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domingo, julho 13, 2014

Conheça o mapa da mina das mais belas orquídeas de Ipanema

 Uma orquídea do gênero Phalaenopsis na rua Redentor, entre as ruas Maria Quitéria e Garcia d’Ávila. (Foto: Haroldo Castro/ÉPOCA)

Desde o verão passado, quando voltei a morar no Rio de Janeiro, eu andava pelas ruas internas de Ipanema olhando para cima, em busca de orquídeas floridas.

 A ideia de escrever uma crônica sobre o assunto me perseguiu durante quase um ano.

 Um taxista chegou a afirmar que o movimento havia começado com um porteiro orquidófilo; outro disse que uma competição informal entre zeladores fomentara a reprodução das flores nos troncos das árvores. Mas tudo isso é conversa de taxista!

Cheguei a uma história mais sensata – a que Bruno Pereira me contou, publicada na crônica da semana passada. 

Comerciantes, moradores e zeladores dos prédios foram os que mantiveram a iniciativa viva depois que o primeiro plantio aconteceu, há quase cinco anos e meio, fruto de uma brilhante ideia para melhorar a imagem do bairro.

Também descobri que o coração de Ipanema fora batizado com um nome sedutor: Quadrilátero do Charme.


Imediatamente me dei conta que, para realizar minhas fotos, eu precisaria percorrer todas as 13 ruas e avenidas que conformam o tal do quadrilátero.

 Não seria correto deixar nenhum trecho de fora.
 

Na rua Redentor, uma Phalaenopsis roxa e uma Oncidium amarela contrastam com os ladrilhos vermelhos de um prédio. (Foto: Haroldo Castro/ÉPOCA)
 
Ainda na Redentor, um híbrido Phalaenopsis amarelo sobressai no céu azul de verão. (Foto: Haroldo Castro/ÉPOCA)
  A luz de uma Phalaenopsis branca brilha contra o fundo de uma parede ocre na rua Barão de Jaguaripe, entre Aníbal de Mendonça e Garcia d’Ávila. (Foto: Haroldo Castro/ÉPOCA)
 

Um cacho de Oncidium na rua Alberto de Campos, bem próximo à avenida Epitácio Pessoa. (Foto: Haroldo Castro/ÉPOCA)

Tomei coragem e, com um bloco na mão, percorri 8 km de calçadas no primeiro dia. 

Assim como Bruno fizera em 2007, parei em todas as árvores que continham algum cacho branco, rosa, lilás ou amarelo e anotei o número do prédio e qual espécie de orquídea embelezava gratuitamente a rua.

Todos os quarteirões foram esquadrinhados e, no final, acabei com uma lista dos endereços das árvores mais decoradas, cujos troncos albergam dezenas de pés de orquídeas.

No início, não percorri os quarteirões entre a Aníbal de Mendonça e a Henrique Dumont, pois esta rua estava oficialmente fora do Quadrilátero do Charme. 

Mas conhecendo a vizinhança, me dei conta que seria injusto não visitar a área. 

Percorri mais 2 km no segundo dia e fiz uma dezena de novas descobertas, incluindo a árvore da Bia Lopes e a do zelador Manoel (ambas fotos publicadas na crônica anterior).  

No total, identifiquei quase 100 árvores que valiam a pena serem fotografadas – e visitadas!

No terceiro dia, a chuvinha parou e o sol, mesmo tímido, saiu. 

Aproveitei para fotografar cada uma das árvores selecionadas. Foram mais 10 km de caminhada no Quadrilátero do Charme, ampliado, incluindo agora a avenida Henrique Dumont. 

Nesta época do ano (janeiro e fevereiro), a grande maioria das orquídeas floridas são do gênero Phalaenopsis. 


 Chamadas de orquídeas-borboleta, elas são originárias do sudeste asiático e vêm em todos os matizes de branco, rosa ou violeta.

 As Oncidium, ou orquídea-chuva-de-ouro, nativas da América tropical, também são abundantes. Outras, como a Cattleya, das florestas da América Latina, não estão em floração.

 Das mais de 100 espécies de Cattleya, cerca de 30 espécies são brasileiras.
 

A jaca (Artocarpus heterophyllus) é originária das florestas do sudoeste da Índia. Comum no Parque Nacional da Tijuca, a jaqueira é uma árvore que se adaptou bem ao clima carioca. Este pé vive na rua Redentor, entre Aníbal de Mendonça e Henrique Dumont. (Foto: Haroldo Castro/ÉPOCA)

 

O abricó-de-macaco (Couroupita guianensis), uma árvore nativa da Amazônia, possui flores exuberantes. Mas os porteiros na Barão de Jaguaripe reclamam do cheiro forte e da quantidade de flores que caem no chão. (Foto: Haroldo Castro/ÉPOCA)



Esta tarefa tão meticulosa trouxe resultados interessantes.

 Para aqueles que, um dia, quiserem descobrir as orquídeas de Ipanema, aqui vão minhas conclusões:

• As ruas paralelas à praia e à lagoa – como a Redentor ou a Barão de Jaguaripe – são as que contêm maior número de orquídeas.

• As perpendiculares – como a Aníbal de Mendonça ou a Garcia d’Ávila –, ruas onde a primeira plantação foi realizada em 2007, possuem hoje uma densidade de orquídeas menor que as ruas paralelas.

• A avenida Vieira Souto, na orla, é a que possui menos orquídeas – certamente devido à maresia.

• A rua mais decorada com orquídeas é a Redentor. 

A segunda colocada é a rua Barão de Jaguaripe.

Além do esplêndido espetáculo de ter observado milhares – sim, milhares – de orquídeas, uma boa surpresa foi encontrar, no bairro, outras árvores com frutas ou flores inusitadas. 

Uma pitangueira (agora sem frutos) vive em frente da sorveteria Mil Frutas na Garcia d’Ávila.Conclusão: Ipanema é bem mais do que seus barzinhos badalados, não é mesmo?!

 Boa descoberta. 
Dezenas de bromélias tomaram carona no movimento de decorar as árvores de Ipanema, iniciado com as orquídeas. Este belo pé na Henrique Dumont também foi amarrado por um zelador que quis embelezar a frente de seu prédio. (Foto: Haroldo Castro/ÉPOCA)

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