Queridos amigos e irmãos, hoje daremos
espaço a perguntas que nos são enviadas por leitores, abordando as
polêmicas em torno do feminismo e sua influência na igreja cristã.
Por 2.000 anos a igreja manteve um padrão postural e uma eclesiologia
que tradicionalmente definiu alguns limites para o trabalho ministerial
da mulher na igreja.
Esses aspectos sempre foram fortemente embasados
pela fundamentação bíblica, que claramente, sobretudo nos escritos
paulinos, estabelecem algumas restrições, principalmente no que concerne
à função pastoral ou de doutrinamento na igreja.
Todavia em dias atuais, a maior parte
das igrejas e ministérios já adere à total desconsideração dessas
premissas bíblicas e temos presbíteras, pastoras, bispas e até apóstolas
sendo ordenadas e encorajadas e buscar esse direcionamento ministerial
por toda parte do Brasil e do mundo.
A questão da mulher na igreja, porém,
suscita não só essas como muitas outras dúvidas.
Aqui selecionamos cinco
delas, enviadas por pessoas das mais diversas regiões e que sintetizam
tais dúvidas e confusões acerca do tema.
Sabemos que a abordagem do
assunto da forma como aqui faremos é algo que agitará ânimos e ímpetos
carnais, sobretudo daqueles que insistem em ver com
olhar de competição a coexistência entre os gêneros, que aos olhos de
Deus se dá no nível da mútua cooperação e com papéis definidos.
A
relevância e necessidade de um debate sério sobre o tema, porém, nos
levam a conduzi-lo adiante, apesar de todos os equívocos interpretativos
que certamente nos alcançarão aqui.
Sigamos em frente e que Deus nos ajude.
Pergunta enviada por Marília Mendonça – São Bernardo do Campo (SP)
Prezado irmão Reinaldo, eu tenho dúvidas sobre a questão
do modo de se vestir das mulheres.
Quando não temos 8 temos 80 em
nossas igrejas.
Algumas proíbem certos tipos de vestimentas porque acham
que seja algo sensual e indevido.
Outras igrejas dão liberdade e nós
vemos verdadeiros escândalos na imagem das mulheres cristãs.
Me diga qual é a real posição da Bíblia sobre a maneira da mulher cristã se vestir.
Resposta
Obrigado querida irmã Marilia.
Sua
pergunta é extremamente importante e requer uma reflexão sincera tanto
por parte dos líderes atuais, como de nossas irmãs que precisam
verdadeiramente estar atentas a esses aspectos.
Quando abrimos a Palavra de Deus em 1
Timóteo 2:1-15, notamos que o Apóstolo Paulo dá instruções de adoração
pública aos crentes.
Dentro deste contexto, ele instrui mulheres na
congregação a se vestirem modestamente [isto é, com pudor e discrição]
ao invés de em ostentação ou maneira centrada em ornamentos (vv. 9-10).
Mas ao invés de simplesmente escrever um manual para mulheres de estilo
legalista, Paulo escreveu estes versículos pela inspiração do Espírito
Santo em um esforço para deixar bem estabelecido um princípio bíblico de
adoração corporativa na igreja local.
O princípio é este: O caráter da
mulher é mais importante do que o traje dela.
A mulher temente a Deus
deve se adornar com boas obras.
O seu adorno, que a faz atraente, não é a
suntuosidade de sua ornamentação, mas a exibição de um sincero caráter
cristão.
Cada mulher crente deve valorizar muito mais um testemunho de
suas obras cristãs do que a reputação de ser a mulher mais bem vestida
da congregação.
Alguns exemplos claros disso nas
Escrituras são os de Febe, Lídia e Dorcas, como aquelas cujas obras
foram edificantes para o corpo de Cristo e deixaram impressões
permanentes não somente naqueles com quem elas tiveram contato, mas
também sobre a igreja inteira até nossos dias.
Mesmo hoje, mulheres mais experientes têm a responsabilidade, dentro da igreja local, de ministrarem às mais jovens, o valor prioritário que compete à beleza não do aspecto físico (pois assim vive, pensa e ensina o mundo que jaz no maligno), mas de suas boas obras e de serem conhecidas pelo que elas verdadeiramente são, através do seu caráter cristão piedoso.
