Suspeito de matar mulher no Rio a martelada é internado sob custódia

Talita Paiva estava casada havia menos de um mês.
Jovem já tinha dado indícios de que marido seria ciumento, diz amigo.

Mariucha Machado Do G1 Rio

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Talita Paiva foi morta pelo marido com martelada,
afirma a polícia (Foto: Reprodução/ Facebook)

 

 

Mario Henrique Rodrigues Lopes, de 28 anos, foi preso por suspeita de matar com uma martelada a estudante Talita Juliane Peixoto Paiva, de 25 anos, com quem era casado havia menos de um mês. Talita foi encontrada morta nesta terça-feira (25).

O delegado Edson Henrique Damasceno, da Divisão de Homicídios, informou nesta quinta (27) ao G1 que, depois de diligências no endereço onde Mario morava com Talita, na Vila Isabel, Zona Norte do Rio, ficou comprovado que ele a matou. 

O suspeito pode pegar até 30 anos de cadeia por homicídio qualificado por motivo fútil, se condenado, diz o delegado. 

A Polícia Civil não informou ao G1 o nome do advogado do suspeito. Mario Henrique está internado sob custódia no Hospital Lourenço Jorge.

Talita, que era estudante de economia, estava casada havia pouco menos de um mês com Mario Henrique e foi morta com uma martelada na cabeça. 

O corpo da jovem foi encontrado na Rua Souza Franco, 62, em Vila Isabel, onde o casal morava.

Depois de escutarem uma discussão, vizinhos acionaram a polícia. 

Agentes estiveram na residência do casal e encontraram o corpo de Talita.

Colegas

Talita Paiva ingressou no curso de economia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) no segundo semestre de 2007. 

Sempre muito dedicada, a jovem vai deixar saudades. É o que dizem dois amigos.

Os economistas Álvaro José Ribeiro Coli e Luana Rodrigues acompanharam toda a jornada acadêmica de Talita. “Eu conhecia ela havia mais de cinco anos, nós entramos juntos na faculdade. 

Eu sempre me dei muito bem com ela, porque nós nos identificávamos, porque nós trabalhávamos durante o curso e a gente tinha sempre que correr atrás, estudar muito. 

Nós nos ajudávamos o tempo todo”, contou Álvaro.

Com imenso carinho, o amigo de faculdade que era chamado por Talita de ‘Mineiro’, por ter nascido em Minas Gerais, a definia como uma pessoa muito ambiciosa, dedicada, alegre e divertida. 

Sobre o relacionamento com Mario, ele contou que encontrou com o rapaz poucas vezes. “Ele foi em algumas reuniões dos colegas dela de faculdade, mas ele sempre foi muito na dele, não trocava muita ideia e não se enturmava. 

Por outro lado, das vezes que eu brinquei com ele, ele aceitou numa boa”, relembrou Álvaro.

Álvaro acompanhou durante o curso de economia outros relacionamentos da jovem que não deram certo.  ‘Mineiro’ contou ainda que Talita estava muito feliz com o relacionamento. “Eles foram morar juntos logo depois que começaram a namorar, mas só casaram há pouco tempo”.

O amigo acredita que Mario era um pouco ciumento com Talita. “Eu me lembro de uma vez que eu comentando que tinha encontrado um ex-namorado dela e ela sinalizou pra eu ficar quieto porque ele estava por perto. 

Ele era ciumento, mas nada que desencadeasse essa tragédia. 

Nada que indicasse uma coisa dessa.  Ela estava muito feliz, nunca tinha reclamado de nada, parece que foi um negócio de uma hora para outra. 

Ninguém está entendendo muito bem o que aconteceu”, concluiu Álvaro.

Luana Rodrigues também cursou praticamente todas as disciplinas de economia com Talita na Uerj. “A gente começou junto desde o primeiro período. Depois do trote ficamos amiga. 

A turma tinha pouca mulher e isso nos aproximou ainda mais”.

Dificuldades

Luana, que já está formada, lembrou das dificuldades da amiga durante a faculdade. “Ela tinha dificuldade de conciliar o trabalho com a faculdade, mas era muito dedicada, ligada a família. 

Ela sabia o que queria. Ela só tinha a mãe e a avó e se preocupava muito”. 

A economista contou que o sonho de Talita era comprar uma casa própria para a mãe e ela lutou muito para conquistar.  

A amiga contou que Talita estava sempre feliz e com o sorriso no rosto, apesar das dificuldades.

O relacionamento de Talita e Mario era calmo, revelou Luana. “Ele participava dos eventos da faculdade, eles eram tranquilos. 

Ele era calado, falava pouco. 

E ela nunca reclamou, estava tudo sempre ótimo. 

 Não tinha nenhum indício. 

Pra falar a verdade, ela quase não comentava nada sobre ele”.

Segundo o delegado da Divisão de Homicídio, várias testemunhas já foram ouvidas. O G1 não teve acesso aos conteúdos dos depoimentos.

A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde informou que Mario Henrique Rodrigues Lopes está internado no setor psiquiátrico do Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, Zona Oeste. 

O quadro dele é estável, mas o paciente continua em observação. Ainda não há previsão de alta.

 
 Luana Rodrigues e Talita Paiva se conheceram na faculdade de economia. (Foto: Luana 
 Rodrigues/Arquivo