Amigas foram visitar o país e acabaram detidas por dois dias, depois soltas.
Elas respondem em liberdade por serem travestis; audiência é em março.
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Uma travesti brasileira que enfrenta um processo na Justiça dos Emirados Árabes Unidos por ter identidade masculina e se vestir como mulher contou ao G1,
em entrevista por telefone, como ocorreu sua detenção e como estão
sendo os dias no país até sua nova audiência, marcada para dia 23 de
março.
A brasileira, que não quis ter o nome divulgado, foi com uma amiga, também travesti, a passeio na metade de novembro ao emirado, e, segundo ela, foi expulsa de uma boate no dia 13 de dezembro.
"Estava tudo indo bem no país, já tínhamos ido a outras discotecas aqui e nada tinha acontecido, não tivemos nenhum tipo de problema.
Foi justamente nesta discoteca que fomos que os seguranças perceberam que éramos travestis.
Não chegamos a ficar nem 20 minutos no local, nos chamaram e pediram nossos documentos.
Quando viram os documentos, nos tiraram pra fora da boate, e foram bem grosseiros, mal-educados, mesmo.
Como qualquer pessoa normal, pensamos: 'vamos ligar para a polícia, porque isso não pode acontecer'.
A gente estava bem vestida, não estávamos com roupas curtas nem nada, eu estava com um macacão longo.
A gente chamou a polícia, que não resolveu e nos levou para uma unidade.
Ficamos dois dias presas", contou a brasileira, que diz se arrepender de ter chamado a polícia.
Segundo o Itamaraty, a primeira informação de que elas estariam detidas chegou à embaixada brasileira em 23 de dezembro.
A assessoria de imprensa do ministério afirmou que está em contato permanente com elas e com as autoridades judiciárias dos Emirados "para garantir que tenham o mais amplo direito à defesa".
As brasileiras, no entanto, disseram que estão sem advogados.
Elas estão se mantendo com recursos próprios. "Temos uns amigos que estão ajudando a gente como podem, temos um pouquinho de dinheiro e estamos tentando nos virar e guardar."
A dupla não pode deixar Dubai, pois os passaportes estão retidos pelas autoridades.
O Itamaraty não soube informar a pena máxima que elas podem receber, mas uma das possibilidades é a de que sejam deportadas.
A brasileira disse que foi bem tratada na cadeia. "Ficamos em celas separadas e as celas foram cobertas para ninguém nos ver."
Após uma audiência, elas foram liberadas, mas os passaportes continuaram retidos. "Tínhamos conhecido umas filipinas que fazem a unha, e fomos procurá-las pedindo ajuda.
Uma delas nos levou para casa, nós dormimos lá algumas noites e conhecemos através delas essa família de filipinos.
A casa é minúscula, eles acordam muito cedo pra trabalhar e a gente acaba tirando a privacidade deles, mas eles são maravilhosos, não queríamos perturbar.
Queremos ir para um quarto só pra mim e pra minha amiga."
Segundo a brasileira, não houve nenhum problema com o fato de serem travestis em qualquer momento até o dia da boate.
Ela disse que as duas têm vistos e que passaram normalmente pela imigração do país - mesmo com os documentos mostrando identidades masculinas.
"Estamos com medo, não queremos que nada de mal aconteça com a gente.
Ouvimos relatos de travestis que vieram pra cá e são presas, ficam no máximo sete dias e são deportadas.
A gente não entendeu porque eles colocaram nosso processo pra julgamento.
A gente veio pra cá pra conhecer, jamais quisemos agredir, ferir as leis morais deles, nunca passou pela nossa cabeça isso."
A brasileira, que não quis ter o nome divulgado, foi com uma amiga, também travesti, a passeio na metade de novembro ao emirado, e, segundo ela, foi expulsa de uma boate no dia 13 de dezembro.
"Estava tudo indo bem no país, já tínhamos ido a outras discotecas aqui e nada tinha acontecido, não tivemos nenhum tipo de problema.
Foi justamente nesta discoteca que fomos que os seguranças perceberam que éramos travestis.
Não chegamos a ficar nem 20 minutos no local, nos chamaram e pediram nossos documentos.
Quando viram os documentos, nos tiraram pra fora da boate, e foram bem grosseiros, mal-educados, mesmo.
Como qualquer pessoa normal, pensamos: 'vamos ligar para a polícia, porque isso não pode acontecer'.
A gente estava bem vestida, não estávamos com roupas curtas nem nada, eu estava com um macacão longo.
A gente chamou a polícia, que não resolveu e nos levou para uma unidade.
Ficamos dois dias presas", contou a brasileira, que diz se arrepender de ter chamado a polícia.
Segundo o Itamaraty, a primeira informação de que elas estariam detidas chegou à embaixada brasileira em 23 de dezembro.
A assessoria de imprensa do ministério afirmou que está em contato permanente com elas e com as autoridades judiciárias dos Emirados "para garantir que tenham o mais amplo direito à defesa".
As brasileiras, no entanto, disseram que estão sem advogados.
Elas estão se mantendo com recursos próprios. "Temos uns amigos que estão ajudando a gente como podem, temos um pouquinho de dinheiro e estamos tentando nos virar e guardar."
A dupla não pode deixar Dubai, pois os passaportes estão retidos pelas autoridades.
O Itamaraty não soube informar a pena máxima que elas podem receber, mas uma das possibilidades é a de que sejam deportadas.
A brasileira disse que foi bem tratada na cadeia. "Ficamos em celas separadas e as celas foram cobertas para ninguém nos ver."
Após uma audiência, elas foram liberadas, mas os passaportes continuaram retidos. "Tínhamos conhecido umas filipinas que fazem a unha, e fomos procurá-las pedindo ajuda.
Uma delas nos levou para casa, nós dormimos lá algumas noites e conhecemos através delas essa família de filipinos.
A casa é minúscula, eles acordam muito cedo pra trabalhar e a gente acaba tirando a privacidade deles, mas eles são maravilhosos, não queríamos perturbar.
Queremos ir para um quarto só pra mim e pra minha amiga."
Segundo a brasileira, não houve nenhum problema com o fato de serem travestis em qualquer momento até o dia da boate.
Ela disse que as duas têm vistos e que passaram normalmente pela imigração do país - mesmo com os documentos mostrando identidades masculinas.
"Estamos com medo, não queremos que nada de mal aconteça com a gente.
Ouvimos relatos de travestis que vieram pra cá e são presas, ficam no máximo sete dias e são deportadas.
A gente não entendeu porque eles colocaram nosso processo pra julgamento.
A gente veio pra cá pra conhecer, jamais quisemos agredir, ferir as leis morais deles, nunca passou pela nossa cabeça isso."
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