os exames, ouviram batimentos cardíacos e constataram gravidez. 

Como a minha pressão estava muito alta, ele me encaminhou para o hospital", contou a professora.

De acordo com os médicos, Vanessa sofre com problemas causados pelo excesso de peso. 

Ela tem 140 quilos e é hipertensa. 

Por isso, ela e o bebê correram riscos durante a gestação.

A consequência poderia ser hemorragia causando a morte do bebê. 

“Ela tem que estar sempre de olho nas modificações do organismo dela e fazer exames frequentes com o ginecologista”, afirma o obstetra da professora, Francisco Pedro Filho.

Vanessa só descobriu a gravidez aos nove meses de gestação (Foto: Reprodução/TV TEM)Vanessa só descobriu a gravidez aos nove meses de gestação (Foto: Reprodução/TV TEM)
 

Sistema Cantareira tem outubro mais seco dos últimos 12 anos, diz Sabesp

Índice de chuva nos reservatórios foi 32,5% do volume esperado para o mês.

Sem segunda reserva técnica, nível das represas atingiu 1,7% nesta sexta.





Do G1 São Paulo
Nível de água de reservatório do Sistema Cantareira atinge índice mais baixo da história (Foto: Reprodução TV Globo)Nível de água de reservatório do Cantareira atinge índice mais baixo da história (Foto: Reprodução TV Globo)

O mês de outubro foi o mais seco dos últimos 12 anos no Sistema Cantareira, segundo dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). 

Entre o dia 1º até esta sexta-feira (31), foram registrados 42,5 milímetros de chuva nos reservatórios. 

Isso corresponde a 32,5% do volume esperado, que era de 130,8 milímetros.


Entenda como é o abastecimento de água na Grande São Paulo pelos sistemas Cantareira, Alto Tietê, Guarapiranga, Rio Grande, Rio Claro e Alto Cotia (Foto: Arte G1)
 
O nível das represas que abastecem atualmente 6,5 milhões de pessoas na Grande São Paulo está com 1,7% da capacidade total, sem considerar a segunda reserva (volume morto) do Cantareira. 

Incluindo no cálculo a outra parte da reserva, que elevará o nível em 10,7 pontos percentuais, o nível chega a 12,4%.

A Sabesp afirma que ainda não iniciou a captação dos 106 bilhões de litros que estão disponíveis abaixo das comportas, referentes ao segundo volume morto.

 O uso já foi liberado pelo Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE) do Estado de São Paulo e a Agência Nacional de Águas (ANA).

Ainda de acordo com a companhia, a queda no nível dos reservatórios é resultado da crise hídrica no estado, considerada a pior dos últimos 84 anos. 

A Sabesp afirmou que está tomando todas as medidas necessárias para amenizar a estiagem, como bônus na conta de água para quem economizar e transferência de vazões entre os sistemas.

Medições de chuva.

As medições diárias do Cantareira, além de registros de chuva e média histórica para o período, começaram a ser feitas em 2003 pela Sabesp. 


Desde então, o mês de outubro com índice pluviométrico foi o de 2008, quando choveu 175,2 milímetros, sendo que o previsto eram 132,8 milímetros.

Quedas

Já o Sistema Guarapiranga tem, desde julho, a pior situação entre os três maiores sistemas de abastecimento da Grande São Paulo. 


O sistema, que abastece 4,9 milhões de pessoas na capital, foi o que apresentou maiores quedas em pontos percentuais nos meses de julho, agosto, setembro e outubro.

Os números são piores, inclusive, que nos sistemas Cantareira e Alto Tietê. 

Apesar de abastecer uma população quase semelhante a do Cantareira, o Guarapiranga tem capacidade bem inferior: 171 bilhões de litros contra 1 trilhão do Cantareira.

O Sistema Guarapiranga começou a perder água com maior frequência a partir do mês de maio, quando perdeu 3,3 pontos percentuais. 

Antes disso, em fevereiro, março e abril, o nível d'água subiu nos três meses.

Reforço ao Cantareira

Desde outubro, a participação do Guarapiranga no atendimento de cliente da Sabesp que eram atendidos pelo Cantareira foi ampliado. 


Neste mês passou a ceder mais 1 mil litros/segundo no apoio ao Cantareira. 

O Sistema Guarapiranga produz 14 mil litros por segundo. 

Até fevereiro, atendia 3,9 milhões de pessoas e hoje atende 4,9 milhões nas zonas sul e sudeste da capital.

Está localizado na cidade de São Paulo e tem 17 quilômetros de extensão. 

A transferência da Represa Billings para a Guarapiranga só é realizada quando necessário e teve início em agosto de 2000.



