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quarta-feira, setembro 10, 2014

Fechamento de Mina – A evolução das cidades mineradoras

    PARAUAPEBAS - PARÁ

   Localização

Parauapebas está localizada no sudoeste do Estado do Pará, a 645 km da capital Belém. 


Com cerca de 100 mil habitantes, a cidade é composta por pessoas vindas de diferentes partes do Brasil. 

São maranhenses, goianos, tocantinenses, mineiros, gaúchos, paulistas, capixabas etc. 

Todos migraram para a região em busca de trabalho, principalmente relacionado à mineração. 

Cercado por serras de minério de ferro, o município abriga um dos maiores empreendimentos minerais do mundo, o Projeto Carajás, desenvolvido pela Companhia Vale.

4.2.2    Contexto Atual

Hoje, a cidade apresenta um dos três maiores orçamentos do estado devido aos royalties e impostos gerados pelas atividades da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) em seu território, porém o índice de pobreza é alto, 42,03%. 


Apesar de mais baixo que o índice médio do estado, 43,14%, está bem acima da média de outros estados, como Minas Gerais com 26%.
 

A economia do município baseia-se essencialmente na extração mineral.

A atividade mineradora de ferro, ouro e manganês é a mais forte da economia do município. 


Pode-se verificar no gráfico abaixo (figura 26), que o PIB relacionada a indústria, nesse caso ligada à mineração, é três vezes maior que o do setor de serviços, segundo no ranking da economia local.

O setor terciário, de comércio e serviços têm hoje contribuído fundamentalmente para a economia do município. 


Há uma rede de lojas, farmácias, bares, bancos, hospitais, correios, salões de beleza, transportes, bem extensa e diversificada, que contrata mão-de-obra de parte da população.

A economia informal é outro setor que tem crescido. 


Percebe-se o dinamismo acentuado das feiras livres, assim como das bancas de vendas, dos mais diversos tipos de produtos, espalhadas por parte da cidade. 

Nos últimos anos, Parauapebas está diversificando suas atividades econômicas, possibilitando o crescimento do agronegócio, com a ênfase para a pecuária, de corte e leiteira, para a fruticultura e produção de grãos, além da exploração da madeira de lei.

Área de mineração Parauapebas                                

Vista aérea Parauapebas


         
Fontes: arquivo pessoal e www.achetudoeregiao.com.br

O empreendimento bilionário instalado na região redesenhou parte expressiva da paisagem amazônica, estimulou novas atividades econômicas, como a siderurgia, além de causar uma reviravolta nas relações sociais e na vida da população da região. 


A implantação da Estrada de Ferro Carajás, ligando Parauapebas (PA) a São Luís(MA), acarretou em várias mudanças da região. 

A linha começou a operar em 1985, com 892km, no ano seguinte começou a funcionar o trem de passageiros, com capacidade para 1.500 passageiros. 

Esse meio de transporte é o mais usado pelas pessoas que se mudam para a cidade.

Estima-se que a cada semana chegam 50 famílias, resultando em um problema típico das grandes metrópoles nacionais: o crescimento desordenado. 


A população atraída pela possibilidade de emprego, em grande parte não é contratada, pois não possuem formação profissional e escolar consistente. 

Essa população crescente e sem emprego, acarreta na ocupação da área de maneira desordenada, em residências precárias e muitas vezes sem os serviços de água e esgoto, gerando áreas de risco social.

A cidade vive hoje outro problema urbanístico, além de seu crescimento descontrolado sua infraestrutura urbana não apresenta um bom padrão urbanístico e existe um déficit de serviços. 


Parauapebas não atende a população de alta renda contratada para trabalhar na VALE. 

Para reverter essa situação, a própria empresa desenvolveu um grande projeto de expansão da cidade em uma área fora do centro. 

Também serão realizadas algumas melhorias nas as áreas já urbanizadas, com a construção de equipamentos para a prática de esporte, áreas de lazer e comercio.

O projeto Residencial Parauapebas será interligado ao centro por novos eixos viários e os existentes receberão novo tratamento paisagístico. 


O novo bairro contará com mercado, teatro, jardim botânico, capela ecumênica e um alto padrão urbanístico. 

As casas serão de quatro tipologias, com alturas e cores variadas.
 

Apesar das melhorias que serão realizadas na parte já urbanizada, a construção de um empreendimento de alto nível fora do centro da cidade aumentará a segregação social. 

A criação de um novo espaço não resolverá os problemas atuais da área central, ao contrário, podem potencializá-los


4.3    ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DAS CIDADES ESTUDADAS

As cidades estudadas apresentam, ou apresentaram grande dependência econômica relativa à mineração. 


A cidade de Itabira, por exemplo, vive hoje uma situação que é definida pelos economistas como “enclave econômico”. 

