Os japoneses vão às urnas no domingo (21) em eleições legislativas com uma preocupação na cabeça: a economia.
Há duas décadas, o país não cresce.
Os japoneses vão às urnas no domingo (21) em eleições legislativas com uma preocupação na cabeça: a economia. Há duas décadas, o país não cresce.
Mas os serviços públicos por lá não pioraram.
O pequeno Hiroki, de 6 anos, prepara a mochila para mais um dia de aula.
Os pais são brasileiros e moram na cidade de Kawasaki, perto de Tóquio.
São ao todo três filhos, um cachorro e um passarinho.
Valter mostra os comprovantes dos impostos que paga todo mês.
E quando faz as contas: "Assusta no momento, mas temos retorno sobre os impostos que pagamos no Japão", diz.
O "susto" pode chegar a 40% da renda. Mas, há dez anos no país, eles já sabem o valor de poder contar com um sistema público que funciona.
O parto dos filhos mais novos é outro exemplo.
O de Hiroki foi por um plano particular de saúde.
Já Mirai, a caçula, nasceu em um hospital público.
"Foi melhor que o particular. Atendimento excelente, equipe maravilhosa, não temos do que reclamar", elogia a mãe.
A qualidade do que se oferece aos cidadãos se manteve, apesar da crise econômica, das duas décadas em que em que o país não cresce.
Em um país que tem enorme descrença nos seus políticos, chama atenção a popularidade do primeiro-ministro Shinzo Abe.
Ele é a estrela do Partido Liberal Democrata do Japão. Mexeu com a economia e com o ânimo dos japoneses.
E fez isso com um plano econômico, que de tão audacioso não pode ser chamado de plano, mas de experimento.
A ideia é injetar mais de US$ 1 trilhão na economia através da venda de títulos do governo, algo nunca feito nesse volume no mundo.
A moeda japonesa – o iene – se desvalorizou frente ao dólar.
As exportações cresceram, as empresas voltaram a lucrar, as ações subiram. Nas ruas, ainda há dúvidas.
“Os preços de alguns produtos já estão mais altos”, diz uma jovem.
A oposição afirma que o "experimento" de Abe não vai se sustentar, citando o déficit público japonês - hoje, 240% do produto interno bruto do país.
Para um economista, o plano pode dar certo, desde que algumas reformas sejam feitas, como desregulamentar as leis trabalhistas, e que se assinem acordos de livre comércio com outros países do Pacífico.
Edilaine e Valter esperam que não ocorra nenhuma grande mudança na terra em que pagar impostos não é apenas um dever.
"Saber que você contribui e, quando você precisa, eles contribuem também com a gente”, conclui Edilaine.
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