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sábado, julho 12, 2014

Comerciante deixa de usar água em casa para atender clientes em bar


Racionamento já causa transtornos em bairros de Sorocaba.
Moradores reclamam que horário informado não está sendo cumprido.

Adriane Souza Do G1 Sorocaba e Jundiaí
Rodízio de água em bairros das regiões do Éden e Cajuru, em Sorocaba (Foto: Eduardo Ribeiro Jr./G1)Dono do bar deixou de usar água em casa para atender clientes no comércio (Foto: Eduardo Ribeiro Jr./G1)
 
Os moradores dos quase 30 bairros que passam pelo racionamento de água em Sorocaba estão enfrentando sérios problemas. Segundo eles, o horário de abastecimento informado pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) não está sendo cumprido e, com isso, pessoas como o comerciante José Francisco Bernardo, estão tendo dificuldades para armazenar água. 

“Não tem horário, deixei a caixa d' água enchendo a madrugada inteira”, diz.
Dono de um bar conhecido no bairro Cajuru, José contou ao G1 que deixou de fazer várias atividades em casa para receber os clientes que assistirão à partida entre Brasil e Alemanha, na tarde desta terça-feira (8).

 “Deixamos louça e roupa sem lavar em casa para deixar a caixa d' água cheia e abastecer o bar. 

Se não fosse assim, corro o risco de perder os clientes”, complementa José, que tem dois reservatórios que armazenam mais de 500 litros água e que foram completamente cheios na madrugada.

Apesar do tambor estar cheio de água, a aposentada Elvira Soares da Silva, usa várias táticas para economizar.

 “Hoje, tive água até as 10h, mas amanhã não sei como vai ser. Por isso, deixei o tambor cheio e lavei toda minha roupa pela manhã”, conta a dona de casa, se lamentando por ter que lavar tudo com as próprias mãos, aos 69 anos de idade, apesar de ter máquina de lavar. 

“Tem que rezar para Deus mandar chuva para nós, pois não vejo outra saída”, complementa. Sua família inteira está tomando banho de caneca e acumulando louça para lavar quando a água aparecer.

Rodízio de água em bairros das regiões do Éden e Cajuru, em Sorocaba (Foto: Eduardo Ribeiro Jr./G1)Na loja do comerciante Adolfo da Silva, só sobraram 3 caixas d'água que estavam com defeito (Foto: Eduardo Ribeiro Jr./G1)
 
A palavra acúmulo também faz parte da rotina da família do aposentado Djalma Rodrigues dos Santos. Com oito pessoas dependentes da sua caixa d'água – incluindo um bebê e dois idosos acamados – a esposa do aposentado acumula as roupas para lavá-las uma única vez na semana.

 “Logo meus sogros ficarão sem roupa de cama e não teremos água nem para beber”, diz. 

Para ele, a culpa de toda esta situação é da falta de planejamento do Saae.

“O Saae nunca investiu de verdade no nosso bairro, que cresceu muito e depende de um abastecimento limitado”, avalia o aposentado.

Lucro repentino
 
O anúncio do racionamento fez com que um comércio do Éden vendesse todo o estoque de caixas d'água em apenas dois dias.


 “Foi um aumento de 300%, nunca vi nada parecido nos 25 anos desta loja. 

A insegurança das pessoas é muito grande, sem saber o que vai acontecer realmente”, ressalta o comerciante Adolfo Bernardo da Silva.

Rodízio de água em bairros das regiões do Éden e Cajuru, em Sorocaba (Foto: Eduardo Ribeiro Jr./G1) 
Elvira estende roupas que lavou sem máquina
(Foto: Eduardo Ribeiro Jr./G1)
 
Rodízio de água em bairros das regiões do Éden e Cajuru, em Sorocaba (Foto: Eduardo Ribeiro Jr./G1)José mostra caixa de água: abastecerá o bar no
 jogo do Brasil (Foto: Eduardo Ribeiro Jr./G1)
 
Rodízio de água em bairros das regiões do Éden e Cajuru, em Sorocaba (Foto: Eduardo Ribeiro Jr./G1) 
Maria carrega baldes com água que guardou da
máquina de lavar (Foto: Eduardo Ribeiro Jr./G1)
 
A cabeleireira Solange Furukawa mora junto com a mãe, a aposentada Maria do Carmo Inácio, e costuma guardar a água da lavagem das roupas para economizar.

 “É muito comum economizar água na nossa casa, mas o quintal é lavado sempre, por causa dos cachorros."

Na avaliação de muitos moradores, a situação só irá piorar se não houver economia por parte da população.

Outro lado
 
Por meio de nota, o Saae explica que está "afinando" o sistema de rodízio de distribuição de água, para que o abastecimento nos horários divulgados sejam cumpridos.


 “O corpo técnico e operacional está se desdobrando e fazendo o possível para cumprir os horários estipulados, para que a população possa se preparar. 

É justamente nessa ‘afinação’ do rodízio que a autarquia está trabalhando neste momento”, destaca o trecho da nota.

Os moradores dos bairros que fazem parte do racionamento que necessitarem de caminhões-pipa devem fazer a solicitação nos telefones 0800-7701195 e (15) 3224.5800. 

“O Saae enfatiza mais um vez que a colaboração de todos será fundamental para que esse sistema de rodízio não se prolongue e, para isso, lembra que o uso racional da água, com a máxima economia, deve ser observado por toda a população dessa região da cidade”, conclui.

Rodízio
 
No último dia 2 o Saae começou uma obra emergencial para captar água de represas particulares para ajudar a reestabelecer o nível da Represa do Ferraz, que abastece os bairros da zona industrial da cidade, mas a medida não foi suficiente para manter o fornecimento daquela região 24 horas por dia.


A nova medida estabelece um rodízio no abastecimento em todos os bairros pertencentes às regiões do Cajuru e Aparecidinha, no período das 6h às 18h.

Na região do Cajuru, ficarão sem água nesse período o Jardim Village Cajuru, Villa Borghesi, Jardim Nilton Torres, Três Marias, Terras de Arieta, Jardim Maria dos Prazeres, Vila dos Dálmatas, Jardim dos Reis, Vila Verona e Jardim Rubi, enquanto que na região de Aparecidinha terão o fornecimento de água tratada interrompido o Jardim das Flores, Jardim Josane, Vila Amato, Jardim Topázio, Jardim Ouro Branco e Jardim Nova Aparecida.

Estiagem na região
 
A falta de chuvas tem afetado milhares de pessoas diariamente na região oeste do Estado. 


Em Itu, os moradores convivem com racionamento desde 5 de fevereiro. 

A medida afetava, a princípio, apenas os bairros mais altos da cidade, em dias alternados. 

Mas, com o prolongamento da seca e a diminuição do nível dos reservatórios que abastecem a cidade, a empresa Águas de Itu estendeu o racionamento a todos os bairros. 

Mais de 100 mil moradores são afetados diretamente pela falta d'água.

Em Salto, a estiagem prolongada alterou a paisagem da cidade. 

O nível do rio Tietê está tão baixo que centenas de pedras que estavam submersas há mais de 70 anos agora estão expostas. 

Onde havia uma grande queda d’água há apenas quatro meses, agora há apenas um pequeno riacho. 

"Quando comparo com minha infância, dá pra ver que a situação está feia", diz Camilo Ziviani, morador local.

Estiagem em Salto (Foto: Reprodução/TV TEM)Estiagem revelou pedras escondidas há mais de 70 anos em Salto (Foto: Reprodução/TV TEM)
 

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