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sexta-feira, fevereiro 08, 2013

STF recusa anular decisão que ordenou entrega de Sean ao pai

Por maioria, Supremo considerou improcedente pedido da avó materna.
Em 2009, garoto foi entregue ao pai biológico, o americano David Goldman.

Fabiano Costa Do G1, em Brasília
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Sean Goldman: advogado  da avó contesta declarações do pai do menino (Foto: Reprodução TV) 
Sean Goldman em entrevista à TV norte-americana
NBC no ano passado (Foto: Reprodução TV)
 
O Supremo Tribunal Federal (STF) negou nesta quinta-feira (7) recursos apresentados pela avó materna do garoto Sean Goldman, Silvana Bianchi, que pediam que fosse considerada ilegal a decisão provisória do próprio tribunal que ordenou a entrega dele ao pai biológico, o americano David Goldman.

Por maioria, os magistrados concluíram que o habeas corpus não é um instrumento válido para discutir na Suprema Corte sobre a guarda de uma criança.

Em 2009, o então presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, rejeitou durante o plantão judiciário habeas corpus ajuizado pela família brasileira do menino que solicitava a suspensão da entrega de Sean ao pai. Com a decisão, o menino embarcou com David, em 24 de dezembro de 2009, para os Estados Unidos e não retornou mais ao país.

Na ação judicial, os advogados de Silvana Bianchi alegaram que o menino foi enviado aos EUA sem que a Justiça brasileira tivesse consultado se ele preferia permanecer no Brasil ou ir viver com David na América do Norte.

Durante sua sustentação oral no plenário do STF, a advogada Fernanda Mendonça Figueiredo, que representou a avó de Sean, citou trechos do estatuto da criança e do adolescente e das convenções de Haia e das Nações Unidas para tentar convencer os ministros a repatriarem Sean a fim de que ele fosse ouvido sobre o assunto.

“O menor não foi ouvido. Foi tratado como se objeto fosse, uma coisa”, criticou
Na perícia que se fez, entendeu que a criança tinha momentos de instabilidade e que não estava madura. Mantenho o entendimento de antes, negando seguimento"
Gilmar Mendes, ministro do STF
 
Relator do processo no Supremo, o ministro Marco Aurélio Mello acolheu os argumentos da defesa da família brasileira de Sean e votou pela concessão de habeas corpus para anular a decisão anterior da corte. Além disso, o magistrado recomendou o repatriamento do menino para que ele fosse consultado sobre o assunto.

“Entendo pertinente o habeas corpus. Peço vênia ao ministro Gilmar Mendes, que entendeu o contrário, para prever o agravo”, disse Marco Aurélio.

Em seu voto, Gilmar Mendes explicou ao plenário que uma perícia realizada na ocasião em que ele negou a liminar requisitada pela avó de Sean demonstrou que o garoto não tinha maturidade para se posicionar sobre com quem gostaria de morar.

"Na perícia que se fez, entendeu que a criança tinha momentos de instabilidade e que não estava madura. Mantenho o entendimento de antes, negando seguimento", enfatizou.
Após discutirem em plenário se era possível recorrer ao Supremo com um habeas corpus para tratar sobre a guarda do garoto, os outros oito ministros do tribunal decidiram acompanhar o voto de Gilmar Mendes pela improcedência do recurso.

"Como podemos admitir que há a possibilidade do habeas corpus para discutir o tema amplo da guarda de uma criança nessas hipóteses e depois negar para hipóteses de direito interno. Estaríamos abrindo as portas do habeas corpus para toda e qualquer disputa judicial de guarda de menor em nosso país", ressaltou o ministro Antonio Dias Toffoli durante seu voto.

Com a decisão desta quinta, não existe mais possibilidade de a família brasileira de Sean recorrer dos habeas corpus no Supremo. No entanto, outras ações relativas à disputa da guarda de Sean ainda tramitam em outros tribunais do país. Uma dessas ações será analisada pelos ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Histórico

O garoto Sean Goldman viveu no Brasil durante quase cinco anos antes e retornar aos Estados Unidos por ordem do Supremo. Ele havia sido trazido ao país pela mãe, Bruna Bianchi, que era brasileira, com autorização do pai. À época, Sean tinha quatro anos.


No Brasil, Bruna Bianchi se separou do americano David Goldman, pai de Sean, e se casou com o advogado João Paulo Lins e Silva. Em 2008, Bruna morreu devido a complicações no parto de sua segunda filha, e a Justiça brasileira concedeu ao padrasto a guarda provisória da criança.

Inconformado com a decisão da Justiça do Rio, David Goldman recorreu, pedindo o retorno do filho aos Estados Unidos. O presidente dos EUA, Barack Obama, e a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, pressionaram pela entrega de Sean. Diante do impasse, pai, padrasto e avós maternos da criança travaram uma batalha jurídica pela guarda do menino.

Em 22 de dezembro de 2009, o ministro Gilmar Mendes suspendeu uma liminar que garantia a permanência do garoto Sean, então com 9 anos, no Brasil. Na mesma semana, o garoto embarcou para os Estados Unidos acompanhado do pai americano. Atualmente, Sean está com 12 anos.

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