Conselheiro do CNJ, Tourinho Neto negou ter cometido tráfico de influência.
Na terça, presidente do STF criticou ‘conluio’ entre juízes e advogados.
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O desembargador Fernando da Costa Tourinho
Neto, em sessão do CNJ (Foto: Gil Ferreira/Agência
CNJ)
Neto, em sessão do CNJ (Foto: Gil Ferreira/Agência
CNJ)
De acordo com o jornal, Tourinho Neto pediu ao conselheiro Jorge Hélio, ocupante da vaga destinada à advocacia no CNJ, que desse celeridade à análise de um pedido da juíza Lilian Tourinho. Ela queria transferência do Pará para Salvador. O caso se tornou público porque o desembargador mandou por engano para a Associação dos Juízes Federais (Ajufe) um e-mail destinado à filha.
Um dia depois do pedido, Jorge Hélio concedeu liminar (decisão provisória), mas depois voltou atrás e revogou a decisão. Jorge Hélio negou que tenha agido para favorecer a filha de Tourinho, afirmou que deu a liminar porque estava convicto, mas que as argumentações da juíza o induziram a erro, posteriormente corrigido (leia a versão do conselheiro no final deste texto).
Tourinho negou que tenha pedido ao conselheiro para favorecer a filha. "Não tem conluio. E eu não sou advogado. Estava fazendo pedido de pai, não como conselheiro. Queria que julgasse logo.
De maneira alguma houve intenção de pedir que deferisse", afirmou Tourinho Neto ao G1.
O caso veio à tona um dia depois de o presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, criticar o que chamou de "conluio" entre advogados e juízes. Na ocasião, Barbosa e Tourinho Neto travaram um debate amistoso sobre o assunto.
O conselheiro Tourinho Neto explicou que há um processo no CNJ para acabar com o congelamento de promoções e remoções de juízes. O congelamento prevê que um juiz aguarde até um ano em uma função antes de requerer transferência. Segundo Tourinho, a filha pleiteou que o processo geral sobre congelamento fosse julgado antes de sua remoção, porque ela poderia ser beneficiada.
"Me encontrei no corredor com Jorge Hélio. Isso foi dia 5. Disse do pedido da minha filha e falei que havia urgência. Pedi que examinasse, concedendo ou negando. No dia 6, meu assessor disse por e-mail que o conselheiro Jorge Hélio esteve aqui [no gabinete] e pediu para dizer que deferiu a liminar. E que assim que fosse assinado mandaria para mim, para dona Conceição, que é minha mulher, e para Lilian", relatou Tourinho.
E-mail enviado por assessor ao desembargador Tourinho Neto, que o encaminhou por engano para a Ajufe (Foto: Reprodução)
"Não procurei ele mais nem ele a mim. Não houve nenhuma pressão. Eu disse para ele julgar, concedendo ou negando, para ela ficar tranquila. Não teve conotação que ele deferisse. [...] Se eu dissesse, conceda, por favor, seria tráfico de influência, mas não ocorreu isso", afirmou Tourinho.
O desembargador, que completa 70 anos no mês que vem e será aposentado compulsoriamente, disse que não pretende conversar com o presidente do Supremo e do CNJ sobre o episódio.
"Eu não vou fazer nada porque não houve nada, apenas pedido para julgar liminar. Tanto que ele [Jorge Hélio] voltou atrás."
Versão do conselheiro
O conselheiro Jorge Hélio afirmou que sua liminar suspendia uma sessão do tribunal no qual Lilian Tourinho trabalhava. Nessa sessão, seria lido o edital que possibilitaria remoções de juízes.
Ele disse que determinou a suspensão da sessão por cautela, já que a juíza poderia ter razão no pedido de transferência que formulou.
"Como poderia ter o risco de ela estar certa, concedi a liminar", disse. Segundo ele, Lilian Tourinho afirmou que a Ajufe concordava com os argumentos dela.
De acordo com o conselheiro, depois que o e-mail vazou, a Ajufe apresentou argumentações contrárias e ele revogou a liminar. "Ela [Lilian Tourinho] faltou com a verdade e me induziu ao erro."
Jorge Hélio não quis dizer se avisou ou não o desembargador Tourinho sobre sua liminar. "Isso quem tem que dizer é o Tourinho."
Ele afirmou, porém, que não houve, no seu entender, intenção de tráfico de influência.
"Não houve pedido indecente da parte dele nem decisão desleal da minha parte", declarou. Segundo ele, pedidos de preferência para análise de processos são "comuns" entre conselheiros. "Isso é normal e não mexe na autonomia de cada um", disse.
82 comentários no G1 da Globo. Continuem lendo os comentários na página do G1.
Nassim Junior
brasil PAIS NOJENTO!
Euripedes Primo
Esse
Tourinho Neto tem aparecido muito constantemente na mídia, libertando
bandido, defendendo juiz desonesto, propondo troca de favores e por aí
vai, esse senhor não me inspira confiança, ou eu estaria pegando muito
pesado?
Osnir Kallemback
Parece
praga de gafanhotos, a quantidade de pessoas desonestas e sem moral que
ocupam cargos públicos.O ministro Joaquim Barbosa,foi muito "generoso"
ao falar em "conluio entre juízes e advogados".Na realidade o que
acontece,é parceira para práticas imorais e ilícitas,onde o tráfico de
influência,é apenas o começo de uma série de práticas "atípicas" que
geralmente acabam em roubo de dinheiro público.O prejuízo do país nas
malhas da corrupção,ultrapassa os 100 bilhões,segundo cálculos
recentes,e tudo isso graças a contribuição de servidores em todas as
esferas de governo.
Gladiador
Osnir, Depois dessa, só um cafezinho está bom. Não há de se dizer mais nada. -
Gladiador
Cidadao
Perplexo
Pois é, só no
senado federal viram pó 4 BILHÕES de Reais do contribuinte por ano. Corrupção e
desperdício generalizado, na terra das mortes em fila de hospital.
Alexandre
Guimaraes
OSNIR SOU DE FAMILIA DE FUNCIONARIOS PÚBLICOS E
É ISSO MESMO
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