Mesmo hoje, mulheres mais experientes têm a responsabilidade, dentro da igreja local, de ministrarem às mais jovens, o valor prioritário que compete à beleza não do aspecto físico (pois assim vive, pensa e ensina o mundo que jaz no maligno), mas de suas boas obras e de serem conhecidas pelo que elas verdadeiramente são, através do seu caráter cristão piedoso.
Dália Christine – Uberlândia (MG)
Pastor Reinaldo eu já ouvi muitos
pastores falando que existem muitos ministérios que uma mulher pode
desenvolver dentro da Igreja que não seja o pastoral.
Que ministérios
seriam esses?
Resposta
Olá querida Dália. É verdade.
Há um
campo vasto e farto de possíveis atuações do competente e eficaz dom
feminino na Obra de Deus, e todos são de fundamentação importância para o
bom funcionamento orgânico e espiritual do Corpo de Cristo.
Eis algumas
sugestões:
. Um Ministério na Educação Cristã
. Um Ministério em Escolas Cristãs
. Um Ministério em Educação Cristã Superior
. Um Ministério em Evangelismo Pessoal e Discipulado
. Um Ministério de Evangelismo com Crianças
. Um Ministério em Missões
. Um Ministério para Mulheres (Departamentos de moças e/ou senhoras)
. Um Ministério em Publicações Cristãs etc.
Pergunta enviada por Idailson Santana – Teresina (PI)
Olá Reinaldo Ribeiro,
paz do Senhor.
Eu já percebi que sobre essa questão de mulheres
pastoras existem duas linhas de pensamento: os conservadores e
tradicionais, que seguem o texto bíblico que proíbe o ministério
pastoral de mulheres e existe também a linha progressista, daqueles que
tentam entender de outro jeito esses textos e que usam os tempos
modernos e as mudanças da sociedade como razão para justificar essas
ordenações.
Me responda porque apesar das passagens bíblicas serem tão
claras, mesmo assim tanta gente discorda e prefere seguir por outro
caminho?
Resposta
Querido Idailson, muito obrigado
e antes de tudo me permita felicitá-lo pela forma brilhante e muito bem
articulada com que elaborou sua tão importante e relevante pergunta.
Enquanto uma variedade de argumentos favorecendo o ponto de vista
progressista existe, temos a clareza de referências bíblicas, como a de
1 Timóteo 2:9-15 que nos fornecem outra visão a respeito.
Ainda antes
de notar o que a Palavra de Deus diz sobre este importante problema, o
leitor tem que decidir se sim ou se não ele ou ela aceitará as próprias
palavras das Escrituras como as inspiradas e inerrantes palavras de
Deus.
Muitos que aderem a um ponto de vista progressista quanto a
mulheres no ministério sustentam um baixo ponto de vista das Escrituras,
vendo o texto bíblico como as ideias, filosofias e meditações de homens
(tais como o apóstolo Paulo) ao invés de serem a verdadeira Palavra de
Deus dada para homens pelo ato direto de inspiração pelo Espírito Santo.
Se alguém conclui que as palavras do texto sob consideração
simplesmente reflete o meio cultural do apóstolo Paulo e por esta razão
não pode ser considerada com autoridade para o século 21, então nenhum
outro argumento ou investigação no tópico pode prosseguir, pois as
crenças dessa pessoa são sujeitas a conclusões e julgamentos de homens
ao invés de à absoluta e imutável verdade do próprio Deus.
No entanto, se alguém aceita a Bíblia
como inerrante, como autoridade e como "assoprada por Deus", então ele
saberá que toda a Escritura "é proveitosa para ensinar" e ele desistirá
de desfazer-se daquelas porções que ele não acredita serem relevantes ou
aplicáveis à sua própria situação.
Pergunta enviada por Wanderlei Renisson – São Paulo (SP)
Senhor Reinaldo.
Será que o senhor e os
muitos machistas que lideram grande parte da igreja não percebem que a
autoridade eclesiástica de hoje é fruto de uma cultura machista
judaico-primitiva, e de que agora, na luz do século 21, devemos virar a
própria mesa nisso?
Onde está sua base bíblica para defender que
mulheres não podem ser pastoras?
Então a Palavra de Deus é propriedade
apenas dos homens?
E o que o senhor diria da regra áurea da igualdade
que vemos em Mateus 7:12?
