Suzane foi condenada a 39 anos de prisão pela morte dos pais.
O namorado, Daniel Cravinhos, e o irmão dele, Christian, também participaram do crime.
Suzana, o irmão dela e seus pais que ela matou |
Esta semana, a Justiça decidiu que uma das
criminosas mais conhecidas do país vai para oregime semiaberto.
Suzane Von Richthofen, condenada pelo assassinato dos próprios pais, vai poder
sair da cadeia para trabalhar.
Suzane foi condenada a 39 anos de prisão pela morte dos pais, Manfred e Marísia.
Suzane foi condenada a 39 anos de prisão pela morte dos pais, Manfred e Marísia.
O namorado, Daniel Cravinhos, e o irmão dele, Christian, também
participaram do crime, em 2002.
Ao todo, Suzane já
completou quase 12 anos da pena total - mais do que o um sexto necessário para
ter direito ao semiaberto.
“O regime
semiaberto é um regime mais brando, que atinge o sentenciado que já cumpriu uma
parte da pena.
No qual ele vai ter direito a algumas regalias como, por
exemplo, cinco saídas temporárias durante o ano.
E a possibilidade de trabalhar
fora da penitenciária”, explica o promotor Luiz Marcelo Negrini Mattos.
Suzane já tinha
pedido a mudança de regime em 2009, o que foi negado pela juíza Sueli Zeraik de
Oliveira Armani.
Para decidir sobre o assunto agora, a mesma juíza pediu um
exame criminológico e um teste psicológico.
O exame
criminológico foi feito por uma comissão técnica da Penitenciária de Tremembé.
O grupo avaliou e concluiu que não há evidências de que Suzane ainda possa ser
perigosa e voltar a cometer a crimes e que ela pode conviver em sociedade, sem
riscos.
Na decisão, a juíza destaca que todos os membros da comissão concordaram
que Suzane está preparada para o semiaberto.
O segundo laudo, o psicológico,
foi feito a partir de uma ferramenta exclusiva dos psicólogos chamada “Teste de
Rorschach”.
O repórter Valmir Salaro conversou com um psicólogo, que aplica o exame em criminosos e pediu para não ser identificado: “São dez pranchas com manchas de tinta e por ser um teste projetivo, a gente pede pro sujeito identificar, dizer pra gente o que ele percebe nessas manchas de tinta”, conta o psicólogo.
O repórter Valmir Salaro conversou com um psicólogo, que aplica o exame em criminosos e pediu para não ser identificado: “São dez pranchas com manchas de tinta e por ser um teste projetivo, a gente pede pro sujeito identificar, dizer pra gente o que ele percebe nessas manchas de tinta”, conta o psicólogo.
Uma outra
psicóloga, especialista no teste, explica.
“Aquilo que a pessoa dá como
respostas traz para a gente a maneira com que essa pessoa se coloca no mundo.
Como é a estrutura de personalidade da Suzane, depois de tanto tempo
presa, como é que ela está vendo as outras pessoas, como é que ela está vendo o
ambiente.”, conta Mônica Evelyn Thiago, especialista no teste de Rorscharch.
Um preso que é submetido a esse teste, ele consegue enganar o psicólogo?
Um preso que é submetido a esse teste, ele consegue enganar o psicólogo?
“Dificilmente vai conseguir enganar porque o teste vai captar elementos, traços
da personalidade muito profundos”, diz o psisólogo.
Como aponta a juíza
na decisão, o exame feito em Suzane revelou "egocentrismo elevado, conduta
infantilizada, possibilidade de descontrole emocional, personalidade narcisista
e manipuladora, agressividade camuflada e onipotência".
Os irmãos Cravinhos, condenados pelo mesmo crime, foram para o regime semiaberto em fevereiro de 2013.
Os irmãos Cravinhos, condenados pelo mesmo crime, foram para o regime semiaberto em fevereiro de 2013.
Eles não precisaram passar pelo teste
psicológico.
Só fizeram o criminológico.
“O exame criminológico deles, que foi realizado, não verificou ou comprovou a existência de alguma circunstância negativa ou que colocasse em risco o cumprimento da pena em um regime mais brando”, conta o promotor.
Fantástico: Eles demonstram arrependimento pelo crime que eles cometeram?
Mônica Maria e Silva, advogada dos Cravinhos: Muito. Muito.
Fantástico: Depois do crime, eles mantiveram contato?
Mônica: Não. Nunca mais. Ela tem a vida dela, eles têm a vida deles.
“O exame criminológico deles, que foi realizado, não verificou ou comprovou a existência de alguma circunstância negativa ou que colocasse em risco o cumprimento da pena em um regime mais brando”, conta o promotor.
Fantástico: Eles demonstram arrependimento pelo crime que eles cometeram?
Mônica Maria e Silva, advogada dos Cravinhos: Muito. Muito.
Fantástico: Depois do crime, eles mantiveram contato?
Mônica: Não. Nunca mais. Ela tem a vida dela, eles têm a vida deles.
A juíza que
concedeu o benefício a Suzane, afirma que o resultado do teste psicológico não
é motivo suficiente para mantê-la no regime fechado.
O artigo 112 da Lei de
Execução Penal, citado por Sueli Armani, determina que um preso pode ir para o
semiaberto quando tiver cumprido um sexto da pena e tiver bom comportamento
carcerário.
De acordo com ela, se a Justiça fosse manter no regime fechado todos os presos com problemas psicológicos, "não haveria prisão suficiente nesta ou em qualquer outra localidade na face da Terra".
O promotor do caso, Luiz Marcelo Negrini Mattos, discorda da decisão da juíza.
De acordo com ela, se a Justiça fosse manter no regime fechado todos os presos com problemas psicológicos, "não haveria prisão suficiente nesta ou em qualquer outra localidade na face da Terra".
O promotor do caso, Luiz Marcelo Negrini Mattos, discorda da decisão da juíza.
Para ele, existe risco: “Levando-se em conta o que foi apurado no teste
realizado nessa avaliação psiquiátrica e a personalidade da Suzane, mais ainda
a questão do tempo de pena a cumprir, nós acreditamos que, por enquanto, a
chance dela fugir é muito grande. Nós vamos recorrer dessa decisão”, afirma.
O advogado de Suzane, Denivaldo Barni, disse que ela está preparada para o semiaberto. “Foi cumprida a lei.
O advogado de Suzane, Denivaldo Barni, disse que ela está preparada para o semiaberto. “Foi cumprida a lei.
No nosso contato, ela chorou, estava muito
emocionada de felicidade.”, diz Barni.
Ao G1, o advogado informou também que vai pedir para Suzane trabalhar com ele.
Ao G1, o advogado informou também que vai pedir para Suzane trabalhar com ele.
No fim da decisão, a juíza afirma que, mesmo o semiaberto sendo um regime 'mais
brando', Suzane Von Richthofen continuará sendo acompanhada e vigiada pela
Justiça.
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