Por em 14 de agosto de 2014
São
Paulo (AE) – Ela é uma cantora de rock
gospel cristão, que passa dias e dias na convivência de lideranças protestantes
e cujas músicas são entoadas por milhões de pessoas no chamado Bible Belt
(região sul dos Estados Unidos dominada pela religião evangélica), além de ser
comentarista de religião do canal BBC News – e agora assumiu publicamente a sua
orientação homossexual.
Em uma entrevista publicada
nesta quinta-feira, 14, pelo jornal britânico The Independent, Vicky Beeching
disse ser lésbica.
De acordo com o jornal, ela pode se tornar uma figura chave
na liberalização do anglicanismo – e também deve ser amplamente criticada pela
sociedade em que está inserida.
“Os livros, desde criança,
mostravam a destruição de Sodoma e Gomorra por causa da ‘abominação’
homossexual, e então perceber que eu era atraída por garotas foi um sentimento
horrível, eu fiquei tão constrangida”, diz ao The Independent.
Desde a infância, ela
cresceu em um ambiente religioso – fato que sempre causou sentimentos confusos
-, e aos 16 começou a aparecer com a música.
Pela pressão exercida ao seu
redor, dedicou a maior parte da adolescência aos estudos, que a levaram a
Oxford
Fonte: Reprodução/vickybeeching |
Aos 23 anos, Vicky se mudou para Nashville, onde viveu, “no
coração da América conservadora”, por seis anos, vivendo a partir das suas
músicas de adoração.
Aos 29, se mudou para a Califórnia no mesmo ano em que
descobriu que carregava uma doença auto-imune grave, que causava lesões na pele
e poderia a levar a morte.
Ao começar um tratamento severo, decidiu se acertar
com a própria sexualidade quando fizesse 35 anos. “Essa é a metade da minha
vida: não posso perder a outra”, disse.
Em abril deste ano, ela
assumiu a orientação aos seus pais. “O que Jesus ensinou é uma mensagem radical
de boas vindas, inclusão e amor.
Eu tenho certeza de que Deus me ama do jeito
que sou, e eu tenho um grande senso para comunicar isso aos jovens”, disse a
cantora.
“É de partir o coração”,
ela diz, quando questionada pelo jornal sobre o porquê de não abandonar a fé
que a considera má.
“Os ensinamentos feitos pela igreja foram a razão pela qual
eu vivi com tanta vergonha, isolamento e dor durante todos esses anos.
Mas mais
do que abandoná-la e dizer que ela está quebrada, eu quero ser parte da
mudança”, concluiu.
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