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domingo, julho 13, 2014

Os encantos dos três circuitos do Parque Estadual Ibitipoca em Minas

HAROLDO CASTRO, FELIPE FROSSARD, GUIDO BRUZADIN E JOÃO MAKRAY (TEXTO E FOTOS)
 
As águas translúcidas e com uma coloração avermelhadas do rio do Salto realçam a paisagem do Parque Estadual Ibitipoca (Foto: Guido Bruzadin)

“Uma terra improdutiva, de relevo acidentado, cujo solo é composto basicamente de quartzo e arenito.”

Foi baseando-se nestas observações que os fazendeiros do final do século XIX, devotos à Igreja Católica, entregaram a posse destas terras aos cuidados da Cúria. 

Os padres pouco fizeram além de construir uma pequena capela no topo do Pico do Peão, a 1.720 metros de altitude.

 Somente em 4 de julho de 1973, há 40 anos, o governo do Estado de Minas Gerais demarcou as terras como parque estadual.

Um dos parques mais visitados do Estado, localizado entre os municípios de Lima Duarte e Santa Rita do Ibitipoca, na Zona da Mata de Minas, esta reserva traz belas surpresas, mesmo para quem está acostumado a fazer trilhas pelas montanhas do país. 

Aproveitamos um feriadão para conhecer o parque de 1.488 hectares quase em sua totalidade. O nome do parque significa “serra que estala” – do tupi ibiti (serra) e poca (estala).

 As montanhas e o horizonte vistos de um dos pontos de observação do parque (Foto: Guido Bruzadin)



O Parque Estadual Ibitipoca possui três trilhas, cada um com extensões, altitudes e cenários diferentes. 

O Circuito das Águas é o menor, com apenas 5 km. 

Em forma de um círculo, não exige esforço e apresenta cachoeiras convidativas com boas chances de observar pássaros. 

O ponto alto é a Ponte de Pedra, formação surpreendente onde o rio do Salto, por uma ação de séculos, cavou uma passagem por baixo da rocha.

A Cachoeira dos Macacos também pode ser alcançada por esta trilha, com uma piscina natural que convida a um banho que massageia as costas depois de algumas horas de caminhada. 

A cachoeira é o ponto final do circuito; após passar pela parte de baixo, acompanhando o rio de perto, o visitante agora volta pela parte de cima, tendo outro ponto de vista, agora mais alto do que o rio. 

Mas é o lago das Miragens que mais nos encanta. 

Certamente a coloração vermelha da água, resultado da decomposição das folhas, é o que mais chama atenção de nossas câmeras fotográficas.

O Lago das Miragens, com suas águas vermelhas, foi formado pelo rio do Salto (Foto: João Makray)

 

 A Gruta dos Coelhos é um dos atrativos do Circuito das Águas (Foto: João Makray)

 

O Pico do Peão é o objetivo para aqueles que fazem o segundo circuito. 

 São pouco mais de 5 km para alcançar o topo do morro – aliás, mais um cume abaulado do que um pico pontiagudo – em um percurso total de 11 km. 

A boa surpresa é a Gruta dos Viajantes, que possui uma escada que dá acesso a seu interior. 

O calor e o sol forte do cerrado dão lugar ao frescor e umidade da gruta. 

Usamos uma lanterna já que, após cerca de um minuto de passos dentro da gruta, a escuridão é absoluta.

Diferente de outras grutas do parque, nesta sentimos um vento vindo do fundo da gruta, o que pressupõe a existência de uma saída do lado oposto, possibilidade que instiga a curiosidade de continuar a enfrentar a escuridão. 

Antes do final dos 300 metros de caverna, já ouvimos canários e araras. 

Alguns passos adicionais e avistamos novamente a luz do dia que aparece na segunda boca da caverna. 

O nome certo deveria ser Túnel dos Viajantes, e não apenas gruta.
 

 A paisagem do Parque Estadual Ibitipoca é grandiosa, com vistas da Serra de Ibitipoca, continuação da Serra da Mantiqueira (Foto: João Makray)
 

 As águas dos riachos tem um tom que varia do dourado ao vermelho, devido à decomposição vegetal (Foto: João Makray)


 

O terceiro circuito exige um pouco mais de condicionamento físico: o trajeto ida e volta tem 16 km. 

Por esta trilha, chegamos à Gruta dos Três Arcos, à Janela do Céu e ao ponto mais alto do parque, a Lombada, que fica a 1.784 m.

Acompanhando o pequeno riacho, atravessamos um pequeno cânion que, somado à outros detalhes singulares, fazem deste parque um espaço especial, bem mais do que apenas um local de trilhas e cachoeiras. 

Outro atrativo que chama nossa atenção é a Cascatinha, um pequeno fio d’água que escorre suavemente como uma ducha, às margens de uma prainha de quartzo branco que contrasta com a água vermelho escura, tingida pelo tanino das folhas.
 
Notamos uma presença marcante do IEF (Instituto Estadual de Floresta de Minas Gerais), órgão que controla a entrada ao marque, limitando a entrada de visitantes (300 pessoas durante a semana e 800 nos fins de semana) para garantir a preservação do parque. 

Para aqueles que querem acampar dentro do parque, existe uma área demarcada. 

Quem passa a noite recebe três presentes adicionais: as cores do pôr-do-sol, o amanhecer grandioso e a observação das estrelas, encantos permitidos somente aos que acampam.
 

Trilha para a Janela do Céu, que passa pelo Pico da Lombada, Gruta dos Três Arcos e Gruta dos Fugitivos. Foto realizada com o Photo Sphere do Google e filtro Tiny Planet aplicado (Foto: Guido Bruzadin)




 

 

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