Resposta
Meu querido Wanderley, respeito seu
sentimento de indignação e quero crer que pacientemente posso lhe
esclarecer essas questões.
Não podemos distorcer Mateus 7:12 ao bel
prazer de uma suposta “igualdade ministerial”, pois se defendermos esta
posição, então teremos também que pedir desculpas aos homossexuais,
lésbicas e travestis (entre outros) porque a ciência e a cultura de hoje
já nos ensinam que certas pessoas até nascem com esta tendência e,
portanto, não seria pecado tal prática.
Estariam, portanto, a ciência e a
sociologia corretas e Deus errado? Não é o que penso.
Quando Paulo argumenta contra a
autoridade da mulher, ele não menciona costumes culturais, mas sustenta
um conjunto de argumentos teológicos.
Ele cita a submissão dos anjos e
aponta também para a hierarquia evidenciada pela própria criação
(1Co.11:7-10,14).
Para apoiar o ministério de mulheres teríamos que passar por cima de uma série de textos bíblicos:
Paulo ordenou apenas homens ao
presbitério (At.14:23); nenhuma mulher foi chamada para acompanhar Paulo
e Barnabé (At.13:1-3); o Espírito Santo constituiu bispos e não bispas
(At.20:28); em Filipos haviam bispos e diáconos, não havia bispas e
diaconisas (Fp.1:1); Paulo não ensinou ordenação de mulheres
(1Tm.3:1-5); a consagração ao ministério era realizado por intermédio do
presbitério, que era composto de homens (1Tm.4:14; 5:17,22); em Creta,
onde havia muita imoralidade (inclusive homossexualismo e lesbianismo),
apenas homens foram prescritos para o presbitério (Tt.1:5).
Pedro não
menciona mulheres presbíteras em suas cartas (1Pe.5:1-4); Tiago não
incluiu as mulheres entre os presbíteros, para fazerem orações de fé
(Tg.5:14).
A Carta aos Hebreus também não menciona mulheres entre os
pastores (Hb.13:7,17).
Que dizer da história da igreja?
Durante séculos nunca se ouviu falar em mulheres no ministério.
Durante séculos nunca se ouviu falar em mulheres no ministério.
Isso é uma
questão recente.
Esta polêmica não vem de um contexto teológico, mas
político-social dos Estados Unidos, na virada do século 19 (ela teve seu
berço no meio evangélico em 1848 com a convenção de mulheres na capela
da Igreja Metodista Wesleiana, em Seneca Fall, New York, nos EUA).
Será que a Igreja, que é considerada
coluna e baluarte da verdade (1Tm.3:15), errou por 19 séculos, durante
os quais se omitiu quanto a ordenação de mulheres?
Depois de 19 séculos,
teria a Igreja recebido uma nova revelação divina, através da qual, sua
visão, antes enebrecida pelo preconceito, teria sido aberta para
enxergar e apoiar o ministério de mulheres?
Deus permitiria tal
injustiça contra as mulheres por 19 séculos?
Por que Deus não fez esta
revelação logo no início da era cristã?
Por que Ele tardou 19 séculos
para fazer justiça?
Portanto, não é o machismo e nem a
influência judaico primitiva que me impele a pensar e pregar dessa
forma, mas o lógico raciocínio hermenêutico baseado nas Escrituras e o
legado histórico da Igreja.
Pergunta enviada por Katia Santos – Belém (PA)
Reinaldo Ribeiro eu li seu artigo sobre a
questão do ministério pastoral feminino e achei que você foi brilhante.
Mas isso não quer dizer que concordo plenamente.
Ainda tem uma questão
que me deixa confusa.
Muitas pessoas dizem que as proibições de Paulo
eram necessárias para aquela época mas não fazem mais sentido para o
nosso tempo.
Me faz entender por que ainda nos dias de hoje é certo
proibir mulheres de serem pastoras?
Resposta
Obrigado Katia por sua pergunta, sobre a qual, com todo prazer, passo a discorrer.
Ultimamente eu tenho sido muito
questionado se as mulheres devem servir no ministério.
Minha resposta é
sempre: “Sim, é claro!
Todos os crentes são chamados para servir e
ministrar uns aos outros.”
Entretanto, eu responderia de maneira
diferente se a pergunta fosse mais precisamente assim: “Há ministérios
nos quais as mulheres não devem servir?”