 
Relação dos sistemas e bairros atendidos

Veja abaixo os principais sistemas:

Sistema Cantareira:

Capacidade total: 1 trilhão de litros
Volume disponível: 53 bilhões de litros
População que abastece: 6,5 milhões

Sistema Alto Tietê:
Capacidade total: 520 bilhões de litros
Volume disponível: 57,72 bilhões de litros
População que abastece: 4,5 milhões


Sistema Guarapiranga:
Capacidade total: 171 bilhões de litros


Volume disponível: 83,277 bilhões de litros
População que abastece: 4,9 milhões

Sistema Rio Grande:
Capacidade total: 112 bilhões de litros
Volume disponível: 84,336 bilhões de litros
População que abastece: 1,2 milhão

Sistema Alto Cotia:
Capacidade total: 16 bilhões de litros
Volume disponível: 5,392 bilhões de litros
População que abastece: 410 mil

Sistema Rio Claro:
Capacidade total: 13 bilhões de litros
Volume disponível: 7,345 bilhões de litros
População que abastece: 1,5 milhão de pessoas.

Cidade no Ceará em emergência pela seca faz até bingo para sortear poço

Evento em Pentecoste em setembro atraiu mais de 2.000 pessoas.
Produção de coco e peixe está prejudicada com estiagem de três anos.

 

Gioras Xerez Do G1 CE


Mais de duas mil pessoas lotaram a praça da cidade para acompanhar o sorteio do poço profundo (Foto: Notícias de Pentecoste) 
Mais de 2.000 pessoas lotaram a praça da cidade para acompanhar o sorteio do poço profundo (Foto: José da Legnas/Notícias de Pentecoste)


A cidade de Pentecoste (CE) está em situação de emergência devido à seca que já dura três anos

Os agricultores perderam quase toda a safra, parte do gado morreu e a população da zona rural está sem água potável

Para tentar amenizar a situação, uma entidade local realizou em setembro um bingo que sorteou a perfuração de um poço profundo entre 2.200 compradores de uma cartela de R$ 10.

Venceram a dona de casa Maria do Socorro Costa, 41 anos, e o agricultor Egilázio Freitas Silva, 52, que completaram todos os números de sua cartela

O poço, claro, não pode ser dividido. 

O jeito foi vendê-lo para um terceiro apostador, o mecânico e agricultor José Dalvani Chaves, de 44 anos, que chegou a participar do bingo com três cartelas.

Após a compra, ele irriga uma pequena plantação de coco na zona rural do município.

“A aquisição valeu a pena pois agora minha família tem água para beber, usar na alimentação e outras utilidades do lar”, explica.

Ele pagou R$ 4 mil pelo prêmio (a perfuração e uma bomba), mas teve que investir mais R$ 12 mil porque a primeira escavação não encontrou água.

A dona de casa que originalmente venceu o bingo vive na zona urbana da cidade, ainda com acesso a açudes da região.

Esse foi o motivo que a levou a vender o poço. 

"Eu ganhei, mas analisando bem, não tinha como ter um poço aqui em minha casa. 

A dificuldade por água está grande, mas não é desesperadora", relata.


Bomba e perfuração de poço salvaram a produção de banana do agricultor José Dalvani  (Foto: Gioras Xerez/G1) 


































Bomba e perfuração de poço salvaram a produção
de banana do agricultor José Dalvani(Foto: Gioras Xerez/G1)
 

Mas para o agricultor da zona rural a situação é outra. “Tudo estava seco. 

Panorama de dar pena. 

Minha pequena propriedade estava praticamente sem água para irrigar uma pequena plantação de coco que eu tenho.

É pouca, mas no fim do mês dá uma ajuda danada.

Além do consumo”, conta.

A região é a segunda maior produtora de coco do Brasil e o produto está comprometido da pouca água do Açude Pentecoste.

Um mês após a instalação do poço em sua propriedade a paisagem mudou e ele colhe os frutos do investimento. 

“Tudo mudou. 

As pessoas dizem que eu fiz burrice ao investir R$ 12 mil no poço profundo para escavação, mas não foi. 

Comprei a máquina por R$ 3 mil e com mais R$ 9 mil consegui furar o poço.


Agora tenho terra irrigada e minha família tem água para beber”, conta.

Antes da instalação, ele era obrigado a comprar água mineral a preços altos pois a água disponível na cidade é inadequada para consumo.

"Água do açude e dos carros pipa não serve mais, pois está suja. 

Quando colocamos ela para ferver aparece uma espuma. 

Horrível.”

O presidente da Associação dos Usuários do Distrito de Irrigação do Perímetro Irrigado Curu Pentecoste (Audipecupe), Francisco Cláudio Ferreira de Sousa, foi um dos idealizadores do bingo.

