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domingo, julho 13, 2014

A magnífica Etiópia, um país singular e cheio de surpresas



Tudo na Etiópia é peculiar: o tempo, a comida, o clima e o relevo (Foto: Haroldo Castro/ÉPOCA)
HAROLDO CASTRO DE ADIS ABABA (TEXTO E FOTOS)

Preparo-me para irà Etiópia pela quinta vez, agoracom um grupo de intrépidos viajantes brasileiros. 

Pretendemos passar a Semana Santa nas igrejas esculpidas de Lalibela.

 Desde minha primeira jornada em 1983, o país me marcou profundamente. Tudo é tão único e tão particular. 

Costumo dizer que a Etiópia – a antiga Abissínia, o país independente mais antigo do continente – tem um sabor eclético; é uma miscelânea cultural onde Arábia, Índia e África fundem-se para criar um país totalmente diferente. 

Na crônica de hoje, menciono três características etíopes únicas: a contagem das horas, o cereal nacional e o planalto central.

Revejo fotos minhas em Adis Ababa, a capital situada a 2.350 metros: sempre apareço com uma camisa de manga comprida e um casaquinho no final da tarde. 

Quando lá estive, em abril, a temperatura variava entre 15º C e 25º C. 

Nada a ver com a África tórrida que quase sempre imaginamos.

De fato, a Etiópia é um país de montanhas. 

Revendo meu Diário de Bordo de 2010, noto que, quando atravessamos a Etiópia de 4x4 em março e abril, sempre estivemos em uma altitude entre 1.300 e 2.400 metros. 

A boa notícia é que nestas alturas o mosquito da malária, uma das piores pragas do continente, não consegue viver. 

Outro ponto positivo é que o clima, apesar do país estar a poucos graus acima da Linha do Equador, é ameno, quase temperado.
 

As terras planas do planalto da Etiópia são férteis e úmidas (Foto: Haroldo Castro/ÉPOCA)


O clima relativamente beneplácito fez com que a população etíope se concentrasse no planalto, região que representa a maior parte do país. 

A população atual é de 94 milhões de habitantes, que vivem em 1,1 milhão de quilômetros quadrados, uma área semelhante ao dobro da Bahia. 

Parece ser muita gente para um espaço tão pequeno! 

Se comparado com a própria Bahia, a densidade populacional da Etiópia é três vezes superior. 

Mas se checamos os números etíopes com os do Estado de São Paulo, a densidade de população na Etiópia é a metade da densidade do Estado paulista.
 

Vendedores e compradores encontram-se no dia de mercado no norte da Etiópia. Muita gente? Talvez seja menos do que dentro de um shopping paulista (Foto: Haroldo Castro/ÉPOCA)

A Etiópia conta o tempo de maneira diferente. 

As horas do dia têm início com o nascer do sol, às 6h00. As outras 12 horas são para a noite.

 Quando são 8h da manhã para nós, são 2h do dia para os etíopes; às 20h, são 2h da noite.

 A Etiópia usa o calendário Juliano da Igreja Cristã Ortodoxa e não o nosso Gregoriano. 

O ano possui 12 meses de 30 dias e um 13º de cinco ou seis dias, dependendo se o ano é bissexto. 

Em números de anos, os etíopes estão “atrasados” quase oito anos (sete anos e nove meses).

 O Ano Novo na Etiópia acontece no nosso dia 11 de setembro, o primeiro do mês local Meskerem. 

Assim, hoje, 12 de fevereiro de 2014 equivale, para os etíopes, ao dia5do mês yekalit(nosso junho) do ano 2006.
 

O teffé um cereal que só cresce na Etiópia; é rico em proteínas e minerais (Foto: Haroldo Castro/ÉPOCA)
 


Na Etiópia, o pão nosso de cada dia é a injira,preparada com o cereal nacional, o teff.

 A planta nativa do planalto etíope é cultivada entre 1.800 e 2.200 metros de altitude. 

A gramínea rende minúsculos grãos avermelhados, ricos em proteínas, cálcio e ferro.

São necessários três dias para que o teff comprado no mercado se transforme em uma injira, durante um processo que começa com a fermentação do cereal na água e acaba na chapa. 

É a fermentação que dá um gostinho um amargo à panqueca etíope. 

A mistura líquida é preparada como um crepe e tem aparência esponjosa.
A pimenta, de várias cores e formas, é encontrada em qualquer mercado (Foto: Haroldo Castro/ÉPOCA)
  
 
Nos restaurantes ou em casa, a injira chega em uma bandeja larga, decorada com pequenas porções de refogados. 

O atkiltbeyeaynetu é um prato com diversas amostras da cozinha etíope, sem nenhum tipo de carne(sou vegetariano).

De um lado, estão alguns vegetais cozidos, chamados atkilt, que não são apimentados.

 Do outro, os wats, os refogados. Estes, sim, levam bastanteberbere, pimenta.

Além da injira que está na base do prato, há sempre uma outra injirapara cada pessoa. 

Para comer, devemos cortar um pedaço pequeno da injira e, com a ponta dos dedos,capturar um pouco da comida. 

Na Etiópia, come-se com a mão direita e não se usa talheres.

Mesmo tendo tradições tão diferentes das nossas, vale a pena conhecer o país!

 
 

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