Eu argumentaria que o Novo
Testamento claramente ensina que as mulheres não deveriam servir como
pastoras (função à qual o Novo Testamento também faz referências usando
as palavras bispos ou anciãos - repare: sempre no masculino).
Fica claro
no Novo Testamento que os termos pastor, bispo e ancião referem-se à
mesma função (cf. At 20.17, 28; Tt 1.5, 7; 1 Pe 5.1-2) e, no restante
dessa resposta, usarei os termos “ancião” e “pastor” alternadamente para
designar essa função.
A PROIBIÇÃO DE PAULO EM I TIMÓTEO 2.12
O texto fundamental que estabelece que
as mulheres não deveriam servir como anciãs é 1 Timóteo 2.11-15.
Lemos
no verso 12: “Não permito que a mulher ensine, nem que tenha autoridade
sobre o homem” (NVI).
Nessa passagem, Paulo proíbe que as mulheres
realizem duas atividades que caracterizam o ministério dos anciãos:
ensino e exercício de autoridade.
Dentre outras partes, vemos isso nos
trechos referentes às qualificações para a função:
Os anciãos devem ter
habilidade para ensinar (1 Tm 3.2; 5.17; Tt 1.9; cf. At 20.17-34) e para
liderar a igreja (1 Tm 3.4-5; 5.17).
As mulheres são proibidas de
ensinar aos homens e de exercer autoridade sobre eles e, portanto, não
devem servir como anciãs.
Essa proibição ainda está em vigor?
Muitos argumentam que Paulo proibiu as
mulheres de servirem como anciãs porque nos dias dele, as mulheres não
recebiam educação e, portanto, eram desprovidas da habilidade de ensinar
bem aos homens.
Também existe o argumento de que as mulheres eram
responsáveis pelo ensino falso que estava preocupando a congregação à
qual Paulo escreveu em 1 Timóteo (1 Tm 1.3; 6.3).
De acordo com essa
leitura, Paulo apoiaria o serviço dessas mulheres como pastoras depois
que elas fossem apropriadamente educadas na sã doutrina.
A proibição está fundamentada na criação, não em circunstâncias.
Essas tentativas de relativizar a
proibição de Paulo devem ser julgadas como mal sucedidas.
Teria sido
fácil para Paulo escrever: “Não quero que as mulheres ensinem, nem que
exerçam autoridade sobre os homens porque elas não foram educadas”, ou,
“Não quero que as mulheres ensinem, nem que exerçam autoridade sobre os
homens porque estão espalhando ensino falso”.
Contudo, qual razão Paulo
realmente apresenta
para a sua ordem no verso 12?
A base lógica dele para tal ordem vem no
verso seguinte: “Porque, primeiro, foi formado Adão, depois, Eva” (v.
13).
Paulo não diz nada quanto à falta de educação ou quanto a mulheres
promulgando ensino falso.
Em vez disso, ele refere-se à ordem criada, à
boa e perfeita intenção de Deus quando formou os seres humanos.
É
essencial cuidar para que a referência à criação indique que a ordem de
as mulheres não ensinar nem exercerem autoridade sobre os homens seja
uma palavra transcultural, uma proibição ligada à igreja em todas as
épocas e em todos os lugares.
Ao dar essa ordem, Paulo não remonta à
criação caída, às consequências sofridas pela vida humana como um
resultado do pecado.
Mais propriamente falando, ele fundamenta a
proibição em toda a boa criação que existiu antes de o pecado entrar no
mundo.
O motivo principal pelo qual as mulheres
não deveriam servir como pastoras é comunicado aqui e, assim, o
argumento da criação não pode ser rejeitado como limitado culturalmente.
Além disso, o Novo Testamento contém muitas referências semelhantes à
ordem criada.
Por exemplo, o homossexualismo não está em harmonia com a
vontade de Deus porque é “contrário à natureza” (Rm 1.26); ou seja, ele
viola o que Deus pretendia quando fez seres humanos como homens e
mulheres (Gn 1.26-27).
Semelhantemente, Jesus ensina que o divórcio não é
o ideal divino desde que, na criação, Deus fez um homem e uma mulher,
significando que um homem deveria casar-se com uma mulher “até que a
morte os separe” (Mt 19.3-12).
Assim, também, toda comida deve ser
recebida com gratidão desde que é um dom da mão criadora de Deus (1 Tm
4.3-5).