"O que o povo está querendo neste momento? 

A necessidade é um poço profundo. 

Então tivemos essa ideia.

É uma coisa que vai atingir um maior público possível.

E a participação do povo foi grande.

” Além do poço, foi colocado a prêmio no mesmo bingo uma moto, mas sem muita procura. "

O pessoal sempre perguntava pelo poço. 

Quase ninguém indagava pela moto. 

Eles estavam interessados mesmo era em ter algo que lhes proporcionassem água."


frase francisco seca ceará (Foto: André Teixeira/G1)

Das 184 cidades do Ceará, 178 decretaram situação de emergência por conta da falta de chuva, incluindo todos os municípios da Região Norte, onde fica a cidade de Pentecoste, é crítica mesmo para quem possui fonte de água própria, segundo Ferreira de Sousa. 

Algumas plantações não suportam o forte calor e a pouca água.


Ficha - especial seca - Pentecoste (CE) (Foto: G1)


Com a atual situação, alguns agricultores perderam até 100% da safra, como é o caso de Francisco Sousa Cunha, de 49 anos. 

O agricultor tinha uma pequena plantação de bananas no quintal de casa e perdeu tudo por causa da longa estiagem.

“Tudo que eu plantei morreu. 

Não deu para aproveitar nada. 

Eu até tentei molhar a terra com a água da chuva que guardei, da última chuva que caiu, mas não consegui salvar minhas bananeiras.

Um desespero, pois vendia bananas na feira e dava para juntar um dinheirinho”, afirmou, com o olhar fixo para o local onde estavam as bananeiras.

Para a família não morrer de fome, Francisco Sousa Cunha buscou uma alternativa, a pesca em um riacho a quatro quilômetros de sua casa. 

“Pelo menos três vezes por semana eu saio de casa ainda cedo. 

Quando tenho sorte, o que sobra vou vender no mercado. 

Se não fossem esses peixes, estaria em uma situação bem complicada.”

O principal reservatório do município, o Açude Pereira de Miranda – também conhecido como Açude Pentecoste –, está com apenas com 2% da sua capacidade total, e os canais de irrigação estão secos.

Para captar o volume morto, que fica abaixo do nível das comportas, é necessário usar um gerador que fornece energia elétrica para as bombas, o que requer um custo alto ao município.


Água que irrigava plantações de coco saía do açude Pentecoste, que hoje funciona em nível morto (Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)Água que irrigava plantações de coco saía do açude Pentecoste, que hoje retira água do volume morto (Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)

A Audipecupe classifica o atual período de estiagem como a pior seca da região: "Antes a água batia perto do asfalto e parecia que ia invadir a cidade.

 Hoje faz pena".

Produção de coqueiros prejudicada
Agricultores do projeto irrigado perderam toda a produção dos coqueiros.


As palhas secaram e o coco não serve para a venda

Os moradores mais antigos "não acreditam no que está acontecendo", diz o agricultor Francisco Rodrigues. 

“Hoje falta água até para a cidade”, disse.

O Ceará tem oito perímetros de agricultura irrigada.

A maioria já interrompeu plantio ou está produzindo abaixo do esperado.

A orientação do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs) é de interromper as culturas temporárias para reduzir os prejuízos.

“Nós estamos fazendo um cadastro temporário que será levado para as autoridades competentes para ver a possibilidade de indenização para que eles possam recompor as suas culturas.

O Dnocs também mandou máquina para perfurar poços profundos com objetivo de abastecimento humano”, afirmou o agrônomo Eduardo Segundo.

Para tentar aliviar os efeitos da seca, o município de Pentecoste adquiriu verbas e realizou a perfuração de 65 poços, afirma o secretário de Agricultura e Defesa Civil de Pentecoste, Gledson Guimarães. 

“Nós conseguimos, graças a parcerias, furar mais de 65 poços no município. 

Já foram instalados mais de 13 poços para tentar amenizar a sede da população", relata.

O Dnocs garantiu a verba de R$ 520 mil para que a prefeitura ajude o agricultores a salvar a cultura dos coqueiros.

A prefeitura tenta com o Ministério da Integração uma forma dos agricultores receberem Garantia Safra e outros benefícios, afirmou.

Mulher recorre à Justiça para ter duas mães na certidão de nascimento


Mulher, que mora em Campo Grande, diz que foi criada por duas mulheres.
Recurso foi julgado pelo Superior Tribunal de Justiça neste mês de outubro.

