Menino de 10 anos adquiriu
rejeição a látex e precisa de 'sala
especial'.
Hospital Municipal diz que não
pode oferecer a estrutura para a
criança.
Uma alergia rara a látex, material presente em centros cirúrgicos, tem feito uma mãe de São José dos Campos (SP) recorrer à venda de uma rifa para conseguir dinheiro para que João Vítor, de 10 anos, possa fazer uma cirurgia em uma sala especial só disponível na rede particular de saúde da cidade.
A família arrecadou R$ 3 mil dos R$ 12 mil necessários para fazer a intervenção cirúrgica vendendo a rifa entre os vizinhos.
"É por uma causa que eu estou vendendo.
Não estou vendendo para entregar um prêmio muito bom para o ganhador.
A esperança ninguém pode perder e eu tenho muita esperança", afirmou Luciana Correia Macedo, mãe da criança.
O menino adquiriu a alergia ainda nos primeiros anos de vida quando precisou passar por várias cirurgias devido à falta de oxigenação no cérebro.
O menino adquiriu a alergia ainda nos primeiros anos de vida quando precisou passar por várias cirurgias devido à falta de oxigenação no cérebro.
Em novembro do ano ano passado, quando iria retirar um grampo colocado no pé para corrigir uma deficiência ortopédica, o diagnóstico constatou a restrição para realizar o procedimento cirúrgico.
O Hospital Municipal de São José dos Campos, que atende pelo Sistema Único deSaúde (SUS), entregou um documento à família, onde um médico afirma que o menino precisa fazer a cirurgia numa sala livre de látex, uma medida que a unidade não tem como oferecer.
“Na rede pública daqui eu já bati de frente, já fui atrás e eles estão dizendo que ainda não tem.
Eu tenho fé em Deus, que ele vai conseguir.
De alguma forma eu vou conseguir ainda esse ano, tenho fé em Deus”, afirmou Luciana.
Sala especial
Sala especial
Na sala conhecida como 'Látex Free', os equipamentos são os mesmos, mas qualquer parte que entre em contato com a pele do paciente alérgico deve ser trocada, das luvas aos respiradores.
“Ela recebe toda a limpeza especial, com materiais e com luvas isentas de látex.
O que vai garantir nenhum resíduo de látex para quem entra em contato com essa paciente”, explica Vanderlei Pupin, gerente de enfermagem.
O médico alergista e imunologista, José Francisco Guida Motta, explica que a alergia ao látex é rara e se manifesta mais em crianças que passam por cirurgias com frequência.
“Os pacientes que são altamente sensibilizados ao látex podem desenvolver uma dificuldade muito grande de serem ventilados durante a cirurgia.
Ou seja, ele sofre um broncoespasmo e o paciente que está sob anestesia geral o anestesista não consegue oxigená-lo.
Se você já sabe que um paciente é alérgico a látex, a gente não pode correr esse risco com a vida dele", disse.
Outro lado
Outro lado
Por meio de nota, a Secretaria Estadual de Saúde informou que no caso de pacientes alérgicos a látex, as salas de cirurgias dos hospitais públicos podem ser adaptadas com substituição dos materiais que possuem látex por outros similares.
O Estado informou ainda que, caso o município não apresente condições de atender o paciente, a orientação é encaminhar o caso para a sua unidade de referência na região.
A pasta deixou claro também que quem deve buscar o agendamento é o hospital, que já realiza o acompanhamento do caso, e não o próprio paciente.
Já a Secretaria de Saúde de São José dos Campos informou que o paciente está sendo acompanhado pelo Hospital Municipal e deverá ser reavaliado nos próximos dias.
Depois ele deve ser encaminhado para a central de regulação de vagas do Estado, mas não há uma data específica para que isso ocorra.
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