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sexta-feira, março 15, 2013

Ativistas argentinos de direitos dos gays lamentam escolha do novo Papa

Cardeal Jorge Bergoglio escreveu carta de repúdio à lei de união civil gay.


Entidade de direitos humanos relaciona Papa à perseguição da ditadura.

Giovana Sanchez Do G1, em Buenos Aires
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Muitas foram as manifestações de alegria e comoção de argentinos pela eleição do primeiro Papa latino-americano, lembrado por conhecidos como uma pessoa humilde, que anda de ônibus, cozinha e gosta de futebol. Mas há no país quem lamente e até repudie a eleição do cardeal Jorge Bergoglio para o novo chefe da Igreja Católica. Grupos de direitos humanos apontaram uma ligação do arcebispo de Buenos Aires com a ditadura militar e ativistas pelos direitos dos homossexuais recordaram as posições conservadoras de Bergoglio.

"É uma história muito negativa. Não nos dá esperança de progresso. Se houve uma pessoa que se opôs à distribuição de preservativos e à lei de união civil homossexual foi Jorge Bergoglio", disse ao G1 Rafael Freda, presidente da Sociedade de Integração Gay e Lésbica da Argentina. Para ele, as pressões eclesiásticas influenciaram muito nos projetos de educação sexual votados no país. "Creio que ele poderia usar melhor seu tempo falando sobre os países que matam homossexuais."

Outra entidade que lamentou a eleição do conclave na última quarta-feira foi a Federação Argentina de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Trans. O grupo emitiu uma nota de repúdio em que diz que a escolha do cardeal "marca uma clara vontade do Vaticano de radicalizar sua posição contrária ao reconhecimento das famílias da diversidade. Durante a campanha pelo casamento igualitário [que virou lei em 2010], o próprio Bergoglio encabeçou uma cruzada com termos de 'guerra de Deus' contra o que chamou de um 'plano do demônio'."
Ainda segundo a entidade, o agora Papa Francisco é um "ativo militante contra o direito ao aborto seguro, legal e gratuito."

Cartazes na Praça de Maio relacionam o Papa Francisco ao peronismo, movimento político argentino, nesta sexta-feira (15) (Foto: Giovana Sanchez/G1) 
Cartazes na Praça de Maio relacionam o Papa Francisco 
ao peronismo, movimento político argentino, nesta sexta-feira 
(15) (Foto: Giovana Sanchez/G1)
 
Ditadura

Além de se opor aos direitos dos homossexuais, o novo Papa chegou a depor em um julgamento de crimes contra a humanidade, após ter tirado a licença de dois missionários que eram perseguidos e que depois foram sequestrados e torturados por cinco meses, em 1976.  'Eu fiz o que pude na idade que tinha e com as poucas relações que tinha para intervir em favor das pessoas sequestradas', se explicou Jorge Bergoglio no livro "O Jesuíta", de Sergio Rubin e Francesca Ambrogetti.


Ele também foi ouvido como testemunha durante um processo sobre o roubo de bebês de opositores adotados por funcionários do regime militar. Na ocasião, disse que tomou conhecimento dos casos após o retorno da democracia.

O prêmio Nobel da Paz argentino Adolfo Pérez Esquivel escreveu que o Papa não teve envolvimento com o governo militar, mas que lhe faltou coragem na luta pelos direitos humanos durante a ditadura.
Nesta quinta, a imprensa argentina noticiou que um grupo de acusados por crimes na ditadura apareceu no tribunal usando insígnias com as cores do Vaticano para homenagear o Papa.

Conhecidas pela luta pelo julgamento dos criminosos da ditadura argentina, as Mães da Praça de Maio divulgaram uma nota nesta quinta em que dizem que fizeram uma lista, no começo de sua militância, dos 150 sacerdotes desaparecidos na época da ditadura. "A igreja oficial se calou e nunca clamou por eles. [...] Sobre este Papa que nomearam ontem só temos uma coisa a dizer: Amém."

No ato habitual na Praça de Maio desta quinta, uma das mães enfatizou o silêncio eclesiástico sobre as questões dos desaparecidos. "Acredito em uma mudança na Igreja. Que ele cumpra com seu desejo e pensamento. Não sei [sobre seu papel na ditadura], não posso falar. [...] O que sei é que quando fomos ao Vaticano, a Igreja Católica nunca nos atendeu", disse Nair Amuedo ao G1.


A 'mãe de maio' Nair Amuedo (Foto: Giovana Sanchez/G1) 
A 'mãe de maio' Nair Amuedo 
(Foto: Giovana Sanchez/G1)

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