Em 1 Timóteo 2.11-15, Paulo
especificamente fundamenta sua proibição de mulheres ensinando e
exercendo autoridade na ordem da criação, isto é, que Adão foi criado
primeiro e, depois, Eva (Gn 2.4-25).
A narrativa em Gênesis é construída
cuidadosamente, e Paulo, sob a inspiração do Espírito Santo, nos ajuda a
ver o significado de Eva sendo criada depois de Adão.
Os críticos
ocasionalmente objetam que o argumento não convence desde que os animais
foram criados antes dos seres humanos, mas isso falha em compreender o
objetivo de Paulo.
Só os seres humanos foram criados à imagem de Deus
(Gn 1.26-27) e, portanto, o apóstolo comunica o sentido de Deus criar o
homem antes de criar a mulher, isto é, que o homem tem a
responsabilidade de liderar.
Em 1 Timóteo 2.14, Paulo apresenta um
segundo motivo pelo qual as mulheres não deveriam ensinar ou exercer
autoridade sobre os homens: “E Adão não foi iludido, mas a mulher, sendo
enganada, caiu em transgressão”.
O que Paulo pretende dizer aqui
provavelmente não é que as mulheres são mais propensas a cometer erros
do que os homens, pois em outro trecho as recomendou como professoras de
mulheres e crianças (Tt 2.3; 2 Tm 1.5; 3.14-15), o que ele não faria se
as mulheres fossem, por natureza, inclinadas ao engano.
É possível que
Paulo estivesse, mais uma vez, pensando no relato da criação, pois a
serpente subverteu a ordem criada ao enganar Eva em vez de Adão
(subvertendo, assim, a liderança masculina), ainda que exista evidência
de que Adão estava com Eva quando a tentação ocorreu (Gn 3.6).
O verso
14 não ensina que as mulheres são desprovidas de educação, porque engano
é uma categoria moral, enquanto que falta de educação é remediada com o
recebimento de instrução.
O fato de Eva haver sido enganada não
pode ser atribuído a fraqueza intelectual, mas sim à rebeldia dela, ao
desejo dela de ser independente de Deus.
Além disso, a referência a
engano aqui não indica que as mulheres de Éfeso tiveram um papel
principal na difusão de ensinos falsos, pois os falsos mestres
mencionados em 1 Timóteo são homens (1 Tm 1.20).
De fato, se as mulheres
fossem impedidas de ensinar por serem defensoras de ensinos falsos,
teríamos a estranha e muito improvável situação em que todas as cristãs
em Éfeso teriam sido enganadas por um falso ensino.
Antes, a intenção de
Paulo é dizer que o fato de Satanás haver tentado Eva em vez de Adão
subverteu a liderança masculina, pois ele enganou e tentou a mulher apesar de
Adão estar presente com Eva quando a tentação ocorreu.
É verdade que,
embora Eva tenha sido enganada antes pela serpente, a principal
responsabilidade pelo pecado caiu sobre os ombros de Adão.
Isso é
evidente em Gênesis 3, pois o Senhor fala primeiro com Adão sobre o
pecado do casal, e isso é confirmado por Romanos 5.12-19, onde a
pecaminosidade da raça humana é traçada desde Adão e não de Eva.
Resumindo, 1 Timóteo 2.12 proíbe que as
mulheres ensinem ou exerçam autoridade sobre homens na igreja.
Essa
proibição fundamenta-se na ordem da criação e é confirmada pela inversão
de papéis que ocorreu na queda.
Essa não é uma proibição limitada
cultural ou contextualmente, que não aplica-se mais às igrejas.
O TESTEMUNHO CONFIRMATIVO DO RESTANTE DAS ESCRITURAS
O que aprendemos sobre os papéis dos homens e das mulheres tomando por base a criação dos mesmos.
O que vemos a respeito dos papéis dos
homens e das mulheres no restante das Escrituras confirma o que lemos em
1 Timóteo 2.11-15.
O livro de Gênesis dá seis evidências quanto aos
maridos terem a responsabilidade principal da liderança no casamento:
1)
Deus criou Adão primeiro e, depois, Eva.
2)
2)
Deus deu a Adão, e não a
Eva, a ordem de não comerem do fruto da árvore.
