Banners


Create your own banner at mybannermaker.com!

quarta-feira, fevereiro 06, 2013

Redação de estudante carioca vence concurso da Unesco

Ex-dançarina do Huck assume cargo no Ministério Público do RJ

Clarice Zeitel passou no concurso público e se tornou auxiliar da 5ª Promotoria de Justiça da Infância e Juventude Foto: Caldeirão do Huck/TV Globo / Divulgação Clarice Zeitel passou no concurso público e se tornou auxiliar da 5ª Promotoria de Justiça da Infância e Juventude
Foto: Caldeirão do Huck/TV Globo / Divulgação


Uma ex-dançarina do programa Caldeirão do Huck, da TV Globo, é a mais nova integrante do Ministério Público do Rio de Janeiro. Clarice Zeitel Vianna Silva passou no concurso público e assumiu o cargo de auxiliar da 5ª Promotoria de Justiça da Infância e Juventude. 

Em 2009, então estudante de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a ex-dançarina ganhou o concurso de redação da Unesco. 

Clarice concorreu com mais de 50 mil participantes e venceu a disputa com a redação cujo tema era "Como vencer a pobreza e a desigualdade". Clarice passou no primeiro Exame de Ordem que fez logo após concluir o seu curso de Direito. Até passar no concurso do Ministério Público, era inscrita na OAB-RJ (subseção de Niterói) sob o número 155917.
 

Por: Clarice Zeitel Vianna Silva
 
A redação de Clarice, intitulada `Pátria Madrasta Vil´, foi incluída num livro, com  outros cem textos selecionados no concurso. 

A publicação está disponível no site da Biblioteca Virtual da Unesco.


Tema: ‘Como vencer a pobreza e a desigualdade’


Por Clarice Zeitel Vianna Silva


UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - RJ

‘PÁTRIA MADRASTA VIL’

Onde já se viu tanto excesso de falta? Abundância de inexistência… Exagero de escassez… Contraditórios?? Então aí está! 

O novo nome do nosso país! 

Não pode haver sinônimo melhor para BRASIL.

Porque o Brasil nada mais é do que o excesso de falta de caráter, a abundância de inexistência de solidariedade, o exagero de escassez de responsabilidade.

O Brasil nada mais é do que uma combinação mal engendrada - e friamente sistematizada - de contradições.

Há quem diga que ‘dos filhos deste solo és mãe gentil.’, mas eu digo que não é gentil e, muito menos, mãe. Pela definição que eu conheço de MÃE, o Brasil  está mais para madrasta vil.

A minha mãe não ‘tapa o sol com a peneira’. Não me daria, por exemplo, um lugar na universidade sem ter-me dado uma bela formação básica.

E mesmo há 200 anos atrás não me aboliria da escravidão se soubesse que me restaria a liberdade apenas para morrer de fome. Porque a minha mãe não iria querer me enganar, iludir. Ela me daria um verdadeiro Pacote que fosse efetivo na resolução do problema, e que contivesse educação + liberdade + igualdade. 


Ela sabe que de nada me adianta ter educação pela metade, ou tê-la aprisionada pela falta de oportunidade, pela falta de escolha, acorrentada pela minha voz-nada-ativa. A minha mãe sabe que eu só vou crescer se a minha educação gerar liberdade e esta, por fim, igualdade. Uma segue a outra… Sem nenhuma contradição!

É disso que o Brasil precisa: mudanças estruturais, revolucionárias, que quebrem esse sistema-esquema social montado; mudanças que não sejam hipócritas, mudanças que transformem!
A mudança que nada muda é só mais uma contradição. Os governantes (às vezes) dão uns peixinhos, mas não ensinam a pescar. E a educação libertadora entra aí. O povo está tão paralisado pela ignorância que não sabe a que tem direito. Não aprendeu o que é ser cidadão.

Porém, ainda nos falta um fator fundamental para o alcance da igualdade: nossa participação efetiva; as mudanças dentro do corpo burocrático do Estado não modificam a estrutura. As classes média e alta - tão confortavelmente situadas na pirâmide social - terão que fazer mais do que reclamar (o que só serve mesmo para aliviar nossa culpa)… Mas estão elas preparadas para isso?

Eu acredito profundamente que só uma revolução estrutural, feita de dentro pra fora e que não exclua nada nem ninguém de seus efeitos, possa acabar com a pobreza e desigualdade no Brasil.
Afinal, de que serve um governo que não administra? De que serve uma mãe que não afaga? E, finalmente, de que serve um Homem que não se posiciona?

Talvez o sentido de nossa própria existência esteja ligado, justamente, a um posicionamento perante o mundo como um todo. Sem egoísmo. Cada um por todos…


Algumas perguntas, quando auto-indagadas, se tornam elucidativas. Pergunte-se: quero ser pobre no Brasil? Filho de uma mãe gentil ou de uma madrasta vil? Ser tratado como cidadão ou excluído? Como gente… Ou como bicho?


Premiada pela UNESCO, Clarice Zeitel, de 26 anos, estudante que termina faculdade de direito da UFRJ em julho, concorreu com outros 50 mil estudantes universitários.
Ela acaba de voltar de Paris, onde recebeu um prêmio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) por uma redação sobre ‘Como vencer a pobreza e a desigualdade’.


Nenhum comentário:

Pastor Davi Passamani abriu novo local de culto em fevereiro após renunciar cargo em igreja depois de investigações de crimes sexuais Polícia Civil disse que prisão preventiva foi necessária porque pastor cometeu crimes usando cargo religioso.

Advogado alegou que prisão do pastor faz parte de ‘conspirações para destruir sua imagem’. Por Thauany Melo, g1 Goiás 07/04/2024 04h00.    P...