 

Tatiane Queiroz Do G1 MS
 
Mulher quer ter duas mães em MS (Foto: Tatiane Queiroz/ G1 MS)Lucyana olha fotografias da infância (Foto: Tatiane Queiroz/ G1 MS)


A vendedora Lucyana Gutierrez, de 40 anos, recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para conseguir o direito de colocar os nomes das duas mulheres que considera como mães em seu registro de nascimento. 

“Parece estranho, mas é assim que fui criada, por duas mães adotivas”, disse Lucyana ao G1.

O recurso especial protocolado pela defesa da vendedora foi julgado pela 3ª Turma. 

A decisão foi divulgada nessa quarta-feira (29) no site do órgão. 

O colegiado seguiu o entendimento do relator, o ministro Marco Aurélio Bellizze, e determinou o retorno do processo à primeira instância para ser julgado novamente

Segundo a decisão, Lucyana não teve chance de apresentar todas as provas sobre a convivência dela com as duas mães.

Lucyana conta ao G1 que foi deixada pelos pais biológicos na porta de uma distribuidora de bebidas, em Rondonópolis (MT), quando ainda era um bebê. 

Segundo a vendedora, ela foi adotada por uma das duas proprietárias da empresa. 

“Na época, não era permitido colocar os nomes de duas mulheres no registro de nascimento, por isso, apenas uma delas me registrou”, explicou.

No entanto, a vendedora conta que foi criada pelas duas mulheres

Segundo informações divulgadas pelo STJ, as empresárias tinham uma “relação homoafetiva”.

Lucyana prefere não dar informações sobre a relação entre as mulheres.

Quando a vendedora tinha 5 anos, as duas mulheres venderam a distribuidora de bebidas e mudaram-se para Campo Grande. 

Ela conta que morou com as duas mulheres até os 7 anos, quando uma delas casou-se e mudou-se para outra casa com o marido.
 
Parece estranho, mas é assim que fui criada, por duas mães adotivas"
Lucyana Gutierrez
“Mesmo em casas separadas, nós três sempre permanecemos muito próximas. 

Morávamos na mesma rua, na mesma quadra. 

O vínculo entre nós sempre foi o mesmo. 

Tinha quarto nas duas casas, vivia nas duas casas, sempre foi assim”, relata.

A mulher que registrou Lucyana, primeira mãe, morreu quando ela completou 16 anos. 

“Depois que ela faleceu, fui morar com a minha outra mãe e com o marido dela”. 

Ela relata que morou com o casal até os 18 anos.

A segunda mãe dela faleceu em 2007. 

Segundo informações do STJ, após a morte da mulher, a vendedora teria sido abandonada pelo “pai adotivo”. 

O motivo teria sido financeiro. No processo, ela alega que o homem não quer que ela participe da partilha de bens da família.

A vendedora também recorreu a Justiça de Mato Grosso do Sul para ser reconhecida como filha pelo pai adotivo. 

“Acho que mãe ou pai não é apenas aquele que coloca a gente no mundo. 

Tenho duas mães e um pai e não vou abrir mão disso. 

Não vou jogar o meu passado no lixo”.
Mulher quer ter duas mães em MS (Foto: Tatiane Queiroz/ G1 MS) 
Vendedora aguarda novo julgamento
(Foto: Tatiane Queiroz/ G1 MS)
Processo

Em primeira instância, o pedido de reconhecimento de dupla maternidade protocolado por Lucyana foi negado. 


A Justiça de Mato Grosso do Sul considerou que o reconhecimento da maternidade socioafetiva (por adoção) seria possível somente em caso de abandono por parte da mãe que registrou, fosse ela biológica ou adotiva.

Segundo informações do processo divulgadas pelo STJ, para o órgão estadual não ficou comprovada a relação homoafetiva entre as duas mulheres.

Dupla maternidade
A legislação brasileira não impede que uma criança seja registrada por duas pessoas do mesmo sexo, independentemente de terem ou não uma relação homoafetiva.


A presidente da Comissão da Mulher Advogada, que pertence à Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso do Sul (OAB-MS), Mara de Azambuja Salles, explica que a Lei de Registros Públicos permite que as pessoas façam modificações de informações em seus documentos.

“Há precedentes para isso. 

A família da sociedade contemporânea é diferente da família da sociedade antiga. 

O Direito acompanha essas mudanças”, comenta a advogada.
Ainda segundo Mara, para que os documentos sejam modificados é preciso uma justificativa, além de um acordo entre as partes. “Hoje uma pessoa pode ter no registro de nascimento um pai e uma mãe, duas mães, dois pais, ou até mesmo duas mães e um pai, ou dois pais e uma mãe”, explica.

Como exemplo, a advogada cita casos em que há doação de óvulos ou doação de esperma para a realização de inseminações artificiais, ou de relações homoafetivas, ou ainda adoção.

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