Comentarista fala da reportagem de Marcelo Canellas sobre o prefeito de uma cidade no interior de Alagoas que está foragido.
Pelo que mostra o relato do repórter Marcelo Canellas, o município de Traipu virou feudo do Barão de São Francisco, em seu supremo poder municipal. Aliás, o que não se vê dando o menor palpite é a Câmara de vereadores, que existe, principalmente, para fiscalizar atos do prefeito. Não é apenas omissão da Câmara porque, afinal, ele já havia sido flagrado no segundo mandato, estava preso, foi solto dias antes da eleição e teve uma grande vitória para o atual mandato.
Os eleitores, portanto, o querem na prefeitura. Afinal, ele instituiu sua própria bolsa-família, distribuindo R$ 60 ou R$ 100. Nomeia quem quiser, quando quiser. Concurso? Bobagem.
Três mandatos não deixam dúvidas de que os eleitores aprovam os atos do Barão do São Francisco. Há algumas reações de pessoas corajosas e há o típico 'não sei de nada'. No feudo, a folha de pagamento é preparada em casa particular. Contratos são inventados com empresas literalmente de fachada: só existe o letreiro. Aí, atrai dinheiro público, que é o dinheiro dos contribuintes de Alagoas e do Brasil inteiro. Dinheiro que não vai para a merenda escolar.
Prefeito sogro, vice-prefeita nora - tudo em família, como feudo que se preze. E uma lista imensa de assassinatos mostrando que há um senhor da vida e da morte. Que desapareceu sobre as águas do São Francisco - o rio da unidade nacional. Em 5.565 municípios, quantos mais são como Traipu, ainda escondidos sob as águas, ainda permitidos por vereadores e eleitores?
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