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domingo, julho 28, 2013

Petrobras, Vale e Oi vendem ativos para gerar caixa e superar crise


Perda de valor das empresas na Bolsa vai a R$ 100 bilhões
Bruno Rosa


Petrobras vendeu blocos na Bacia Potiguar, no Rio Grande do Norte, para a BP, como parte da política de desinvestimento
Foto: Divulgação 

Petrobras vendeu blocos na Bacia Potiguar, no Rio Grande do Norte, para a BP, como parte da política de desinvestimento 


 Divulgação 
 

RIO - Com endividamento elevado e um plano de investimento robusto pela frente, três das maiores empresas brasileiras de infraestrutura — Petrobras, Vale e Oi — estão seguindo a mesma receita: venda de ativos. 

Afetadas pela desaceleração global e pela desvalorização do real, cada uma à sua maneira, elas vêm apertando os cintos para aumentar receitas enquanto veem seu valor de mercado despencar. 

Este ano, as três gigantes já perderam R$ 100 bilhões na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). 

Nas próximas semanas, quando divulgam resultados do segundo trimestre, as companhias seguem no radar dos investidores. 

A previsão é de quedas nos lucros.

A lista de ativos vendidos — para fazer caixa e focar no prioritário — é extensa. 

Nos últimos meses, a Petrobras se desfez de metade de seu portfólio na África, além de campos no Golfo do México e no Brasil. 

Tenta ainda vender ativos na Argentina e no Japão. 

A Vale desistiu de um projeto na Argentina e passou à frente minas na Colômbia, enquanto prepara a venda de sua participação em uma produtora de bauxita e busca sócios para sua empresa de logística. 

A Oi já passou o direito de uso de mais de 6 mil torres pelo país este ano e acaba de vender sua rede de cabos submarinos. 

Juntas, as empresas arrecadaram até agora pelo menos R$ 11 bilhões. 

— Há um problema generalizado de caixa por causa de uma menor demanda por commodities e serviços. 

Muitas empresas no Brasil passam por esse momento. 

É reflexo da crise global e do baixo crescimento do país. 

A saída é vender ativos que não geram valor e fazer caixa. 

A dúvida é saber se as vendas estão sendo feitas pelo preço ideal — diz Istvan Kasznar, economista da Ebape da Fundação Getulio Vargas.

Segundo Luis Gustavo Pereira, estrategista da corretora Futura, o desempenho das empresas está diretamente ligado à atividade econômica:

— É um momento frágil, pois elas têm de preservar caixa e fazer investimentos cruciais para sua sobrevivência.

As empresas vêm reduzindo custos — só a Petrobras tem plano de cortar R$ 4 bilhões em 2013. 

Alexandre Espírito Santo, professor de economia do Ibmec-RJ, lembra que as perspectivas são desafiadoras:

— A queda no preço do minério de ferro afeta a Vale. 

A Petrobras sofre com as paradas programadas das plataformas e não consegue repassar ao preço da gasolina no Brasil os valores que paga no exterior. 

Por isso, para evitar prejuízo no trimestre, mudou sua contabilidade, permitindo também o reajuste dos ativos em dólar. 

A Oi passa por reestruturação para reduzir sua dívida e investir. 

Como consequência, as ações estão muito baratas na Bolsa.

Grau de investimento sob risco

Apesar de os ajustes estarem a pleno vapor, as vendas dos ativos não devem garantir ganhos a curto prazo. 

Na Petrobras, que soma reforço de pelo menos US$ 2 bilhões em ativos neste ano, a expectativa é de queda de quase 40% no lucro líquido do segundo trimestre em relação ao primeiro. 

Segundo a média dos analistas, o ganho deve ficar entre R$ 4,7 bilhões e R$ 4,9 bilhões. 

Ao mesmo tempo, a empresa vai investir R$ 97,7 bilhões em 2013 e vai participar do leilão da área de Libra, no pré-sal da bacia de Santos, em outubro. 

Para não ver o endividamento aumentar, mudou sua política de dividendos, e economizará R$ 3,5 bilhões. 

Procurada, a Petrobras não se pronunciou.

— Não esperamos receita forte na Petrobras, que sofre com o custo das importações (com a alta do dólar) e a queda na produção. 

Há ainda o temor de que a estatal perca seu grau de investimento com o aumento da dívida em dólar — diz Gabriel Ribeiro, analista da UM Investimentos.

Mudanças no pagamento de dividendos e manutenção do nível de investimento são desafios para a Oi. 

Com a venda de ativos, arrecadou R$ 1 bilhão, e devem entrar outros R$ 2,5 bilhões no caixa. 

A empresa cancelou o pagamento de R$ 1 bilhão em dividendos que faria em agosto, já que a relação entre a dívida líquida e a geração de caixa ficou acima do triplo em junho. 

Para o segundo trimestre, Alex Pardellas, analista da CGD Securities, espera lucro de R$ 253 milhões — queda de 3,4% frente ao primeiro. 

Na média de mercado, espera-se R$ 294 milhões, uma alta de 12%. Procurada, a Oi não se pronunciou.

— A empresa tem um programa elevado de investimentos (R$ 6 bi por ano até 2014). 

Mas só com o caixa operacional não será suficiente. 

A solução é vender ativos, o que ajuda a curto prazo, mas não resolve o endividamento. 

É essencial corte de custos — diz Pardellas.

Diante da queda dos preços do minério de ferro — a expectativa é que a commodity feche o ano a US$ 119 por tonelada, contra os cerca de US$ 130 atualmente — a Vale também corta custos. 

O caso mais emblemático foi a suspensão do projeto de potássio na Argentina, após o encarecimento do empreendimento. 

Com a venda de ativos, que começou ano passado, já arrecadou US$ 1,471 bilhão. 

Em nota, a Vale ressaltou que, conforme o presidente da companhia, Murilo Ferreira, já dissera, o objetivo agora é investir “somente em ativos de classe mundial, capazes de criar valor ao longo dos ciclos”.

Na próxima quarta-feira, o Conselho de Administração da Vale definirá como será a venda de parte das ações de sua empresa de logística. 

A mineradora quer ainda se desfazer dos 40% que tem na MRN, a maior produtora de bauxita do Brasil.

— A Vale quer gerar caixa e aumentar o seu retorno. 

Por isso, vem buscando o melhor momento para vender seus ativos, já que o superciclo do minério acabou. 

A saída, dessa forma, é focar no minério de ferro, onde consegue maior rentabilidade — diz Luiz Francisco Caetano, analista da corretora Planner.

É, dessa forma, que a empresa — diretamente afetada pela desaceleração do crescimento chinês — aposta as fichas na expansão de Carajás, que terá investimentos de US$ 19,5 bilhões. 

Até maio, já foram gastos US$ 2,736 bilhões. 

Mas, o mercado espera um segundo trimestre fraco, com lucro de R$ 5,3 bilhões, queda de cerca de 15%, na média das projeções. 

Mas Caetano acredita que, com o menor preço de ferro (-15%), cobre (-3,6%) e níquel (-8,7%), os ganhos fiquem em R$ 2 bilhões — um tombo de 67,7%:

— A desvalorização do real, de 10%, aumentará custos financeiros da empresa. 

A Vale tem sua dívida praticamente toda em moeda estrangeira.

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