3)
Adão deu nome à
“mulher”, assim como havia dado nome aos animais, indicando a sua
autoridade (Gn 2.19-23).
4)
Eva foi designada como “auxiliadora” de Adão
(Gn 2.18). 5)
A serpente enganou Eva e não Adão, subvertendo, assim, a
liderança masculina (Gn 3.1-6); e 6)
Deus veio primeiro a Adão, não
obstante Eva houvesse pecado antes (Gn 3.9; cf. Rm 5.12-19).
O que aprendemos no ensino bíblico a respeito do casamento
O texto de Gênesis que foi mencionado
concorda com o que descobrimos sobre casamento no Novo Testamento.
Os
esposos têm a responsabilidade principal da liderança, e as esposas são
chamadas a submeterem-se à liderança de seus esposos (Ef 5.22-33; Cl
3.18-19; 1 Pe 3.1-7).
O chamado à submissão para a esposa não está
fundamentado em meras normas culturais, pois ela é chamada a submeter-se
a seu esposo assim como a igreja é chamada a submeter-se a Cristo (Ef
5.22-24).
Paulo designa o casamento como um “mistério” (Ef 5.32), e o
mistério é que o casamento reflete o relacionamento de Cristo com a
igreja.
Então, a ordem para que os homens, e não as mulheres, sirvam
como pastores concorda com o padrão bíblico de liderança e autoridade
masculina dentro do casamento.
É crucial observar que um papel
diferente para as mulheres não significa a inferioridade delas.
Homens e
mulheres foram igualmente criados à imagem de Deus (Gn 1.26-27).
Eles
têm igual acesso à salvação em Cristo (Gl 3.28) e, juntos, são herdeiros
da grandiosa salvação que é nossa em Jesus Cristo (1 Pe 3.7).
Os
escritores bíblicos não lançam calúnias sobre a dignidade, inteligência e
personalidade das mulheres.
Vemos isso ainda mais claramente quando
reconhecemos que, assim como Cristo submete-se ao Pai (1 Co 15.28), as
esposas devem submeter-se aos seus esposos.
Cristo é igual ao Pai em dignidade e valor e, assim, sua submissão não pode ser compreendida como um indicador de inferioridade.
O que aprendemos em outras passagens sobre mulheres na igreja
1 Timóteo 2.11-15 não é o único texto
que requer um papel diferente para homens e mulheres na igreja.
Em 1
Coríntios 14.33b-36, Paulo ensina que as mulheres não devem falar na
igreja.
Essa passagem não proíbe que as mulheres falem absolutamente na
assembléia, pois Paulo as encoraja a orarem e profetizarem na igreja (1
Co 11.5).
O princípio de 1 Coríntios 14.33b-36 é que as mulheres não
deveriam falar de uma maneira segundo a qual se rebelassem contra a
liderança masculina ou tomassem sobre si uma autoridade injustificada, e
esse princípio está em harmonia com a noção em 1 Timóteo 2.11-15, de
que as mulheres não deveriam ensinar ou exercer autoridade sobre os
homens.
Outro texto que nos direciona ao mesmo
caminho é 1 Coríntios 11.2-16.
Já vimos nessa passagem que Paulo
permitiu às mulheres orarem e profetizarem na assembléia.
É primordial
entendermos que profecia não é um dom igual ao do ensino, pois os dons
são distintos no Novo Testamento (1 Co 12.28).
As mulheres serviram como
profetas no Antigo Testamento, mas nunca como sacerdotisas.
Semelhantemente, elas serviram como profetas no Novo Testamento, mas
nunca como anciãs.
Além disso, 1 Coríntios 11.2-16 deixa claro que
quando as mulheres profetizassem, elas deveriam adornar-se de uma
maneira que demonstrasse submissão à autoridade e liderança masculina (1
Co 11.3).
Isso está de acordo com o que vimos em 1 Timóteo 2.11-15.
As
mulheres não são a liderança reconhecida da congregação e, portanto, não
devem servir como professoras e líderes da congregação.
O assunto
fundamental em 1 Coríntios 11.2-16 não é o adorno das mulheres.
Em todo
caso, os estudiosos não estão certos de que o adorno descrito representa
um véu ou um modo de usar o cabelo preso.
Tal adorno era exigido nos
dias de Paulo porque significava que as mulheres eram submissas à
liderança masculina.
