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domingo, julho 13, 2014

Pedacinho do Saara em Merzuga encanta visitantes no Marrocos

HAROLDO CASTRO DE ERFUD, MARROCOS (TEXTO E FOTOS)
 
 
 O deserto do Saara estende-se do Atlântico ao Mar Vermelho, cortando todo o norte da África. Suas dunas de areia são criadas pelo vento.  (Foto: © Haroldo Castro/ÉPOCA)
 
 
Foi amor, paixão à primeira vista. 

Ainda que muito jovem, não consegui conter meus novos sentimentos. 

Suas curvas eram por demais perfeitas, seu encanto tinha o poder de embriagar qualquer um – seja homem, mulher ou qualquer outro gênero.

 Ao amanhecer e ao pôr-do-sol, seu fascínio sextuplicava, sua pele ganhando tons quentes e dourados.

Não falo de qualquer mulher, mas da deusa que dá formas às dunas de areia do Saara. 

Sim, deusa; pois formas tão perfeitas só podem ser criadas por alguma divindade acima do reino humano. 

Divindade esta feminina – a sensibilidade dos traços curvilíneos é atributo da mulher.

Meu primeiro encontro com as dunas do deserto aconteceu há mais de 40 anos, quando conheci o oásis El Oued, na Argélia, a 650 km ao sul da capital. 

O significado da palavra “oued” (em árabe, rio) explica a sedução do lugar.

 Um rio subterrâneo dá vida às areias do Saara e um gigantesco palmeiral verde produz toneladas de tâmaras energéticas e nutritivas. 

Nunca mais me esqueci da paisagem grandiosa.

“Eu sempre amei o deserto. A gente se senta numa duna de areia.

 Não se vê nada. Não se escuta nada.

 E no entanto, no silêncio, alguma coisa irradia...” escreveu Saint-Exupéry em O Pequeno Príncipe

Concordo com o autor: a beleza do deserto é invisível!

Por isso, em minhas andanças, não poupo desertos. 

Do Gobi na Mongólia à Costa do Esqueleto na Namíbia. Mas o Saara é O DESERTO, o maior de todos, o mais adorado e o mais temível. 

Quem leu Tuareg do espanhol Alberto Vazquez-Figueroa (recomendo vivamente) suou frio ao acompanhar a travessia da Terra Vazia de Tikdabra pelo targui Gacel. 

O Saara é lugar de extremos.
 
O animal mais adaptado ao deserto é o dromedário, podendo ficar duas semanas sem beber água (Foto: © Haroldo Castro/ÉPOCA)

Na minha última viagem ao Marrocos, fui até o extremo oriente do país para conhecer uma nesguinha do Saara.

 O motorista da 4x4 que cruza a planície desértica de pedrinhas explica que estamos apenas a 22 km da fronteira com a Tunísia. 

“Aquelas montanhas já estão fora do Marrocos”, afirma. “Mas a surpresa não vem de lá, ela vai aparecer na nossa frente, são as dunas de Merzuga.”

Com razão, dez minutos se passam e a terra plana acinzentada começa a ganhar outros contornos. Montes de areia alaranjada, quase vermelha, aparecem como um capricho de algum vento brincalhão.

 As faixas de areia se multiplicam, ganham volume, crescem em altura e se transformam em dunas. Logo, estamos cercados por um pequeno mar de areia, o caminho acaba. 

“Eu paro aqui. Poderia subir esta duna de carro, mas será mais divertido você fazer isso em um dromedário”, diz o motorista.
 
Quatro animais já selados nos esperam. 

Eles estão ajoelhados para que possamos montar com mais facilidade.

 “Segure bem a sela na hora que o animal ficar de pé”, afirma o cameleiro Hassan. 

A subida, em duas etapas, como uma gangorra, seguindo os movimentos das patas traseiras e das dianteiras, é brusca. 

O desavisado perde, por poucos segundos, seu sentido de orientação.

Temos poucos minutos antes do pôr-do-sol e quero aproveitar a luminosidade da hora mágica para fotografar o “erg”, o mar de areia de Merzuga.
 
Animais e pessoas sempre preferem caminhar pela crista da duna (Foto: © Haroldo Castro/ÉPOCA   )
Hassan  Ogner é um dos cameleiros que nos acolhe em Merzuga (Foto: © Haroldo Castro/ÉPOCA   )
 
Entardecer nas dunas de Merzuga, no extremo oriental do Marrocos.  (Foto: © Haroldo Castro/ÉPOCA   )
 
 habitantes do deserto não instalam suas habitações, mesmo se provisórias, no “erg”, na areia fofa. Preferem deixar as areias incólumes para os visitantes e morar no deserto mais firme, o de pedras, chamado “reg”. 

Assim, na volta de Merzuga para Erfud, passamos por diversas moradias de beduínos, construídas como tendas ou casebres.

 Embora vivam um quotidiano difícil, os beduínos sempre saúdam marroquinos e visitantes com um sorriso de boas-vindas, orgulhosos de seu modo de vida.
 
Uma jovem beduína, carregando um bebê nas costas, corre em direção à camioneta de turistas para tentar vender algum artesanato (Foto: © Haroldo Castro/ÉPOCA   )
  
 

 Um beduíno prepara a sela de um dos dromedários. Os animais são essenciais para transportar pessoas e caragas (Foto: © Haroldo Castro/ÉPOCA   )



Uma senhora beduína com seus dois filhos transporta seus pertences em um asno, outro animal importante nas regiões áridas (Foto: © Haroldo Castro/ÉPOCA   )






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