Toda sua economia tem como base a atividade mineira, uma vez que grande parte das pessoas que vivem ali trabalham direto ou indiretamente no setor. 

Apesar de apresentar atividade comercial considerável, todo esse setor funciona com capital proveniente da mineração. 

A mineração em Itabira emprega direta e indiretamente cerca de 4 mil pessoas. 

A atividade rende uma receita de aproximadamente R$ 150 milhões anuais, 75% da arrecadação total do município. 

A possibilidade de encerramento da atividade mineira, traz preocupação para a cidade e seus moradores.

A atividade mineira muitas vezes é desenvolvida em locais até então desabitados, sendo necessária a construção de núcleos habitacionais e infraestrutura de transporte, além da infraestrutura da mina. 


Nesses casos os maiores problemas acontecem com o encerramento da atividade mineira, caso a cidade não tenha desenvolvido outras atividades econômicas ao longo da existência da mina. 

A cidade então tem sua economia desfalcada e grande parte da população migra. 

Gerando um quadro crítico em que a administração local não tem fundos para manter a infraestrutura existente, uma vez que já não tem a arrecadação da mineração. 

A infraestrutura de transporte de carga, como portos e ferrovias, fica subutilizada, encarecendo o transporte para a região.

O início da atividade mineira resultou no aumento da população das cinco cidades. 


A cidade de Parauapebas é um exemplo recente desse crescimento populacional acelerado, que resulta em problemas para a cidade devido á falta de planejamento urbano. 

A cidade hoje apresenta ocupações irregulares, falta de infraestrutura, malha viária desordenada, crescimento sem limites, entre outros problemas. 

As cidades que crescem sem um plano global não têm como prever os problemas e a administração local passa a apenas tentar sanar-los. 

Ou seja, o orçamento público também é gasto de maneira desprogramada, não existindo um plano de metas e estratégias de crescimento local.

A cidade de Parauapebas, assim como as demais, sofre com outra consequência da mineração, a existência de uma população flutuante. 


A alta rotatividade na cidade dificulta um planejamento a longo prazo. 

As pessoas viverem pouco tempo na cidade, sem criar vínculos com o local. 

Dessa maneira grande parte do capital adquirido durante certo período de trabalho é transferido para outras cidades. 

A chegada de uma nova população gera novas demandas a serem atendidas. 

Muitas vezes as cidades não possuem infraestrutura e serviços para atender a essas necessidades.

As cidades mineradoras muitas vezes sofrem consequências ambientais. 

A atividade mineira quando praticada de maneira descontrolada pode causar danos ao meio ambiente. 

A cidade de Itabira, por exemplo, teve sua paisagem natural alterada, com a remodelação de seu relevo. 

A questão da água também é muito séria, a necessidade de rebaixar o lençol freático cada vez que a mineração o atinge, comprometeu as nascentes existentes e o abastecimento de água para a população. 

Existindo, ainda, o problema da poluição dos córregos e do solo causada pela lavagem do minério.

Todos os problemas identificados, sendo eles a dependência econômica relativa à mineração, o crescimento rápido e sem planejamento, a existência de uma população flutuante, o surgimento de novas demandas a serem atendidas, e os impactos ambientais, podem ser evitados ou revertidos em possibilidades de novas atividades econômicas. 


A mineração pode trazer transtornos para uma região, porém se planejada e aliada a soluções criativas para contornar seus malefícios, promove o desenvolvimento local e do país.

Fonte:


Camila Vieira
Arquiteta – Minerconsult Engenharia
Ex-aluna da pós-graduação em Engenharia de Produção Mineral do Ietec

 COMENTÁRIO:

Pelo que tudo indica, em Parauapebas já está acontecendo  o que aborda o estudo da Camila Vieira. 

Basta olhar ao redor da cidade e constatar que já destruíram as reservas florestais, estão colocando abaixo os morros, e o pior de tudo é que a Vale já atingiu o lençol freático, obrigando-a utilizar bombas submersíveis potentíssimas com o objetivo de jogar esta água do subsolo para o solo da terra, para continuar extraindo minérios. 

Sabem o que isso significa para a população parauapebense ? É que em pouco mais de cinco anos, não se terá mais água no município para o consumo humano, porque os rios e lagos desta região, recebem água do lençol freático. 

Pesquisa feita recentemente sobre o Rio Parauapebas, já comprovou que o mesmo já está diminuindo seu volume de água. 

O pior de tudo isso, é que as autoridades do estado do Pará e o governo Federal, não estão tomando providências sobre essa situação preocupante, e  tão pouco os vereadores do município se manifestam como os "legítimos representantes" do povo para tomar qualquer atitude. 
 
Valter Desiderio Barreto.

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