Hoje, o modo como uma mulher usa seu cabelo, ou o
fato de usar o véu não significa que ela é submissa ou não aos homens na
liderança.
Assim, deveríamos aplicar o princípio (ainda que não
utilizemos a prática cultural específica) ao mundo de hoje: as mulheres
deveriam ser submissas à liderança masculina, o que se manifesta em não
servir como pastoras e professoras de homens.
CONCLUSÃO
As Escrituras claramente ensinam sobre
os papéis únicos das mulheres na igreja e no lar.
Elas são iguais aos
homens em dignidade e valor, entretanto, possuem um papel diferente
nesta jornada terrena.
Deus lhes deu muitos dons diferentes com os quais
elas podem servir à igreja e ao próximo, mas elas não devem servir como
pastoras.
O Senhor não deu suas ordens para punir as mulheres, mas para
que elas possam servi-lo com alegria, de acordo com a vontade dele, num
santo espírito de humilde obediência, livre das pecaminosas influências
do ativismo feminista secular.
Um comentário:
Meu estimado irmão Reinaldo Ribeiro !
Parabéns mais uma vez pelo seu brilhante trabalho de esclarecimento sobre a questão de mulher exercer o Ministério Pastoral no mundo !
Eu assino em baixo em tudo que o irmão aborda nesse seu esclarecedor texto, que só não entende os "Homens naturais" ( no sentido genérico, homens e mulheres), conforme a Palavra de Deus nos fala.
"Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.
15 Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido. I CORÍNTIOS 2: 14 e 15.
Esses "rebeldes sem causa" em relação as coisas de Deus precisam é se converterem de verdade ao Senhor e Salvador Jesus Cristo para deixarem de criar dificuldades sobre a interpretação da Palavra de Deus, provocando confusão na cabeça tanto de ímpios como de servos de Deus que desejam levar uma vida de obediência naquilo que Deus nos ensina na Sua santa Palavra.
Quero prestar a minha colaboração ao amado irmão sobre a questão da mulher ser submissa a autoridade do homem citando apenas um versículo de Gênesis que define o princípio básico do relacionamento entre o homem e a mulher, a partir da convivência conjugal que deve servir de modelo para os demais tipos de relacionamento. "16 E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor, e a tua conceição; com dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará". GÊNESIS 3: 16.
A questão da mulher ter que ser submissa ao homem não foi imposição do homem aqui na terra não, foi e continua sendo imposição de Deus como nos mostra o versículo de Gênesis acima.
Aquela mesma mulher que foi induzida pelo Diabo lá no Jardim do Éden a não se submeter a submissão do seu marido e de Deus, é aquela mesma mulher rebelde que existe hoje no mundo, que seduzida pelo Satanás, deseja ser igual ao homem, e fazendo as mesmas coisas que os homens fazem. "Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis.
Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal". GÊNESIS 2: 4 e 5.
Estes versículos 4 e 5 de Gênesis 2, confirma de forma insofismável, que o desejo de muitas mulheres ser igual ao homem em tudo, e igual a Deus é milenar.
Desde o Velho Testamento até ao Novo Testamento, já existia mulheres com essa tendência.
Graças a Deus que não são todas as mulheres do mundo que desejam ser igual aos homens e nem igual a Deus.
O que nos resta fazer por esse tipo de mulher e de homem que se dizem servos de Deus e insistem em desobedecerem a determinação e a ordem de Deus é só orar para que eles se CONVERTAM de verdade e passem a obedecerem o que as Escrituras Sagrada nos ensina.
Por isso que Jesus Cristo já nos advertiu que nem todo aquele que diz Senhor, Senhor, estará salvo. "Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.
Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios?
E em teu nome não fizemos muitas maravilhas?
E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade". MATEUS 7: 20 a 22.
O que significa iniquidade se não for desobediência aos ensinos da Palavra de Deus ?
Todo tipo de pecado na vida do ser humano só existe em função da desobediência dele ao nosso Deus Supremo e Soberano.
Tenha um feliz final de semana com a graça e a misericórdia de Deus abençoando esse ministério do amado irmão, que só traz benefícios para todos aqueles que não desejam viver enganados com as falsas doutrinas disseminadas pelos falsos profetas e enganadores das mentes incautas.
Valter Desiderio Barreto - Igreja viva do Senhor e Salvador Jesus Cristo.
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