Crime ocorreu na manhã desta quinta-feira (25) em Diadema.
Polícia investiga o que motivou a morte de pai e dois filhos.
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Fábio, Dionilson e Flávio Soares são
lembrados por amigos no Facebook (Foto:
Reprodução)
Um suspeito de participar de uma chacina em Diadema, no ABC, na manhã desta quinta-feira (25), foi preso nesta tarde em Pronto Socorro de Santos, no litoral paulista, de acordo com informações da Polícia Militar.
Ele acompanhava outro suspeito que está internado em um hospital no município.
O homem levou três tiros e passou por cirurgia. A PM acredita que o suspeito baleado foi levado para o hospital logo depois do crime.
Mais de 40 disparos foram feitos durante o assassinato do empresário e seus dois filhos na manhã desta quinta-feira na casa onde moravam em Diadema.
A namorada de uma das vítimas foi baleada, mas sobreviveu.
De acordo com a Polícia Civil, houve troca de tiros entre os criminosos e a família.
Entre as 43 cápsulas e projéteis apreendidos estão munições de fuzil, pistola e revólver. .
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Os mortos são Dionilson de Lima Soares, de 48 anos, e seus filhos, o
gerente administrativo Flávio Vieira Soares, de 26 anos, e o gerente
Fábio Vieira Soares, de 23 anos. Apesar de a casa ter carros, motos e uma motoaquática, nenhum desses veículos ou outro objeto foram roubados.
Outros suspeitos ainda são procurados.
Segundo o delegado titular da delegacia de entorpecentes de Diadema, Carlos Eduardo Duarte de Carvalho, a polícia recebeu anteriormente cerca de 30 denúncias informando sobre o suposto envolvimento de Flávio com o tráfico. "Devido a essas denúncias, o trouxemos para cá, mas não conseguimos esclarecer o envolvimento dele", afirmou.
Segundo o delegado, a polícia apurou que Flávio tinha uma dívida de R$ 450 mil a R$ 500 mil com um traficante da Zona Sul de São Paulo, que seria o mandante da chacina.
A polícia realiza diligências para tentar localizar mais dois envolvidos, além do traficante que fornecia a droga e ordenou a chacina.
A Polícia Civil também analisa imagens do circuito de segurança da residência das vítimas e vai investigar se a transportadora da família era usada para o tráfico.
O suspeito que está preso foi autuado por coautoria em triplo homicídio qualificado, tentativa de homicídio, falsa comunicação de crime, formação de quadrilha e favorecimento pessoal. Para o delegado, o caso está "praticamente esclarecido".
Prisão em Santos
Logo após o primeiro suspeito dar entrada, a direção do hospital em Santos avisou a polícia sobre o ocorrido.
Dois policiais militares se dirigiram para averiguação.
No hospital, foram informados que o rapaz que havia levado o suspeito baleado para lá continuava na sala de espera.
Aos policiais, o suspeito disse que ele e o colega teriam ido a uma balada em São Paulo na noite anterior, onde conheceram duas garotas.
Depois, teriam descido a serra para levar as jovens para casa e, segundo o relato do suspeito, pararam em uma praia na orla de Santos, onde teriam sofrido uma tentativa de assalto, por volta das 7h.
O colega dele, então, teria reagido e acabou baleado.
Como a orla de Santos é monitorada por câmeras de segurança, os PMs decidiram checar as informações.
A sala de comunicação da PM os informou que nada de estranho havia ocorrido no horário informado.
Ao ser questionado, o suspeito disse que a tentativa de roubo teria ocorrido em Praia Grande, onde também há um sistema de monitoramento por meio de câmeras.
Do mesmo modo, não houve confirmação por parte da corporação de qualquer incidente em Praia Grande.
Marcas de sangue ficaram pela garagem da casa das vítimas (Foto: Kleber Tomaz/G1)
No automóvel, encontraram manchas de sangue no banco do passageiro e em roupas.
Além disso, no porta-luvas estava o tíquete do pedágio da Rodovia dos Imigrantes, com o horário das 7h, o mesmo que ele havia relatado como sendo o da tentativa de assalto em Santos.
Diante da contradição, os PMs o questionaram sobre ter sido o autor dos disparos contra o colega que estava internado.
Pressionado, o suspeito acabou confessando o envolvimento dele na chacina de Diadema e a participação do colega como sendo a autor dos disparos contra o empresário e os filhos, segundo a PM.
O homem teria confirmado a participação de uma terceira pessoa, que está foragida.
Ele não tem antecedentes criminais, segundo a polícia.
O internado está sob vigilância da PM no hospital.
Na noite desta quinta-feira, o suspeito foi transferido para a Delegacia de Homicídios de Diadema.
O preso alegou aos policiais que só transportou o outro rapaz baleado, que segundo ele, é autor dos disparos. "Ele conta que recebeu a ordem para socorrer o que foi baleado, que estaria na favela Alba (na Zona Sul de São Paulo), de um traficante Da Zona Sul.
Eu não acredito na palavra dele. Por isso, vai ser autuado em coautoria no triplo homicídio", disse o delegado Carlos Eduardo de Carvalho.
O homem que foi baleado havia saído da prisão em abril.
A PM diz que nenhum dos dois presos nesta quinta-feira é policial.
Investigação
No 3º Distrito Policial de Diadema, onde o caso foi registrado como homicídio por motivo fútil consta que foram apreendidas 11 cápsulas de fuzil 223 REM, 20 de pistola calibre 380, 7 de uma .45, e outros cinco projéteis deflagrados de uma arma desconhecida.
Os calibres de fuzil e pistola são de uso exclusivo das Forças Armadas e de instituições policiais.
De acordo com o boletim de ocorrência, cinco homens armados e não identificados, porque estavam encapuzados, participaram da invasão à residência onde estavam o gerente, sua mulher, seus dois filhos e a namorada de um deles.
Três dos criminosos pularam um muro por volta das 6h20 para entrar no imóvel, na Rua Panamericana, no Jardim das Nações.
Outros dois aguardavam do lado de fora num carro, um Honda Fit prata.
As placas do veículo não foram anotadas pelas testemunhas.
O pai e os dois filhos foram baleadas pela quadrilha na garagem da residência quando se preparavam para sair de casa e trabalhar.
O pai e Fábio Soares morreram na hora.
O filho mais velho ainda foi socorrido e morreu no hospital.
Segundo peritos, alguns disparos foram em direção à cabeça das vítimas.
Os três mortos trabalhavam na Diomoto Entregas Rápidas, empresa fundada por Dionilson e por sua mulher, Maria Dvane Vieria de Melo, mãe dos rapazes.
Ela contou aos investigadores que se escondeu debaixo da cama para não ser morta.
E teria ouvido dos criminosos: “Fique quieta senão você vai morrer também”.
A mulher não concedeu entrevistas, mas falou aos policiais que “ser humano não presta”, quando conversava com eles na cena do crime.
A namorada de Flávio, Aline Roberta de Oliveira Romanin, 25, foi atingida na perna e não corre risco de morrer.
Ela teria se fingido de morta para enganar os bandidos, segundo os policiais.
O casal tem um filho de três anos que não estaria na casa no momento do crime.
A criança teria ficado no sobrado dos avós maternos, na mesma rua.
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